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 É muito bom quando a gente pode fazer uma opção entre duas coisas diferentes. Até porque, quando se trata de harmonização entre vinho e comida, as regras estabelecidas nem sempre são definitivas. Foi o que aconteceu na degustação desta semana no restaurante Sawasdee. O consultor Paulo Nicolay conduziu o autêntico desafio que era harmonizar a comida do chef Marcos Sodré com os vinhos da importadora Zahil.
Eram três pratos. Cada um deles, acompanhado por dois vinhos diferentes. A intenção era fazer com que os comensais escolhessem o vinho que melhor combinava com a comida. De entrada, Sopa de pato, siri e tapioca com folhas de agrião e cebola frita. Os vinhos, o espumante brasileiro Adolfo Lona Brut Rose e o branco argentino Salentein Winemaker's Sauvignon Blanc/Chardonnay. Muita gente apostou no espumante. Era a aposta mais óbvia. Este já caiu no gosto popular e é um coringa. Mas não há tantas certezas no vinho e a maioria preferiu o branco. Eu amei a sopa e fiquei feliz por descobrir um vinho que não conhecia, o Salentein, e ainda pude degustar de novo um velho conhecido do qual gosto muito, o Lona Rosé. Acho que saí no lucro.
O primeiro prato foi um Crocante de trigo sarraceno com camarões ao molho de coco e açafrão, escoltado pelos brancos Domaine Vacheron Blanc, francês de Sancerre, e Framingham Sauvignon Blanc, da Nova Zelândia. Ambos casaram bem com a comida. Mas, pessoalmente, preferi o segundo. O prato surpreendia a cada colherada. O camarão estava no ponto exato. E olha que ando meio cansada do fruto do mar. Naquele dia, me reconciliei e me lembrei de como o camarão é saboroso quando cozido como deve. O molho era outra satisfação. O crocante era o noddle, o popular miojo, mas feito de trigo sarraceno, farinha que se usa na Bretanha para fazer crepe. Este foi o detalhe que fez toda diferença. E ainda deu um charme todo especial ao prato.
O segundo prato foi um Ragout de rabada desfiada ao saquê e especiarias e blinis de arroz de jasmim. Os vinhos, o francês Domaine de La Soumade Rasteau Village e o argentino Rutini Merlot. Sem a comida, escolheria o francês sem pensar muito. Mas, como pudemos comprovar, com o prato, tudo mudou. O argentino fez, na minha opinião, o trabalho completo. Limpou a gordura da rabada e se encaixou melhor com a comida. Eu amo rabada. E o blinis estava divino, me lembrou um couscous, com todos aqueles sabores marroquinos. Combinação maravilhosa.
A sobremesa foi Harumaki de banana, aquela massa com a qual se faz o rolinho primavera. Aí não houve escolha. Era apenas um vinho, o chileno Domaine Conté Late Harvest. Mas o harumaki era somente parte da sobremesa. Tinha uma cestinha com recheio de caramelo, sorvete de creme com sementes de papoula e uma espécie de compota com pimenta que foi um primor com o harumaki. A pimenta da compota anulou o gosto da fritura, além de fazer bem para os olhos.
A dupla dinâmica Marcos e Thiago Sodré, pai e filho, que mesmo passado o dia dos pais, estavam mais harmonizados do que nunca. Ainda me lembro de quando ia pra Búzios sexta-feira, doida de vontade de ir ao Sawasdee. Thiago e os irmãos, ainda pequenos, ficavam do lado de fora do restaurante, brincando na estátua de leão que fica do lado de fora do restaurante, esperando os clientes darem uma folga a Marcos e Sandra. Ela, além de cuidar das crianças, ainda arrumava um jeito de comandar o restaurante e receber as pessoas, sempre com um sorriso no rosto. Pois é, quem diria que aquele simpático e badalado restaurante de Búzios iria abrir duas filiais, em tão pouco tempo, na cidade do Rio de Janeiro. Talvez ele já pensasse no assunto desde aquela época. Ou, quem sabe, apenas tenha feito as escolhas certas. Afinal, tudo é sempre uma questão de escolha.
Sawasdee Bistrô Fashion Mall Estrada da Gávea, 899 1° Piso - Loja 101 São Conrado (21)3322-2150 / (21)3322-0710
Importadora Zahil www.zahil.com.br |
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