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    Cansei. Depois de um feriado seguido por fim de semana de dia dos namorados, fiquei extremamente irritada por ver filas e mais filas nos restaurantes. Ainda bem que tive só que ver, de longe. Me recuso a enfrentar uma fila pra comer algo, por mais que esteja com vontade de comer aquilo. Na verdade, perco o desejo quando vejo uma fila. Achei que estivesse super preparada quando me perguntavam: "onde você vai jantar nos dias dos namorados?". Simplesmente respondia que não ia comer fora. Pois bem, o fato é que não comemos fora e mal deu para comer dentro. Quase não tinha macarrão suficiente em casa para nós dois. Mas devo dizer que sobrevivemos!

    No dia seguinte, quando pensei que tudo voltara ao normal e as filas eram coisa do passado, vi que tinha me enganado. Tentei ir ao Le Blé Noir, às 21h20, e a fila era tão grande que tive a impressão que a Dias Ferreira havia mudado de bairro e não me avisaram! Tinha seis casais na nossa frente! Uma amiga me disse que ia para a Casa da Suíça. Logo meu desejo por crepe se transformou em vontade de comer fondue. Mas que nada! Liguei para ela que me deu a má notícia: a fila era grande e se eu fosse pra lá, eles talvez tivessem que esperar mais uma hora além do tempo em que já estavam lá. Que coisa! Lembramos então do simpático Spaccanapoli, uma cantina napolitana em plena Copacabana. Ao chegar, do carro perguntei ao manobrista se tinha lugar na casa. A resposta não poderia ser melhor: muitos. Porém, tudo tem seu preço.

    Mal chegamos e ficamos mortos de vontade de comer o capelletti em brodo. Mas devido ao movimento do dia anterior, o prato tinha acabado. Não estava acreditando naquilo. O que me segurou e minimizou a decepção pela falta do capelletti foi a cesta de pães que chegou. O cheiro era muito bom. Apesar de a manteiga estar dura. Mas era um restaurante italiano, e o azeite caiu muito bem. Fomos para o antipasti. Frito di mare. A fome era tanta e estava tão bom, que até esqueci de tirar foto do prato! Mil perdões! Aí, me empolguei com os frutos do mar. E olha que ainda estava sem ver, devido ao lugar onde estávamos sentados, os peixes frescos que eles tinham. Escolhi o Farfale com scampi e abobrinha, mas pedi para trocar a massa por linguini. O Alexandre pediu Espaguete a La Putanesca, aquele com azeitonas pretas, tomate cereja, aliche e manjericão. Ele tinha achado o dele muito bom até experimentar o meu! Sugeri a ele que pedisse para embrulhar o dele para viagem, já que ficaria bom ainda no outro dia, e me ajudasse com o meu, pois as porções são muito bem servidas. O meu estava muito bom. O lagostim estava divino, super saboroso, bem como a massa. Os dois com o cozimento certo. O único problema era uma mulher em uma mesa um pouco afastada, que falava muito, e muito alto. Isso atrapalhava um pouco o clima. Mas a gentileza dos garçons e do maître compensava o barulho indesejado.

    Na hora da sobremesa, perguntei qual era a que saía mais. O eleito de todos é o petit gateau. Como estávamos no dia do contra, fomos de Tiramissu. Foi então que confessei que detesto tiramissu. Para meu espanto, o Alexandre também. Com isso foi uma risada só, e a mulher lá longe já nem existia mais. A propósito, o tiramissu estava bom. Seria melhor ainda se gostássemos da especialidade. Depois nos ofereceram um limoncello caseiro. Nada mau. Já satisfeita, resolvi olhar o cardápio até o fim, coisa que não havíamos feito quando chegamos ao restaurante. Me chamou a atenção uma parte descrita como "peixes do merguhador". Perguntei ao garçom o que era aquilo. Ele me disse que eram os peixes recém-pescados na Ilha das Cagarras. E me disse que os peixes estavam ali, do outro lado do restaurante, pertinho de onde sentara a mulher tagarela. Se eu tivesse visto estes peixes antes, certamente teria devorado um. Mas nada como um dia após o outro, ou uma frustração após a outra. No meio de tantas filas, foi bom percorrer outras bandas. E ainda ganhei mais uma boa opção para ir quando quiser comer peixe, massa, tiramissu...

    Spaccanapoli
    Rua Sá Ferreira, 25
    (21)2513-2434
    www.spaccanapoli.com.br
    $$ (entre R$ 50 e R$ 100 por pessoa, com entrada, prato principal e sobremesa, sem bebida inclusa)
     
    Comentários
    Carlo Massimo
    Rio de Janeiro
    RJ
    19/06/2009 "Me recuso a enfrentar uma fila pra comer algo, por mais que esteja com vontade de comer aquilo."

    Fantástico o comentário! Realmente já bastam as filas do pão, do banco, do guichê pra pagar estacionamento no shopping, etc.

    Quanto ao restaurante, bela indicação, vai fazer parte da noite no final de semana, com certeza, belíssimas fotos.
    Cesar Galvão
    Rio de Janeiro
    RJ
    19/06/2009 Luciana,

    O Spaccanapoli é aquele tipo de lugar que quase ninguém comenta, só os locais conhecem, mas quem experimenta vira fã. E eu sou um deles. O Gino, que é o chef/proprietário, consegue nos oferecer pratos fiéis aos italianos do sul, sem as confusões da cozinha contemporânea. Todas as vezes, sem exceção, saí de lá feliz com o que comi e com o serviço, e com a sensação de que almocei na casa da minha "nonna".

    Uma dica aos amigos do Enoeventos que lá forem, a pastiera, uma torta de Páscoa napolitana, é de outro mundo - ou talvez só se coma igual na Itália! Melhor ainda se for devorada com uma taça de Marsala dolce ou um bom passito de Pantelleria...

    Um grande abraço,
    Cesar
    Luiz Malzone
    Auditor
    Rio de Janeiro
    RJ
    19/06/2009 Cara Luciana

    Seu relato dá água na boca. Ainda mais para mim, bom descendente de napolitanos.

    O que me chamou a atenção, contudo, é aquele sobre "a mulher que falava alto". Já vi isso inúmeras vezes. Por que será que ALGUNS de nós, brasileiros, achamos que sinônimo de alegria é gritar, fazer bagunça, não respeitar os direitos dos outros, enfim, tudo aquilo que eu, por exemplo, aos meus 62 anos, já não aguento mais. Porque você não pediu para ela FECHAR A MATRACA, POMBAS !!!!

    Abraços
    Malzone
    Luciana Daudt
    Enófila
    Rio de Janeiro
    RJ
    19/06/2009 Cesar, vc deu, justamente, a dica que eu daria! A pastiera é, sem dúvida, imperdível. Com um marsala... AGUEI!

    E lá fazem por encomenda. Inclusive, no meu niver, o bolo foi exatamente isso!!! Recomendo!
    Alexandre Lalas
    Rio de Janeiro
    RJ
    19/06/2009 Só para registrar: o macarrão do dia dos namorados, embora pouco, estava ótimo!
    EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]