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 Janine Sad e seu irmão Alain Costa esperaram bastante até que conseguissem se livrar do nome que ainda tinham que carregar em suas lojas: Expand. Mas valeu a pena esse tempo de espera. A Cavist, como hoje é chamada a casa, não só mudou de nome como ampliou seu espaço. Era difícil imaginar o que poderia mudar. Por isso, levei um susto quando voltei lá com a casa funcionando a todo vapor. Ficou linda. Ganhou uma varanda super-charmosa na parte de cima. Durante o dia, quem senta ali se encanta com a vista para a Praça Nossa Senhora da Paz. Já de noite, o foco muda e ficam todos olhando as estrelas.
Mas de nada adiantaria ser todo bonito, se a cozinha não tivesse consistência. Há algum tempo eu já tinha percebido que ser simplesmente uma loja de vinhos que serve uma comidinha qualquer não era exatamente o que eles estavam buscando. E transformar o desejo em realidade, não é nada fácil e leva tempo. Mas quando esta transformação acontece, a satisfação é imensa.
Nesta visita, senti que finalmente, a cozinha entendeu o que a loja precisa e vice versa. Tudo parecia fazer sentido, como não era antes, na época da Expand. Fui almoçar. Éramos três à mesa. Estávamos pensando em não pedir vinho, mas diante da oferta de rótulos, reconsideramos. Seria quase uma heresia. O sommelier nos sugeriu o Dolcetto d'Alba Bricco di Vergne, da Batasiolo. Já que só duas pessoas iam beber, meia garrafa (R$ 39) foi suficiente.
Começamos com o Mini gratin de aipim (R$22). Pequenino, deixou vontade de pedir bis. Depois passamos para a Polenta com ragú de calabresa (R$25). A polenta era aquela mais dura, que se pode cortar e ficou uma delícia com o ragú. Continuamos com o Shitake no azeite com camarão (R$32). Foi o prato que menos me encantou. Ainda na fase de dividir pratos, pedimos o Tagliatelle ao molho de quatro queijos envolto em trouxinha de Parma (R$42). Na mesa não faltaram elogios, uma chamou de massa carinhosa, a outra de generosa. Eu achei gostosa mesmo.
Terminamos a fase de compartilhamento das comidinhas e pedimos um prato principal para cada um. Uma pediu Magret de canard em redução de laranja acompanhado de shitake e purê de baroa (R$55). Não se arrependeu. Eu tinha ficado de olho no Nhoque da Elci, feito de abóbora com molho Gruyère e cavaquinha grelhada (R$78). E quando ouvi que era muito bom, fui sem pestanejar. Também não me arrependi. Era adocicado por conta da abóbora, mas o queijo balanceava tudo.
Saí de lá contente, não somente porque comi bem e achei a casa bonita. Mas por ter visto que, finalmente, os dois irmãos conseguiram fazer daquela bela casa de Ipanema, o lugar que eles tinham em mente há muito tempo.
Cavist Ipanema
Rua Barão da Torre, 358
Tel.: (21) 2123-7900
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