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Enquanto 2011 não decola, analiso os números de 2010, muito positivos para o vinho no Brasil. O crescimento é indiscreto, 27% no mercado de importados como um todo. Dentre as origens que mais cresceram está o Uruguai, com expressivos 67% em volume (1,2 milhão de litros) e 64% em valor (3,2 milhão de dólares FOB), ocupando a 7ª colocação no ranking dos importados.

Nosso pequeno vizinho tem muito a nos oferecer. Além de bons vinhos, carnes de alta qualidade (já presentes em muitos restaurantes brasileiros), para o turismo belas praias e para o enoturismo vinícolas que muito bem recebem. Da junção deste entretenimento praieiro com o vinho nasceu o "Salon del Vino Fino", que chegou a sua IX edição no hotel-resort-cassino Conrad, em Punta del Este, nos dias 28 e 29 de janeiro.

A idéia de uma feira de vinhos (para o consumidor final) em pleno verão à beira da praia é pouco ortodoxa e genial. Antes que perguntem, o salão do evento não é na areia (e o ar condicionado funciona muito bem), o que não impede o turista de passar o dia na praia e depois emendar em uma feira com cerca de 400 vinhos para degustar. A oferta era 90% de vinhos do Uruguai, Argentina e Chile, mas também havia alguns bons rótulos do velho mundo.

Estive nesta feira em 2009 e notei um crescimento significativo em relação a este ano, da ordem de 30% em número de visitantes (4.500), bodegas representadas por seus vinhos (120) e em área de estandes (1.500 m2). Um dos pontos altos do evento é a oferta gastronômica. Por US$ 45 do ingresso pode-se, além de degustar os vinhos, comer muito bem. Neste item o Conrad realmente caprichou e conseguiu um diferencial.

Provei diversos vinhos no evento, mas darei foco aqui aos caldos do país visitado, que merecem cada vez mais atenção. Além dos vinhos provados na feira, fazem parte desta resenha vinhos provados em visita a produtores na mesma viagem e vinhos provados no Brasil, na semana seguinte.
 
Vinhos provados
Pisano
Espumante Rio de los Passaros Torrontés 2007 (Mistral, não disponível no Brasil)
Elaborado pelo método champenoise, com 12 meses sur lie e cerca de 1gr de dosagem de açúcar. Cor palha claro e brilhante, com boa perlage, de tamanho pequeno e boa abundância. Aroma com o perfumado típico desta casta (mas sem ser enjoativo como alguns exemplares argentinos), floral jasmim, com toques de leveduras e mel. Paladar leve, cremoso e muito fresco, com 13% de álcool. Boa surpresa.
Nota: 87 pontos

RPF Chardonnay 2010 (Mistral, R$ 48,26)
Parcialmente fermentado em barricas, sem malo-lática. Um Chardonnay leve e fresco, com ótima acidez, com nariz limpo, fresco e frutado
Nota: 86 pontos

Rio de Los Passaros Tannat-Syrah-Viognier 2010 (Mistral, R$ 34,90)
Um tinto de cor clara, simples fresco e bem elaborado, com paladar de médio corpo, seco,bem equilibrado e gastronômico.
Nota: 83 pontos

RPF Tannat 2007 (Mistral, R$ 48,26)
Rubi escuro violáceo. Aroma com madeira aparecendo bem integrada com fruta densa e especiarias, tostados. Paladar encorpado, com bom volume no meio de boca, bons taninos, presentes, um clássico deste produtor. Boa compra.
Nota: 89 pontos
Viña Progresso
Este é o projeto de Gabriel Pisano, enólogo e sobrinho de Daniel Pisano (da Bodega Pisano); Os vinhos são todos bem elaborados e criativos.

