| |
Nem todos os caminhos levam ao Porto. Mas, uma vez na cidade portuguesa, parece que tudo conspira para uma visita ao novo restaurante do festejado chef Rui Paula: o DOP. É gente que lá esteve e faz a indicação. É a chef Ludmila Soeiro, do Zuka, que passou por lá e fez um estágio de uma semana. E até a revista de vôo da companhia aérea que me levou a Portugal trazia uma matéria sobre o restaurante. Ou seja: não havia como não ir.
Rui já era dono de um badalado restaurante no Douro, o DOC. No ano passado, o chef abriu outra casa, desta vez na cidade do Porto mesmo, o DOP. E foi lá que eu e Alexandre fomos.
Para podermos experimentar um maior número de pratos, pedimos cada um, um menu degustação diferente. O meu foi o Menu Mar, e o Alexandre ficou com o Menu Douro.
Antes mesmo que os pratos do menu pedido fossem servidos, chegaram duas laminas de batata frita com mousse de salmão dentro. As batatas estavam bem finas, uma delícia. Outras duas entradinhas foram servidas, uma com foie gras e a outra, em forma de gema de ovo, explodia dentro da boca. Mas a sensação era mais interessante do que o gosto em si, tanto que mal me lembro do que era.
Aí então começaram a chegar os pratos que pedimos. Para mim, carpaccio de vieira com cogumelos desidratados. Para Alexandre, carpaccio de pezinhos de porco marinado em coentro. A segunda até estava bem gostosa, mas nem dava pra competir com a minha vieira. Estava tão boa que fiquei economizando a garfada para demorar mais a acabar.
Chegaram as entradas quentes: creme de lagostim com lagosta, para mim, e timbale de maçã com foie. O meu creme estava um pouco cansativo, pesado até, embora a lagosta estivesse no ponto certo e bem gostosa. Já o do Alexandre estava bem gostoso. A maçã quando vai ao forno junto com o foie fica adocicada, o que gera um interessante contraste entre esta doçura e a acidez natural da fruta. O salgado do foie amarra ainda mais o prato. Um a um.
Em seguida vieram robalo no seu habitat, para mim, e cherne com batatas de azeite, cogumelos, vagem e pinholes, para o Alexandre. Meu robalo era servido com algas e ovas. Gostei da ideia e da execução. Uma forma diferente de apresentar o peixe e bem sucedida: ficou gostoso. O cherne estava ainda melhor. Tudo muito bom: a batata, os legumes, o peixe... Dois a um pra ele.
O meu menu tinha um prato a mais. Era um caviar de ouriço do mar. Eu não sou fã de ouriço, mas gostei. Vinha com uma espuma e flores comestíveis por cima. O Alexandre, que adora ouriço, se deliciou. Antes dos dois pratos principais, vieram dois sorbets de limão para limpar o palato.
Meu prato seguinte foi o risoto de caranguejo com linguado. O risoto estava bom e os legumes que acompanhavam o prato, também. Mas achei o linguado um tanto desnecessário. Ainda mais depois do robalo que eu comera antes. O prato do Alexandre foi uma perna de pato confitada e risoto de cogumelos. A pele do pato estava crocante, a ave estava tenra e o risoto estava leve. Ou seja: três a um para ele!
Na hora da sobremesa, resolvemos logo trocar os pratos. Eu fiquei com o café com creme do Menu Douro e ele comeu o parfait de maçã com musse de lima e gelatina de ruibarbo, do Menu Mar. Eu adorei o meu café e o Alexandre gostou do parfait dele. Empate nesta sobremesa.
O serviço foi excelente, atencioso desde o primeiro momento. Gostei de termos escolhido o menu degustação. Valeu para ficarmos com uma boa ideia da cozinha de Rui Paula. Mas não é porque gostei mais dos pratos do menu do Alexandre, mas da próxima vez, vou ficar mesmo com as opções a la carte.
DOP
Palácio das Artes
Largo de S. Domingos, 18
T: 222 014 313
Porto - Portugal
|
|
|
"LF""LF""LF"
João Luiz Manso