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 Sabe quando assistimos a um daqueles programas de TV, sobre comida, que nos deixam com água na boca e quase podendo sentir o cheiro do que está sendo preparado? Pois então, foi assim que fui parar no Maní. Ou melhor seguindo os rastros da chef Helena Rizzo, que por sinal, é divina como sua comida.
Cheguei tarde da noite, faminta e sem reserva. Me sentindo quase culpada. Mas, afinal, já tinha conseguido chegar até lá, graças ao GPS e à paciência do meu namorado. Logo na entrada, uma árvore com maçãs penduradas. Pensei: isso aqui promete. A moça que nos recebeu nem fez cara feia pelo adiantado da hora. Fui logo dizendo que poderia esperar o tempo que fosse. A casa poderia ser até minha, tudo branco, iluminação com velas nas mesas. Acho que na minha espera não deu tempo nem de reparar em tudo. Melhor assim. Costumo ficar um pouco ansiosa até ler o cardápio.
Sabia que queria comer o que havia devorado através da televisão. Então pedi o menu degustação, com uma única solicitação: o tal prato. Logo foram chegando os pães, biscoitos de polvilho, queijo coalho com pimenta rosa, manteiga e pirulito de parmesão. Como não sabíamos o que viria pela frente, não pudemos elaborar muito o pedido do etílico. Ficamos com um prosecco que, diga-se de passagem, não nos acompanhou muito bem. Porém como havíamos acabado de sair da Expovinis, nem foi tão ruim assim.
Bem, o primeiro prato leva o nome de: O Ovo Perfecto. É cozido a 63 graus, durante duas horas e meia e vem acompanhado por uma densa espuma de pupunha. Ainda bem que não li isso antes porque espuma me dá sempre a impressão de que vou passar fome. Mas que nada, essa como disse, era densa. Pode até parecer que se vai comer um simples ovo poché, mas a consistência é diferente, não é nem mole nem dura, podemos dizer que é mesmo perfecto!
Foi então que veio o prato televisivo que eu tanto esperava. Um prato falso. É este o nome: Falsos Tortéis. São pequenos tortellis feitos de pupunha em lâminas bem finas, creme de abóbora com melão e amêndoas e manteiga de sálvia. Gostei.
Depois disso, a brincadeira começou a ficar mais séria. Peixe do dia cozido em baixa temperatura, para manter todos os nutrientes. Como se fosse uma moqueca. O peixe tem uma espécie de crosta, que são as migalhas das farinhas de mandioca, milho, pão e biscoito de polvilho. O molho é de tucupi (feito da extração da raiz da mandioca) com leite de côco. Acompanha ainda uma banana da terra, que se bem me lembro, estava embaixo do peixe. Por cima, flores, o que deixou o prato ainda mais lúdico.
Em seguida veio uma miniatura de feijoada. Difícil de explicar, mas muito fácil de comer. Tinha tudo que leva o prato. Uma fileira de carne bem fina por baixo de tudo, o feijão em cima, com triângulos de laranja salpicados. A couve era frita enlaçando tudo. A farofa vinha sozinha, no centro do prato. Sabe quando não se consegue parar de comer aquela feijoada maravilhosa? Pois foi isso que senti! Comi uma feijoada e uma moqueca, mas parei na hora certa, coisa que não sei muito fazer.
A cada prato que chegava, talvez por não saber o que viria, os cheiros se misturavam com os desejos e a curiosidade de saber qual seria o próximo. Uma explosão de sabores, aromas e consistências. A sobremesa foi mais um ovo. Desta vez em versão gelada. Sorvete de Gemada, com espuma de côco e coquinhos crocantes. Minhas fotos não saíram nem um pouco apetitosas, a luz era pouca. Essa é sempre a desculpa de quem não sabe o que está fazendo com a câmera. A verdade é que me empolguei tanto que até esqueci que deveria tirar fotos antes de comer. Na sobremesa, reparem só: eu até já havia comido uma colherada. Prometo me conter nas próximas.
Serviço: Maní Rua Joaquim Antunes, 210 Jardim Paulistano São Paulo-SP (11)3085-4148 www.restaurantemani.com.br |
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