Viognier 2010, Viña Progresso (Vinci, R$ 48,43)
Amarelo dourado brilhante. Aroma de boa intensidade e tipicidade, com frutas amarelas maduras, damasco, toques de mel e florais, jasmim. Paladar untuoso, com maciez equilibrada com boa acidez, 13,5% de álcool, longo. Boa tipicidade da casta, boa surpresa.
Nota 86 pontos

Viña Progresso Sangiovese 2008 (Vinci, 48,43)
Vermelho rubi escuro violáceo. Aroma de fruta fresca, seca e ácida. Paladar de médio-bom corpo, com taninos nervosos, gastronômico e com boa tipicidade da casta. Boa surpresa.
Nota: 86 pontos

Sueños de Elisa 2010 (Vinci, não disponível no Brasil)
Este é um Tannat elaborado pelo método de barrica aberta. Cor violácea muito escura. Aroma fechado, mostrando ainda pouco, frutas negras, geléias e madeira. Paladar estruturado por muitos taninos, ainda um pouco duro e jovem, mas já mostrando boa profundidade. É promissor, mas ainda está jovem demais, é cedo para dar nota, mas fica a expectativa.
Nota 89-91 pontos
Viñedo de los Vientos
Este é um produtor a procura de representante no Brasil. Gostei muito do Eolo, achei o Angel´s Cuvée Blanc de Bianco com algumas arestas mas bem interessante, e confesso que não me encantei com os fortificados Alcyone e Alcyone Reserva.

Estival 2009
60% Gewurztraminer, 30% Chardonnay e 10% Moscato Bianco, com 12% de álcool. Perfumado, com frutas tropicais (maracujá e abacaxi) e florais. Paladar leve com algum açúcar residual.
Nota: 81 pontos

Angel´s Cuvée Blanc de Bianco 2009
80% Chardonnay e 10% Trebbiano Romagnolo e 10% Viognier, parcialmente fermentado em barricas. Um vinho diferente, com toques de oxidação que lembram um jerez e aromas que lembram um espumante (casca de pão tostada), além de cítricos (laranja), com uma acidez muito boa. Interessante.
Nota: 87 pontos

Catarsis 2008
70% Cabernet Sauvignon, 30% Tannat. Um tinto de gama mais simples, pouco expressivo no nariz, com taninos secos e presentes, gastronômico.
Nota: 82 pontos

Eolo Gran Rerserva 2006
80% Tannat e 20% Ruby Cabernet (cruzamento de Cabernet Sauvignon e Carignan) com 3 anos em carvalho 70% usado. Vermelho granada escuro. Aroma de boa complexidade, bom madeira aparente mas bem integrada, com muitas especiarias, tostados, defumados, frutas secas, alcaçuz. Paladar de bom corpo, taninos da madeira aparecem, bom equilíbrio. Belo vinho.
Nota: 89 pontos
Bouza
Albariño 2010, Bouza (Decanter, R$ 81,30)
Palha claro esverdeado. Fermentado parcialmente (25%) em barricas francesas. Amarelo palha claro com reflexos esverdeados. Aroma elegante e perfumado, com boa complexidade, abrangendo notas frutadas (cítricos, pêra), florais e um fundo mineral. Paladar leve e cremoso com, com ótima acidez. Delicioso.
Nota: 88 pontos

Chardonnay 2010, Bouza (Decanter, R$ 61,85)
30% fermentado em barricas. Cor palha claro. Aroma fresco e frutado. Paladar leve, fresco e agradável, um pouco curto, falta um pouco de estrutura.
Nota: 84 pontos

Tempranillo B15 2009, Bouza (Decanter, não disponível no Brasil)
Vermelho rubi escuro com reflexos violáceos. Aroma e paladar dominados pelo carvalho americano, frutas negras, especiarias. Paladar de bom corpo, taninos finos e doces, madeira aparece no fim de boca. Falta um pouco de estrutura para toda esta madeira.
Nota: 85 pontos

Tannat A8 Parcela Única 2007, Bouza (Decanter, R$ 147,70)
Cor escura rubi violácea. Aroma intenso, limpo e fresco, fruta madura, cassis, ameixa, geléias, baunilha, alcaçuz, tostados, toque lácteo, leve toque herbáceo. Paladar de bom corpo, taninos doces, 15% de álcool (que não aparecem) bem equilibrado, média persistência. Muito nem elaborado, em estilo mais moderno e frutado.
Nota: 89 pontos

