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É sempre útil ter uma boa padaria por perto. Quando me mudei para Botafogo conheci a Latteria Bloise. De cara, sabia que seria a "minha" padaria. Iria usar e abusar dela. Não comprar apenas pão. E também porque, quando o supermercado fecha a padaria ainda fica aberta. E antes de o mercado abrir, a padaria já está funcionando. É pau pra toda obra. Ou será pão pra toda obra? Lembro-me da primeira vez que pedi presunto, devia estar meio sonolenta e me esqueci de pedir como eu gosto, cortado bem fininho. Chegando em casa, a surpresa foi muito boa. Estava do jeito que eu gosto.

Na minha padaria tem de tudo. Vinho, sorvete, queijos. Até o feta (queijo de cabra grego). Pena que pouca gente comprava e eles pararam de encomendar. O pão é muito bom. Trabalham com uma farinha ótima, canadense. A farinha de trigo especial para pão, tem uma alta porcentagem de proteínas. Mais elevada do que as de outros grãos. Esta farinha de trigo é produzida em regiões de invernos rigorosos, principalmente no norte dos Estados Unidos e Canadá. Quando faço pão em casa, compro a farinha e o fermento lá. Por isso, posso garantir que a farinha é de boa qualidade.

Os sanduíches são muito bons também. No melhor estilo "você é quem manda". Mas para quem é do tipo que não gosta de pensar muito, eles oferecem várias opções já prontas.

Gosto de resolver as coisas do cotidiano no bairro em que vivo. Mas não deixo de visitar uma padaria quando estou em outro bairro. Ouvi dizer que tem uma muito boa em Laranjeiras. Chama-se Pão & Cia. Ainda não conheço. Outra que muita gente adora é o Talho Capixaba no Leblon. Lá, então, vende de tudo e mais um pouco. Carnes especiais, melado importado e por aí vai. A Gávea Shop Confeitaria, que fica na esquina da Marquês de São Vicente com a Manoel Ferreira, tem um pão na chapa ótimo. No Jardim Botânico tem uma padaria muito chique, Le Pain du Lapin. O croissant de lá pra mim é um dos melhores.

Uma amiga minha sempre que pode arruma um pretexto para ir à Barra e parar na padaria do posto de gasolina Golden Green. Segundo ela, tem pães de todos os tipos para todos os gostos.

Espero que não aconteça com as padarias o que aconteceu com os açougues. Desapareceram! Elas fazem parte da história dos bairros. Os supermercados são ótimos. Mas bom mesmo é poder comprar pão quentinho na padaria, carne no açougue, e tomar cerveja de garrafa, no botequim da esquina.

Latteria Bloise: Rua São Clemente, 206 B. Tel. 2527-8574
Talho Capixaba: Av Ataulfo de Paiva, 1022 Lj a e B. Tel. 2512-8760
Pão & Cia: Rua das Laranjeiras, 147 / lj. A. Tel: 2205-3692
Le Pain du Lapin: R Maria Angélica, 197. Tel. 2527-1503
Gávea Shop Confeitaria: Marquês de São Vicente, 75 loja G. Tel. 2512-9998
 
Comentários
Guilherme Frederico
Redator
Rio de Janeiro
RJ
26/02/2010 Como bom tijucano, não poderia deixar de contribuir com a matéria. A Tijuca também tem suas boas padarias e o grande destaque da atualidade é a Artesano (Padaria, Café e Bistrot). Rezo todo dia para que eles não fechem (nem sempre os projetos mais elaborados vingam). Mas a julgar pelo movimento, isso está longe de acontecer.

O endereço é Conde de Bonfim 615, e a foccacia, o pão da campagne e o baguete simples são excelentes. Foi lá inclusive que eu provei um Casa Perini Rosé . . .

Abçs
Aguinaldo Aldighieri
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
27/02/2010 Eu também sou gamado por pães de alta qualidade. Depois de prová-los na França e na Alemanha tenho aversão ao que as padarias no Brasil oferecem aos seus clientes.

