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Em tempo de finalização de Guia, Danusia Barbara e eu não paramos um minuto. É um período de muita comilança. Para ganhar tempo, nos dividimos. Mas de vez em quando, precisamos fazer alguma refeição juntas, para colocarmos as idéias em ordem e sabermos em que pé as coisas estão. Foi num desses momentos que peguei o carro, busquei a Danusia e rumamos ao Centro. Ela disse que eu estava tendo um ato de coragem de ir à cidade de carro. Nessa hora me dei conta de que tudo poderia sair errado. Para nossa sorte, não errei rua nenhuma e estacionei em lugar seguro. Rumamos para o Eça, sem reserva e com fome.
Quando chegamos, já eram 12:40, hora crucial do almoço no centro. Olhei para cara da Nina, maître do restaurante, conferindo todas aquelas mesinhas com papel de "reservado". Danusia se mantinha firme. Nina não titubeou e rapidamente nos levou até uma delas.
Logo o serviço começou. Com entusiasmo, chegou o rapaz do amuse bouche, que disse em alto e bom tom que era de cogumelos. Comi rapidamente. Em seguida voltou a Nina para tirar nossos pedidos. Danusia pediu o Foie gras quente com musseline de batata baroa, redução de tamarindo, farofa e flan de castanha do Pará (R$65,00). Amou, eu pude provar e realmente estava muito bom. A castanha deu um toque especial, tanto em forma de flan quanto em forma de farofa. Deixei minha escolha nas mãos do chef Frederic De Maeyer. Veio um Tartare de salmão com caponata de pimentões coloridos, musse de mozzarela de búfala e telha crocante de tapenade (R$35), que faz parte do menu expresso. Estava muito bom.
São duas as opções de prato principal e cada uma custa (R$65). Como queríamos provar o máximo possível, pedimos as duas. A primeira a vir foi o Filé de dourado e camarões ao vapor em folha de couve, musseline de palmito pupunha com batata e emulsão leve. O peixe e o camarão no ponto, com a musseline ficaram ainda mais delicados. Pupunha e camarão realmente combinam bem. Mas foi no prato seguinte que nos derretemos: Raviólis de pato confit com frigideira de cogumelos. A massa do ravióli era tão fina que dava para ver o pato. Na boca, a suavidade continuava. Pato e cogumelos são dois ingredientes fortes. Mas o chef conseguiu equilibrar os dois a ponto de extrair delicadeza de ambos.
De sobremesa, Danusia pediu Sorvete de cacau e coco e eu continuei nas opções do menu expresso e fui de Salada de morangos com crémeux ao limão e azeite extra-virgem, biscoito de pistache (R$22). Que surpresa boa, uma espécie de cream pâtissière, porém feito sem manteiga, somente usando azeite. Fresco, com azedinho especial dado pelo limão. Comi até a última colherada. Adorei a brincadeira de salada na entrada e na sobremesa.
O Eça é um encontro de gente grande. A maître é ótima, assim como a sommelière Deise Novakovski e o chef. Os três conduzem o restaurante com perfeição, cada um na sua onda, cada um com o jeito próprio de ser. E todos pelo bem do Eça.
Eça
Av. Rio Branco, 128, na loja H Stern
Tel: 2524-2300 / 2524-2399
www.hstern.com.br/eca
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