Monte Vide Eu 2006, Bouza, Montevideo-Uruguai (Decanter, R$ 182,80)
Elaborado com Tannat (55%), Merlot (25%) e Tempranillo (20%), amadurece 18 meses em barricas francesas e americanas. Vermelho rubi violáceo muito escuro. Aroma intenso e elegante, com frutas negras maduras muito bem delineadas em harmonia com a madeira, tostados, especiarias. Paladar de bom corpo, sem excessos, taninos doces, finos, bom meio de boca, longo e elegante. Um vinho muito bem feito, muito bem proporcionado.
Nota: 93 pontos
Gimenez Mendez
Sauvignon Blanc 100 anos 2010, Gimenez Mendez (Hannover, não disponível no Brasil)
Um belo Sauvignon Blanc, cor clara, branco papel brilhante. Aroma frangrante, muito vivo, fresquíssimo, cítrico, vegetal típico de grama cortada, com fundo mineral. Paladar leve com acidez crocante. Delicioso.
Nota: 88 pontos

Pinot Noir Alta Reserva 2010, Gimenez Mendez (Hannover, R$ 45)
Rubi claro, muito fresco, leve, bem equilibrado e elegante, falta um pouco de estrutura e de tipicidade da casta
Nota: 85 pontos

Tannat Alta Reserva 2009 , Gimenez Mendez (Hannover, R$ 43,80)
100% Tannat com 10 meses em carvalho francês e americano, com 13,5% de álcool. Vermelho rubi escuro com reflexos violáceos. Aroma de bom ataque, com bom frescor, mostrando frutas vermelhas e negras, framboesa, ameixa, madeira e fundo mineral. Paladar de bom corpo, taninos finos e presentes, acidez boa, gastronômico. Boa compra.
Nota: 87 pontos

Luis A. Gimenez Super Premium Tannat 2007 , Gimenez Mendez (Hannover, R$ 162)
Tannat 100% com 18 meses em barricas novas francesas e americanas. Rubi violáceo, muito escuro na cor. Aroma intenso com madeira na frente, muitos tostados, baunilha, frutas negras densas e elegantes, cassis, amora, toque vegetal de musgo e tabaco. Paladar encorpado, taninos doces em profusão, bom equilíbrio, profundo e longo. Em comparação com a safra anterior (2006) este 2007 é mais elegante, mas 2006 tinha mais volume. Ambos excelentes.
Nota: 92 pontos
Marichal
Reserve Collection Pinot Noir Blanc de Noir 2010, Marichal (Ravin, R$ 55)
Elaborado com Pinot Noir (65%) e Chardonnay, fermentado em barricas. Oficialmente é um vinho rose, mas é quase um branco, com cor pálida de pêssego. Aroma perfumado, floral, com frutas vermelhas, morango. Paladar leve e cremoso, com boa acidez. Diferente e muito bom.
Nota: 87 pontos

Tannat "A", Marichal (Ravin, rótulo ainda não disponível no Brasil)
100% Tannat, com 18 meses em barricas novas francesas e americanas. Rubi escuro violáceo, com madeira doce na frente, bem integrada, bem amalgamada com frutas, geléias e especiarias, chocolate. Taninos firmes, madeira aparece na boca, bem proporcionado, bom corpo sem ser volumoso.
Nota: 92 pontos
Filgueira
Sauvignon Gris 2008, Filgueira (Decanter, R$ 33)
Amarelo palha claro . Aroma com toques de oxidação, delicado, com toques de caramelo, baunilha, frutas cristalizadas, ervas. Paladar leve, com boa textura. É um vinho interessante, mas um pouco neutro, falta um pouco de estrutura e expressividade no nariz e boca.
Nota: 83 pontos

