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 Fim de semana no Rio Grande do Sul. Calor: muito. Entre os jovens, uma contradição: no verão, migram do vinho para a cerveja - mas continuam tomando chimarrão ... pelando! São jovens, perdoai ... Bom, mas eu fui a Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves, visitar a Dal Pizzol a convite do meu amigo Antonio (do mesmo sobrenome).
Fazendo parte do contingente de imigrantes que chegaram ao Brasil por volta de 1878, os irmãos Martin e Bartolo Dal Pizzol escolheram a região da serra gaúcha, Bento Gonçalves, onde se estabeleceram. Vieram de Valmareno, pequeno povoado da província de Treviso, nos Pré-Alpes italianos. Dedicaram-se, inicialmente, como todos os imigrantes, à agricultura rudimentar da época e, simultaneamente, iniciaram o plantio de videiras, cujo vinho se destinava ao próprio consumo.
Em 1940, os descendentes estabeleceram-se nas terras recém adquiridas em Faria Lemos, cujos vales e encostas eram promissores para o cultivo da videira. Plantaram famosas castas européias e passaram a produzir o melhor vinho.
Em 1974, foi criada a Vinícola Monte Lemos Ltda., empresa constituída unicamente pelos membros da família Dal Pizzol. Foi escolhido o nome Monte Lemos (Faria Lemos), em cujas encostas estão plantados os vinhedos da família, que dão origem aos vinhos de sua adega.
Lá chegando, o primeiro impacto é o Parque Temático: impressionante. Numa área de 80.000 metros quadrados, está localizado o escritório da empresa, o varejo (uma butique de vinhos), a enoteca e um museu a céu aberto, onde estão expostas peças e utensílios utilizados pelos primeiros italianos que vieram do Trentino, do Vêneto, do Treviso, do Bérgamo (daí o gaúcho chamar tangerina de bergamota, porque eles plantavam a fruta ao lado dos parreirais) e até da Toscana. Isso começou por volta de 1870, quando se inicia na serra gaúcha a segunda epopéia do vinho brasileiro. Os buracos de onde era extraído o barro para elaborações de tijolos se transformaram em lagos nos quais nadam peixes, gansos e patos. E em sua margem foi erguido um restaurante, todo envidraçado para valorizar o deslumbrante entorno verde e de onde se vêem pavões abrindo os seus leques, como se fossem figurantes do cenário bucólico. Um quadro de Monet.
O restaurante - Ristorante Enoteca Dal Pizzol - oferece o mais genuíno da cozinha regional desses primeiros imigrantes e é comandado pelo irmão Rinaldo e sua esposa e chef, que elaborou o cardápio a partir das premissas que representam o Cultural, os Grelhados, o Menarosto e o Típico. E são harmonizados cuidadosamente pelo enólogo da vinícola, o simpático Dirceu Scottá. Que nos serve um Do Lugar Espumante Brut para abrir os trabalhos e um Rosé Espumante Brut para compararmos. Incomparáveis! Depois, provamos um Dal Pizzol Gewürztraminer e partimos para dois tintos: o magnífico Pinot Noir e o Ancelotta, que encerrou o bródio.
A produção anual é de 250 mil garrafas (200 mil litros). Deste total, 51% são vinhos tintos, 12% vinhos brancos, 32% espumantes e 5% suco de uva. A vinícola é muito bem representada no Rio pelo dinâmico Fredy Schlesinger e lançou há dois anos a embalagem bag-in-box, contendo o vinho tinto Do Lugar Merlot-Cabernet e, mais recentemente, o branco Do Lugar Riesling-Chardonnay. Sucesso, na medida em que aumenta o consumo de vinho em taça (graças a Deus e à Lei Seca), mantendo o sabor por semanas. Além disso é uma embalagem econômica, prática para ser transportada (não quebra e garante maior volume de líquido em menor espaço) e, quando acaba, descartável e biodegradável.
Conselho: podendo, liguem para o Fredy, no Rio (21-2249-0520 ou 21-9177-4685) ou diretamente para a Dal Pizzol, em Faria Lemos, RS (54-3452-2055) ou passem um e-mail para a Lucinara Anacleto - [email protected] - e agendem uma visita. E depois me contem... |
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