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Vale a pena atualizar alguma lembrança de quando se era criança? Quando era pequena, meu pai costumava nos levar para almoçar no restaurante Albamar. Aproveitava todas as possibilidades que apareciam para isso. Bastava algum conhecido estar com um gringo hospedado onde quer que fosse, que ele dava um jeito de levá-lo para conhecer o restaurante. Por isso, me considerava uma frequentadora assídua do lugar. Lembrava-me do formato do prédio. Do elevador apertado. Do uniforme dos garçons. E da casquinha de siri.

O tempo passou. Meu pai não mora mais no Rio. O restaurante entrou em decadência. E eu nunca mais fui ao Albamar.

Até que, ano passado, novos proprietários assumiram a casa. E deram uma revitalizada no lugar. Desde então, tento ir ao Albamar, sem conseguir. A oportunidade veio nesta semana quando meu irmão, que não mora no Brasil, programou uma escala no Rio. E, entre um voo e outro, combinamos de almoçar. Nem titubeei! Era a hora de voltar ao Albamar.

De perto, tudo parecia igual. Mesmas cores, a mesma entrada e o mesmo elevador. Que bom! Fomos bem recebidos. As cadeiras continuam confortáveis. As toalhas mudaram. Precisava mesmo. Ficou simpático.

O couvert (R$6,00) veio sem que desse tempo nem de pedir. Embora opcional, eu nunca dispenso. Azeitonas, tâmaras, presunto, manteiga e pão fatiado. Bem sem graça, não emocionou. De entrada, escolhi a casquinha de siri (R$20,00). Muito gostosa. Meu irmão optou pelo menu degustação (R$65,00, quatro serviços).

O primeiro prato dele foi uma salada de trilha com pinoles e uma torrada. Bonita. Segundo ele, boa também. O próximo prato dele foi uma casquinha de camarão. Ele gostou.

Papo vai, papo vem. O vinho descia bem. Villa Francioni Rosé (R$52,00). Meu irmão me pergunta: "Não parece que essas pessoas sempre estiveram aqui?" Concordei. A impressão é de que as pessoas que frequentam o restaurante estão lá desde sempre.

Chegaram os pratos principais. O do meu irmão era um filé de congro rosa empanado, com purê de batata baroa e molho de tomate. Parecia sequinho. Ele achou bom. Escolhi o linguado a belle meunière, endívia e batatas (R$46,00). Nada de especial, mas bom. Exatamente como tem que ser.

A sobremesa do menu degustação era uma torta de frutas, linda, com creme inglês. Ele comeu tudo sem deixar nem uma gota do creme. Eu que ando sem fome por conta do calor, fiquei nas frutas da estação (R$16,00).

Ficamos lá um tempão. Foi muito gostoso. A vista continua estupenda. O menu ganhou leveza sem perder o estilo de sempre. No meu caso, valeu a pena sim, reviver uma memória de infância. Foi bom voltar ao Albamar. Mais pelo lugar até do que pela comida. Boa, mas nada de excepcional. Mas o fato é que agora posso seguir o exemplo do meu pai e arrumar qualquer pretexto para voltar lá.

Albamar
Praça Marechal Âncora, 186 - Centro
(21)2240-8378
www.albamar.com.br
 
Comentários
Emmanoel Santos
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
15/01/2010 Caro Oscar

Se eu fosse mandar agradecimentos a você sempre que desejo fazer isso... acabaria por aborrecê-lo. Mas não posso deixar de envolver você e a Luciana Plaas (adoro esse Plaas!) num agradecimento pela crônica sobre o Albamar. Não fui, como ela foi, frequentador tão precoce: comecei na adolescência. Adorava aquilo tudo ali. Tive medo de que também fosse demolido e suspirei de alívio quando o vi poupado.

Depois a vida me jogou pelo Brasil e pelo mundo, e tive notícias de que o restaurante já não era o mesmo. Agora uma confidência: aquela foto pequenina me faz ver que a Luciana é a netinha de meus sonhos. Adoro netinhas bonitas, de óculos e que escrevem bem.

Emmanoel
Marcus Silva
Sommelier
Rio de Janeiro
RJ
15/01/2010 Olá Luciana,

Poxa, você deve ter ido no dia da minha folga, uma pena eu não poder lhe atender lá. Teria dado uma atenção muito maior, saí da Confraria Carioca e agora sou o sommelier de lá.

Gostaria muitíssimo que você retornasse quando eu estiver presente, tenho certeza que o atendimento será muito melhor.

Um grande beijo e parabéns pela coluna que sempre tem relatos cuidadosos sobre os nossos restaurantes do Rio.

Super beijo.
Rodrigo Castello Branco
Apreciador das coisas boas
São Luís
MA
15/01/2010 Caro Oscar.

Estava programando para nesta minha próxima ida ao Rio conhecer o novo Albamar.

Achei bem interessante o comentário da Luciana, só que ao verificar o cardápio e a carta de vinhos fiquei um tanto desestimulado ao perceber que alguns vinhos tais como o Lagarde Clássico Malbec e o Paulo Laureano Clássico estão em torno de 200% (duzentos por cento) mais caros do que o custo. Cá para nós, isto é que é margem de lucro, deve superar até a do "coperto" do Rogério Fasano.

Um grande abraço,
Rodrigo
Gláucia Helena Barbosa
Psicanalista
Rio de Janeiro
RJ
15/01/2010 Boa notícia que Luciana traz sobre o Albamar. É realmente uma das vistas mais bonitas do Rio; lugar imprescindível para levarmos nossos irmãos e demais parentes e amigos de outros estados ou países. Voltarei lá o mais breve possível!!!

E bom saber que conta com um bom sommelier!

Abraços
Gláucia
Roberto Cheferrino
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
22/01/2010 O seu descritivo, Luciana, deu cor e iluminou o antigo estabelecimento, patrimônio da nossa cidade.

Pois a última vez que lá fui, em 1972...? tudo aquilo se mergulhava num universo permeado por mofo e naftalina impregando nas togas e ternos escuros retratados por semblantes da república que me fazia ressentir e entristecer, evitando assim o meu retôrno, na prescrição de não me impregnar.., apesar de sê-lo familiar ao meu falecido sogro que assim partiu... com muitos males por se tratar...!

Em breve irei conferir esse novo semblante do lugar acompanhado da minha preciosa neta.
Paulo Emilio Bouzan
Professor
Rio de Janeiro
RJ
31/01/2010 Que boa notícia, saber que o Albamar está firme e forte. Já fui frequentador assíduo, levava meus filhos. Mas, anos atrás, deixei de frequentar devido à decadência extrema.

Voltarei lá, para matar as saudades desse belo local de nossa cidade.
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]