Tannat 2009 (Decanter, R$ 30)
100% Tannat, sem madeira. Rubi escuro violáceo. Aroma de frutas negras, ameixas. Paladar de médio corpo, 13% de álcool, taninos finos, secos, limpo e simples.
Nota: 82 pontos
Pizzorno
Don Próspero Sauvignon Blanc 2010, Pizzorno (Grand Cru, R$ 38)
Palha claro, quase branco papel. Aroma intenso e típico, de cítricos, grama cortada, maracujá. Paladar leve e fresco com ótima acidez, 13% de álcool.
Nota: 84 pontos

Primo 1 2004 , Pizzorno (Grand Cru, R$ 190)
Elaborado com 50% Tannat, 25% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot e 5% Petit Verdot, com 2 anos em barricas francesas. Cor entre rubi e granada escuro. Aroma de boa intensidade e complexidade, com madeira nova na frente, chocolate, baunilha, típico toque herbáceo da Cabernet Sauvignon, vegetal de tabaco, frutas negras, cassis. Paladar de bom corpo, 13% de álcool, taninos doces e finos, ainda presentes, secantes, bom equilíbrio. Ainda está novo, precisa ser decantado e pede mais alguns anos em garrafa.
Nota: 91 pontos
De Lucca
Marsanne 2008, De Lucca (Premium, R$ 40,50)
Amarelo palha com reflexos dourados. Inicialmente, servido a 12oC o aroma era quase neutro, ao esquentar abriu-se e mostrou aromas (não muito limpos) de frutas doces, pêssegos, anis, mel, toque floral de jasmim. Paladar leve e macio, onde, com o líquido aquecido na boca, os aromas se repetem, 12,5% de álcool, acidez moderada, final com leve toque de amargor. Um vinho com algumas arestas, mas interessante, bem diferente.
Nota: 83 pontos

Tannat Reserva 2009, De Lucca (Premium, R$ 39)
Rubi violáceo quase escuro. Aroma de médio ataque não muito definido, com álcool sobrando no nariz. Paladar de médio corpo, 12,5% de álcool, seco e sem muita estrutura. Falta fruta.
Nota: 81 pontos

Rio Colorado 2006, De Lucca (Premium, R$ 135)
Elaborado com Tannat (predominante), Cabernet Sauvignon e Merlot. Vermelho na transição entre rubi e granada entre claro e escuro. Aroma de boa complexidade, seco, com toques vegetais de musgo e herbáceos, frutas secas, especiarias. Paladar bastante seco, de médio corpo, taninos finos e secantes, 13% de álcool, boa persistência com agradável toque de amargor no fim de boca. Um vinho difícil (que não agrada fácil), que remete ao velho mundo, cheio de estilo.
Nota 87 pontos
Bodegas Carrau
Ysern Sauvignon Blanc 2009, Bodegas Carrau (Vinhos do Mundo, R$ 29,80)
Palha claro, brilhante, quase branco papel. Aroma de médio ataque fresco, mas não muito limpo ou definido, frutas cristalizadas, cítricos, lima, abacaxi. Paladar leve e macio, com boa textura, acidez correta.
Nota 82 pontos.

Arerunguá Tannat 2002, Bodegas Carrau (Vinhos do Mundo, R$ 78,80)
Cor escura granada, na transição. Aroma intenso com bastante madeira, especiarias doces, baunilha, canela, musgo, toque etéreo de couro e toque animal. Paladar encorpado, com uma bela estrutura de taninos, como se espera de um bom tannat, com boa acidez, longo. Bom, vinho, estilo mais tradicional, com toque de rusticidade. Com alguma evolução, mas com muita vida pela frente.
Nota: 88 pontos

Vilasar Nebbiolo 2000, Bodegas Carrau (Vinhos do Mundo, R$ 99,80)
Passa 24 meses em barricas novas francesas. Vermelho granada escuro com reflexos alaranjados. Aroma complexo e vincado, algo fechado, de frutas maduras, madeira bem integrada, especiarias, vegetal de couro, toque animal. Paladar bastante concentrado, estruturado por taninos firmes, boa acidez. Decantar ao menos uma hora antes de beber. Tem tipicidade da casta e bastante presença na boca.
Nota 90 pontos
Stagnari
Chardonnay De Virginia 2009, Stagnari (Cantú, R$ 44,10)
Palha claro e brilhante. Aroma de médio-bom ataque, com tipicidade da casta, frutado. Paladar leve e macio, com boa textura, 13,5% de álcool, acidez correta.
Nota: 82 pontos

