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 Não me considero uma pessoa supersticiosa, mas, de vez em quando, as coisas parecem que não querem mesmo acontecer. Outro dia, Alexandre e eu tínhamos um jantar no Adegão Português. Estava bastante animada, pois afinal falaria de um restaurante em São Cristóvão. A coisa começou errada já no caminho. Chegamos com vinte minutos de atraso. Para piorar, na porta do restaurante estava uma calmaria estranha. Nem o manobrista estava por lá. Nem parecia que um evento de vinhos estava acontecendo lá dentro.
Pudera. Não estava mesmo. Quando resolvi entrar para saber do manobrista, percebi que o Adegão estava vazio. E que não havia evento nenhum marcado para lá. Não tardou a entendermos a confusão: o tal evento estava acontecendo sim, no dia marcado. E no Adegão Português. Mas no restaurante do Rio Design da Barra. Estávamos no lugar errado.
Alexandre e eu nos olhamos e pensamos: e agora, o que vamos fazer? O transito até a Barra, àquela altura do campeonato, não era nada animador. Sem falar no risco de encontrar uma blitz da Lei Seca no caminho de volta. Decidimos refazer os planos. Mas foi difícil pensar no que fazer. Passamos o dia todo pensando no bendito bacalhau!
Por fim, resolvemos ir para Dias Ferreira. Afinal, segunda-feira é um bom dia, sem filas. Nem imaginávamos que Madonna também estava passeando por ali. Pensamos no Mok. Ainda não havíamos ido lá e nos pareceu uma boa opção. E foi. Chegamos e dava até para escolher onde sentar. Ufa!
Começamos com os drinques. Uma carta só pra eles. Alexandre pediu o Mokjito, (R$20). É uma infusão de schochue, capim limão, folhas de shisô e hortelã com destilado de baunilha. Eu comecei com um suco de tomate, mas logo fui convencida pelo simpático garçom Luís a experimentar o Mok Shochurinha (R$ 21), que vinha a ser shochu, açúcar mascavo, limão, uvas verdes, hortelã, licor de maracujá e absinto. Eu só pensava: "ai, ai, ai, isso pode dar tão errado!" Mas topei. E foi amor ao primeiro gole.
Decididos os drinques, era hora da comida. Mais uma bela dica do Luís: Mix de Rolinhos (R$31). Massas de rolinho primavera recheadas de confit de pato, camarão com aspargos e filé com legumes. Muito gostoso e crocante.
Alexandre já estava todo animado e queria fazer o menu degustação. O chef Pierre Landry elabora diariamente um menu chamado "descobertas". Parecia interessante, até porque não teríamos que escolher nada. Mas nada naquele dia era como deveria ser. O chef estava de folga!
Para salvar a pátria, Luís entrou novamente em cena. E sugeriu que experimentássemos as invenções do outro chef da casa, o japonês Takashi. São vinte peças criadas pelo sushi chef (R$ 54). O legal é que o prato varia de acordo com o que Takashi acha que deve fazer no dia. Demos sorte. Entre as invenções, sashimi de peixe serra, cogumelo em conserva enrolado em robalo, polvo com pimenta japonesa e um roll de ova de salmão e gema do ovo de codorna. Estava divino.
Ainda repeti o Mok Shochurinha quando o Alexandre resolveu experimentar a Banana Caipirinha (R$17), que era infusão de cachaça Leblon com canela, limão, banana e açúcar mascavo. No começo ele achou um pouco doce, mas depois, a medida em que o gelo foi derretendo, gostou. Resolvemos pedir mais alguma coisa para comer e acompanhar os drinques. Não pedimos o auxílio do Luís e fomos de Trouxinha de Camarão com Perfume de Moqueca (R$24). Bonito de ver, não tão bom assim de comer. Devíamos ter deixado o Luís escolher de novo...
Na hora da sobremesa, ficamos com a sugestão do nosso garçom: Barra de Ovomaltine com Banana Caramelada, Chantilly e Pipoca Doce (R$19). Dividimos. Um pouquinho de cada ingrediente na colher ficou um sonho. Super balanceado. Chocolate, fruta, creme, crocante. Na medida.
E como certas noites insistem em não acabar, quando fui escrever a coluna, houve o apagão e o Rio ficou sem luz! De novo, não quero ser supersticiosa, mas a coluna será publicada na sexta-feira, 13. Melhor bater na madeira. Toc, toc, toc!
Mok Sakebar Rua Dias Ferreira, 78 loja b Tel: (21)2512-6526 www.moksushi.com.br |
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