É um prazer contemplar as vitrines das "Bäckerei-Konditorei" na Alemanha, com pães de múltiplas formas, cores e sabores. Assim como em Paris saborear uma baguette, pura, de casca dura, que não dobra quando os franceses as põem debaixo dos braços, pois o seu sabor está na casca e não no miolo. Tive em Paris um interlocutor de negócios que levou-me algumas vezes, de carro, para tomar o café da manhã na "boulangerie" que, no seu conceito, produzia os "croissants" com a mais leve massa folheada da cidade.

Das padarias que conheço aquí no Rio, julgo como melhores a Brasserie Rosário e o Talho Capixaba. Os pães diferentes da Escola do Pão também são ótimos. Tenho boas referências da Le Pain du Lapin mas ainda não a testei. A baguette do Garcia & Rodrigues já foi parecida com as parisienses mas há vários anos está similar à de qualquer padaria de esquina. O Artesano, na Tijuca, também tem produção diversificada e de boa qualidade.

Desculpem-me o longo comentário...é fruto do amor pelo pão e pelo vinho.

Aguinaldo
Yann Lesaffre
Mr. Lam
Rio de Janeiro
RJ
28/02/2010 Lu concordo com você, nada melhor que um bom pão, mas infelizmente essa maneira desgraçada que inventaram de vender "pão a quilo" está acabando com os bons pães, e o pior é que o povo prefere essa maneira de vender pão, afinal 70% preferem pagar por peso em vez de pagar por unidade.

Explico; o bom pão tem seu ponto correto de assamento para que chegue a sua condição ideal de comercialização, porém o que se vê por aí cada vez mais são os pães branquinhos, mal assados e conseqüentemente MAIS PESADOS. Isso mesmo, pão branquinho que tanta gente gosta é mais pesado e, portanto, sai MAIS CARO que os assados no ponto correto.

Além desse problema que atinge diretamente o bolso dos consumidores, outros males atingem os pães branquinhos tais como: fermento e farinha mal cozidos são péssimos para digestão, a possibilidade de contaminação por bolores é bem maior no pão com teor de umidade mais alto, esse aumento de umidade faz o pão parecer mais fresco e mais macio (mais um truque) e no fim distorce a qualidade final do produto e talvez outras sacanagens quimicas das receitas.

Ou seja, apesar de ser uma escolha da população o pão "a quilo" é a pior forma de comercializar o produto que existe, a grosso modo um pão padrão de 50 gramas com 30% de umidade tem mais ou menos 35 gramas de peso seco ou de "pão mesmo". Pode não parecer nada, mas míseras 5 gramas a mais em milhares de unidades diárias que cada padaria vende dão a dimensão da malandragem do "bem branquinho".

E olhem que talvez não sejam somente 5 graminhas em cada pão...
Marcelo Prudente
Aprendiz
Rio de Janeiro
RJ
01/03/2010 Cara Luciana,

Primeiro parabenizo-a pelas boas colunas com as quais agracia seus leitores. Eu, igualmente, frequento a Latteria Bloise e comungo de seus elogios à casa. Eu, que sempre me aventuro na culinária, embora desguarnecido do seu talento, também me valho dos produtos que encontro por lá.

E bem do outro lado da rua, praticamente na esquina da Guilhermina Guinle, tem uma boa loja de vinhos para compor o cardápio.
Otávio Santi
Informata, músico e gourmet
Rio de Janeiro
RJ
02/03/2010 Luciana,

Concordo com seus comentários, especialmente o do desaparecimento dos açougues. Uma pena, pois a amizade com o magarefe mais próximo era fundamental. Por isso mesmo cultivo o contato estreito com os fornecedores da feira da Glória aos domingos, que sob encomenda me conseguem belas peças de cordeiro, cabrito, etc.

Sobre pão, conheço todas as padarias citadas nos comentários e em seu texto, e confesso que hoje sou fã incondicional do pão do Coelho, no Jardim Botânico. O Lapin faz uma baguete honestíssima, com gosto, textura, aroma inconfundíveis. Os croissants e brioches são ótimos, mas a baguete... com uma manteiga de boa qualidade sem sal para acompanhar, ou uma fatia fininha de brie... é o próximo do perfeito.

Parabéns pelas matérias, continue assim.

Abraços
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