Viejo Tannat 2009, Stagnari (Cantú, R$ 55,90)
Rubi escuro violáceo. Aroma intenso e doce, frutado, com toque herbáceo. Paladar de médio-bom corpo, 12,5% de álcool, falta um pouco de meio de boca e falta frescor.
Nota: 83 pontos

Dayman Tannat 2003, Stagnari (Cantú, R$ 119,07)
Rubi escuro violáceo. Aroma de bom ataque, fresco, mas não muito limpo, toque herbáceo mais intenso, frutas negras, madeira, especiarias doces, geléia, toque de fruta "cozida". Paladar de bom corpo,14,5% de álcool, taninos doces, macio, mas perde um pouco no meio de boca, acidez correta.
Nota: 85 pontos
Montes Toscanini
Elegido Reserva 2009, Montes Toscanini (Casa Flora/Porto a Porto, R$ 25,80)
Chardonnay 60%, Sauvignon Blanc 20%, Gewurztraminer 20%, 12% de álcool. Amarelo dourado brilhante. Aroma intenso e doce, com toques mel, coco, frutas tropicais, florais. Paladar de médio corpo, untuoso, macio, acidez moderada, persistência média. Um corte original, com perfil aromático diferente.
Nota 84 pontos.

Gran Tannat Premium 2004, Monntes Toscanini (Porto a Porto/Casa Flora, R$ 98,40)
Rubi violáceo quase escuro, um pouco esmaecido, com reflexos granada. Aroma perfumado por muita madeira, que domina nariz e boca, com baunilha, coco, cravo, fruta doce. Paladar de médio-bom corpo, taninos muito finos, doces, 14% de álcool, elegante e equilibrado. Em estilo mais tradicional, com longo tempo (18 meses) em madeira americana, muito bom dentro deste estilo.
Nota: 88 pontos
Familia Deicas - Estabelecimento Juanicó
Don Pascual Shiraz/Tannat Reserve 2009, Família Deicas (Interfood, R$ 28,90)
Elaborado com 60% Shiraz e 30% Tannat. Vermelho rubi entre claro e escuro com reflexos violáceos. Aroma frutado, limpo e fresco, com frutas negras maduras, ameixa, amora. Paladar de médio corpo, taninos doces,com 12,5 % de álcool, boa acidez. Simples mas muito bem elaborado e gastronômico. Boa compra.
Nota: 83 pontos

Preludio Blanco 2008, Família Deicas (Interfood, R$ 159,90)
Elaborado com 90% Chardonnay e 10% Viognier, com 11 em barricas novas de carvalho francês. Amarelo dourado brilhante. Aroma intenso e complexo, com muita fruta madura (abacaxi, damasco) amalgamada com madeira, baunilha, mel, manteiga, florais de jasmim. Paladar de bom corpo, untuoso, 14 % de álcool, acidez equilibrada, longo. Um branco que impressiona e encanta.
Nota: 91 pontos

1er Cru d'Exception Tannat 2005, Família Deicas (Interfood, R$ 403,90)
100% Tannat, fermentado em frudres de 5.000 litros de carvalho francês e depois amadurecido em barricas por 18-24 meses. Cor muito escura, violácea. Aroma complexo, com fruta negra densa, geléias, vegetal de musgo, especiarias doces, baunilha, alcaçuz, muitos tostados. Paladar concentrado, com uma parede de taninos doces, 13,5% de álcool, boa acidez, muito longo, boa profundidade. Para longa guarda.
Nota: 93 pontos
Alto de la Ballena
Para encerrar visitei a bodega Alto de la Ballena. Esta vinícola é a pioneira em Punta del Este, região que já começa a atrair investimentos de outras bodegas, como Bouza, que está implantando vinhedos aqui. Os meus prediletos foram o elegante Cabernet Franc e o marcante Tannat-Viognier.

