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 Desde que o Duo abriu, em meados de janeiro, fui lá três vezes. A primeira, almocei no meio da semana, com as meninas da Documennta, empresa que faz a assessoria de imprensa do restaurante. Logo depois, voltei durante o final de semana, também para almoçar. Da última vez, faz pouco tempo, fui comemorar o meu aniversário com a família. Desta vez, jantei.
O restaurante ficou realmente lindo. E acima de tudo, aconchegante. Dá vontade de estar por ali. Acho que este foi um dos motivos me fez voltar lá outras vezes. E tem o serviço, que embora os sócios Nicola Giorgio e Dionísio Chaves jurem que ainda é preciso azeitar, já é ótimo. Mas como os dois vêm de um longa trajetória em outros salões de peso, a exigência deles não deve ser pouca. A equipe é formada por várias outras carinhas conhecidas do mercado. A turma parece animada e isso se evidencia no serviço. Mas se a comida não fosse à altura, isso tudo não serviria de nada. Ainda bem que a comida não deixa nada a desejar à qualidade do serviço.
No couvert tem focaccia, pão italiano, manteiga e linguicinha calabresa rústica no molho de tomate e ervas. E o taralli, algo que não conhecia e que desde então virou meu vício. É um biscoitinho que tanto pode ser doce como salgado, mas o do Duo é salgado (R$12). Pegando emprestado o slogan: é impossível comer um só.
De entrada, provei o mil folhas de legumes com lâminas de parmesão crocante, prato que faz parte das sugestões do Menu del Giorno, servido apenas no almoço, que oferece couvert, entrada e prato principal a preço fixo (R$ 48). Achei leve e delicado. Outra entrada, também muito gostosa, é o polvo com pavê de batata, (R$28). O conjunto tinha um sabor e tanto, mas difícil foi dividir por quatro sem brigar com ninguém. Outra ótima pedida é o salmão empanado em tinta de lula com salada verde (R$ 24). Esse já deve ser campeão de vendas.
O bacalhau, item conhecido dos nossos cardápios, é apresentado de forma inovadora no Duo. As receitas tradicionais passam longe. Batata e tomate, fiéis companheiros do peixe, ficam de fora, assim como a influência portuguesa no preparo não tem vez no restaurante. Exemplo disso é o risoto de bacalhau com pimenta verde e rúcula (R$ 68). Para quem gosta de pimenta é um prato cheio. O bacalhau vem servido por cima do risoto, o que faz total diferença. O outro foi o ravióli negro de bacalhau e ciboulete (R$50). Como disse meu padrasto, Carlos Van Der Ley, dono do pedido, "era uma massa sui generis". Outra boa pedida foi o stinco de vitela com polenta de pecorino e sálvia (R$68). Até quem não é fã de polenta gostou. A carne, então, estava macia que só ela.
Apesar de fazerem pizzas muito gostosas, não é como pizzaria que a casa quer ser conhecida. Até porque o cardápio vai bem além das pizzas. Mesmo assim, experimentei três sabores: a Diavolo é com tomate, mozarela e salame picante (R$ 38). Muito boa. A Duo, tomate, mozarela, linguiça e funghi porcini (R$42), a menos interessante das três que provei. A Quattro Formaggi, mozarela, taleggio, gorgonzola e brie (R$40), estilo que não comia desde da minha adolescência, foi uma surpresa. Por coincidência, foi meu sobrinho adolescente quem pediu a pizza. Pensei que eu fosse achar enjoativa. Que nada! Pelo contrário, gostei bastante. Os queijos não ficam todos misturados mas sim separados e então dá para sentir o sabor de cada um deles. Muito boa idéia essa.
Também não dá pra dispensar as sobremesas. Como o texto já está grande, vou só mencionar as minhas duas favoritas: mil folhas de morangos frescos e chantilly (R$ 18) e panna cotta com calda de framboesa (R$ 18).
Pode parecer, num primeiro momento, que o verdadeiro dueto do restaurante é o dos craques Nicola e Dionísio. Mas depois nota-se que, apesar do nome, o restaurante está muito mais para uma orquestra afinada do que para um duo.
Duo
Rua Érico Veríssimo 690
Tel.: (21)2484-4547
Barra da Tijuca
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