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Quando um restaurante fica dentro de um Museu, o que se espera é que ele seja criativo. E criatividade é o que não falta para o chef Pedro de Artagão, do Laguiole, restaurante que funciona dentro do MAM, Museu de Arte Moderna. A maioria das vezes ele acerta, de vez em quando erra, mas o melhor de tudo é que está sempre experimentando.
Desta última vez que fui ao Laguiole, degustei vários pratos, todos em porções menores, para que pudesse provar mais coisas do cardápio. Os preços citados são da porção inteira, e as fotos não correspondem ao tamanho real do prato normal.
Logo que me sentei, chegou o carrinho de espumantes. Como não sou de ferro, logo escolhi um. Em seguida chegou o amuse-bouche, Mil folhas de salmão. Ótimo, agora estava pronta para começar.
O primeiro prato foi a Salada Caesar, lula crocante, molho Tarê (R$26). Em vez de frango, as folhas da salada vêm acompanhadas de uma lula à milanesa. Combinou.
Depois veio o Ragout de camarões flambados em grappa, servido com palha de alho poro (R$34). Parece besteira, mas o camarão estava como deve ser, explodindo na boca. Ainda bem que trouxeram uma colher, porque o molho não dava para desperdiçar.
O terceiro prato foi o Nhoque de baroa aos 5 funghis, com óleo de trufas (R$46). Os cogumelos e o molho me agradaram muitíssimo, mas achei o nhoque de baroa um pouco doce.
Em seguida, o Arroz de bacalhau, ovo de cordorna, batata palha (R$58). Não era exatamente o que eu pediria se estivesse olhando o cardápio. Mas eu não estava ali para fazer valer o meu gosto e quando a gente está na chuva é pra se molhar. Estava gostoso, mas olhando aquele ovo ali, só lembrava de um picadinho que comi da vez anterior que estive lá, e era divino.
Para finalizar, uma homenagem do chef ao jardim do Museu, criação de Burle Marx. Nada mais é do que o peixe do dia, com legumes (R$64). Estava delicado e bem cuidado, como deve ser um jardim. Dava pra ver que cada legume foi preparado separadamente e o peixe estava molhadinho.
Para passarmos do salgado para o doce, o chef nos serviu de Queijo brie queimado com açúcar mascavo e geléia de damasco. Parecia um brulé de brie. Com essa ajudinha, a transição para o doce foi fácil.
Acabamos o almoço com a Torre crocante com mousse de chocolate branco, castanha do Pará e calda de frutas vermelhas ao vinho do Porto (R$20,60). Que delícia! Amei a casquinha da torre, e olha que nem gosto de chocolate branco, mas estava uma gostosura. A framboesa deu um azedinho todo especial.
Na hora do chá, mais um daqueles carrinhos. Tomei chá, café e ainda tudo que veio acompanhando: tortele de doce de leite com banana, biscoito de amêndoas e chocolate.
Só é uma pena que depois de um almoço como esse não se possa caminhar pelo jardim do Museu. Parece que não é muito seguro. Quem sabe isso mude. A notícia boa é que em breve o restaurante vai ter um ligação direta com os salões do Museu. Vai ficar mais prático dar uma espiadinha na exposição da vez.
Laguiole Museu de Arte Moderna Av. Infante Dom Henrique 85 Parque do Flamengo Tel: (21)2240-4944
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