Alto de la Ballena Rosé 2010 (D´Olivino, não disponível no Brasil)
Cor em estilo novo mundo, cor de cereja bem vivo. Aroma pouco intenso, começou com toque químico de sulfuroso que depois saiu e deu lugar a frutas vermelhas, secas, ácidas, cereja, framboesa, goiaba. Paladar leve e seco ótima acidez, gastronômico, com uma ponta de taninos.
Nota: 84 pontos

Alto de la Ballena Tannat-Merlot-Cabernet Franc 2008 (D´Olivino, R$ 62)
50% Tannat, com 9 meses em barricas. Nota-se a madeira americana, baunilha, fruta negra doce. Paladar de médio corpo, bons taninos, doces, madeira aparece na boca, falta um pouco de meio de boca, bem feito, mas muito simples
Nota: 83 pontos

Alto de la Ballena Cabernet Franc 2007 (D´Olivino, não disponível no Brasil)
Passa 1 ano em barricas francesas de 2º uso. Rubi entre claro e escuro. Bom ataque no nariz, fresco com frutas vermelhas bem definidas, toque de eucalipto, madeira bem integrada, toques florais. Paladar de médio corpo, taninos finos, equilibrado, gastronômico, tem classe, bom finesse embora sem complexidade ou profundidade.
Nota: 87 pontos

Alto de la Ballena Syrah 2008 (D´Olivino, não disponível no Brasil)
Passa 9 meses em barricas francesas. Rubi entre claro e escuro, com reflexos violáceo esmaecidos. Aroma de fruta mais madura, ervas, madeira bem casada. Paladar de médio-bom corpo, bom meio de boca, bom equilíbrio geral.
Nota: 87 pontos

Alto de la Ballena Tannat-Viognier 2008 (D´Olivino, R$ 123)
10% de Viognier, com 9 meses de carvalho americano. Rubi escuro com reflexos violáceos. Aroma começa com muita madeira americana, coco queimado, baunilha tostados, depois mostra fruta negra densa e toque floral. Paladar de bom corpo, estruturado por taninos firmes presentes e doces, bom volume de boca se exageros de extração.
Nota: 89 pontos

Alto de la Ballena Merlot 2007 (D´Olivino, R$ 112)
Passa 1 ano em barricas francesas de 1º e 2º uso. Granada entre claro e escuro. Aroma de médio-bom ataque, com frutas negras maduras bem casadas com a madeira, especiarias, toque de couro e caramelo, mineral discreto ao fundo. Paladar de bom corpo, bons taninos, finos e doces, bom meio de boa e equilíbrio geral. Mostra sinais de evolução na cor e aroma, um pouco precoce para um 2007, ainda assim muito bom.
Nota: 89 pontos
Comentários
Juan José Verdesio
ABS Brasília
Brasília
DF
01/03/2011 Prezado Oscar:

A "Provincia Cisplatina" morreu quando os portugueses foram expulsos por 33 Bravos orientais. É o gentilíco dos que nascem na República Oriental del Uruguay. Não é piada, foi assim mesmo. É um episódio triste e menor da história de América Latina sendo melhor esquecê-lo.

Melhor teria sido que tivesse sobrevivido a Confederação de Estados do Sul, chamada de Provincias Unidas del Rio de la Plata, grande projeto abortado do Artigas. Chegou a ter governo único entre Corrientes, Entre Rios, Córdoba, Santa Fe, o Uruguay e poderia ter sido incluído o Rio Grande do Sul. Hoje seria um estado forte e quase desenvolvido. Nem as oligarquias de Buenos Aires nem as do Rio de Janeiro, nem a desunião e brigas de coronéis gaúchos de todos esses mini-estados deixaram que acontecesse.

Felizmente o país chamado Uruguay se manteve independente da Argentina e do Brasil e conseguiu abolir o analfabetismo nos anos 40 e hoje tem um dos menores índices de percepção da corrupção junto com o Chile e comparável com o da França. É um dos Estados democráticos de Direito mais estáveis e sólidos da América Latina. Não existiram fenômenos políticos nefastos como o peronismo nem sofreu da escravatura até quase o século XX como o Brasil.

Por isso mesmo deve ser que os vinhos são feitos com grande competência. Pena que os preços que chegam ao Brasil são preços de vinho AOC francês.

Comparando os preços no varejo no Uruguay e o das importadoras encontramos absurdos extremos que vão desde 100% a 400%, dependendo do vinho e da importadora. Te repasso a lista que consegui dos preços de varejo de várias lojas de lá para que calcules as % e vejas os disparates que acontecem. Ou seja, não dá para acreditar naquela história de que o vinho é caro no Brasil por causa dos impostos internos e/ou os de importação. Uruguay faz parte do Mercosul. Não pode ser que haja 400% de diferença no varejo.

Outra coisa. Se os nomes dos vinhos italianos ficam em italiano tem que por os nomes dos vinhos uruguaios em espanhol e não em português. tem varios com esse probleminha na listagem do Marcelo Copello.

Os que se salvam melhor em diferença em preço são os da Carrau e o da H Stagnari. Com esses não me sinto roubado.

Precos no varejo no Uruguay e (a direita) o preço no Brasil em reais:
  • Pisano Chardonnay RPF 24,08 - 48,26
  • Pisano Rio de los pájaros Corte tinto 17,00 - 34,90
  • Bouza Alvarinho 33,00 - 81,30
  • Bouza Chardonnay 19,00 - 61,85
  • Bouza Tempranillo 31,00 - 104,00
  • Bouza Tannat A8 Parcela unica 68,00 - 147,70
  • Bouza Monte vide Eu 85,00 - 182,80
  • Gimenez Mendez Tannat Alta reserva 19,00 - 43,80
  • Gimenez Mendez Luis A. Gimenez Super Premium Tanat 102,00 - 162,00
  • Filgueira Sauvignon Gris 10,00 - 33,00
  • Filgeuira Tannat 11,00 - 33,00
  • Pizzorno Don Próspero Sauvigon Blanc 12,00 - 38,00
  • Delucca Marsanne 10,00 - 40,50
  • Delucca reserva Tannat 10,00 - 39,00
  • Carrau Areranguá Tannat 42,00 - 88,00
  • H Stagnari Tannat Viejo 25,00 - 55,90
  • H. Stagnari Dayman Tannat 80,00 - 119,00
  • Montes Toscanini Elejido Reserva 13,00 - 25,80
  • Montes Toscanini Gran Tannat Premium 44,00 - 98,40
  • Familia deicas Preludio Blanco 68,00 - 159,90
  • Familia deicas 1ière Cru d'exception Tannat 140,00 - 403,90 (dá para pagar a viagem até Montevideo e descontar a passagem e comer como um xeque da Arabia em meia duzia de garrafas.)
  • Alto de la Ballena Tannat-Merlot-Cabernet franc 18,00 - 62,00
  • Alto de la Ballena Tannat Viognier 37,00 - 123,00
  • Alto de la Ballena 37,00 - 112,00

    Até mais.
  • Marcelo Copello
    Colunista
    Rio de Janeiro
    RJ
    03/03/2011 Caro Juan, os vinhos no Brasil em geral (nacionais e importados) muito caros, fato que já alertei várias vezes, sempre que posso, de diversas maneiras, incluindo em entrevistas como esta:

    http://guiadevinhos.ig.com.br/notas/ver/critico_numero_1_reclama_do_pre_o_alto

    Cheguei a falar com isso com o pessoal da Alto de la Ballena e eles disseram que vão reclamar com o importador. Isso é uma cruzada antiga e acho que se seguirá por muito tempo ainda. Temos que reclamar mesmo.

    Abs
    Marcelo Copello.
    EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]