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    Os meus Melhores Momentos na Expovinis 2009 e os vinhos que recomendo para comprar de caixa

    No primeiro dia ao chegar, fiquei muito impressionado e emocionado, com os stands dos vinhos brasileiros, os maiores e os melhores da Expovinis. Muitos produtores apresentaram suas novidades, mesmo alguns que tinham stand próprio, como a Vinícola Carraro, também fizeram questão de ter uma representação junto ao grupo principal de produtores nacionais, e outros lamentaram não poder estar presentes, além do stand próprio, como a Vinha Solo.

    Posso dizer, sem medo de errar, que a distância entre a qualidade dos vinhos brasileiros dos chilenos e argentinos, não passa de apenas 4 anos... Ou seja, meu primeiro momento de alegria foi saber que em 2013, estaremos produzindo vinhos de qualidade como Chile e Argentina produzem hoje!

    Isso foi confirmado por comentários de críticos uruguaios, pelo interesse dos adidos comerciais dos tradicionais países produtores de vinhos presentes à Expovinis como a comitiva da Alemanha com discurso em alemão para quem estivesse no stand no último dia do evento; da Borgonha, da Provence, Portugal e seus novos vinhos da nova região de Lisboa.

    Miolo

    Na Miolo, fiquei feliz em saber algo que o Alexandre me contou com orgulho: que a estratégia de melhoria de qualidade passa agora por melhorar as uvas no vinhedo, ou seja, melhorar e aumentar aquelas classificadas como A, promovendo muitas que eram B e desenvolvendo mais A’s; depois promovendo muitas que eram C para B e, desenvolvendo mais B’s; e finalmente melhorando aquelas que eram C’s... Ou seja, melhoria de qualidade total de cada parreira dos vinhedos.

    Vocês sabem o que isto significa? Que os vinhos mais simples, como o velho Seleção vai melhorar continuamente de qualidade e assim sucessivamente subindo aquela pirâmide de qualidade que consta de todos catálogos da Miolo. Ou seja, em 4 anos talvez, o Seleção seja equivalente ao Cuvèe Giuseppe de hoje!

    Ali na Miolo, degustei apenas a novidade que Adriano trouxe à feira: um Pinot Noir RAR, (Campos de Cima da Serra - Vacaria), um vinho totalmente diferente de todos os Pinot Noir que conheço, principalmente do Pinot Noir de Bagé e de Bento da mesma Miolo, mostrando ao mundo que já sabemos explorar toda gama de cores, aromas e sabores que a Pinot Noir pode oferecer, algo que nem a Borgonha é capaz de ousar pensar... Não é fanatismo não, é porque a Borgonha não possui a variedade de Terroir e de tecnologia de viti-vinicultura que a Miolo possui... C’est la vie, messieur!

    Este Pinot Noir ainda é um vinho conceito, em evolução, é claro diferente, que merecerá uma atenção especial do setor de marketing da Miolo para comercializar dois Pinot Noir tão diferentes assim. Está classificado como Super Premium pela qualidade das uvas que o elaboram, mas para mim ainda não chegou ao nível dos bons PN do Chile...

    Fiquei triste porque esperava encontrar o Chardonnay Cuvèe Giuseppe, mas o lançamento deste ficou para o segundo semestre. Para comprar de caixa continuo recomendando o Pinot Grigio.

    Agora, a Miolo possui mais de 70 rótulos, escolha os seus, os preços não são abusivos e se você é brasileiro e não ter degustado todos estes rótulos é um pouco como ir a Roma e não ver o Papa...

    Boscato

    Na Boscato, fiquei feliz em conversar com o Clóvis, e sua filha Roberta, com quem eu vivo desafiando os conceitos de Terroir e ali, um breve encontro com o Didu Russo e com um dos mais sérios julgadores de vinho do Brasil: José Luis Pagliari. Todos ficamos boquiabertos ao ouvir uma confissão do Clóvis: "Schiffini, em 1994 fomos 15 produtores brasileiros de vinho expor nossos produtos num evento no Chile. Comparativamente aos demais vinhos presentes, nossos vinhos eram tão ruins, que deixamos apenas os sucos de uva em exposição. Aprendemos a lição, voltamos para casa e nesses últimos 15 anos melhoramos muito. Com certeza, mais 4 ou 5 anos teremos vinhos tão grandes como os chilenos. Por exemplo: aprendemos que a quantidade de boro no solo é um fator importante para melhorar a qualidade do mesmo... e nós temos pouco a pouco adicionado Boro no nosso solo."

    Aí, eu voltei no tempo 20 anos e, lembrei quando trouxe ao Brasil junto com a Academia Brasileira de Ciências, Herbert Brown, premio Nobel de Quimica de 1979 (consulte Herbert C. Brown - Autobiography, apenas para quem gosta de Boro).

    Fiquei mais emocionado ainda quando Roberta Boscato explicou que acompanha on-line 82 fatores ligados à qualidade de cada videira de seu vinhedo e como ano a ano não são sempre as mesmas videiras de uma dada parcela fixa do terreno que dão os melhores resultados, ela colhe as uvas para fazer seus Gran Reservas destas parreiras que anualmente apresentam os melhores resultados nos seus 82 parâmetros... Algo como a qualidade das uvas se move pelo parreiral ano a ano... Bonito não! Isto é algo a mais do que escolher uma parcela fixa do vinhedo para plantar esta ou aquela variedade de uva porque ali ela se dá melhor... Isto é Agricultura de Precisão, com métodos tupiniquins, mas funciona!

    Para comprar de caixa: Gran Reservas Cabernet e Merlot de QUALQUER SAFRA!

    Casa Valduga

    Outro momento especial foi na Casa Valduga num bate papo com Juarez Valduga, e alguns amigos da SBAV – RJ, Lauro e José Hilário; quando pudemos descobrir as maravilhas de seus espumantes e chardonnays medalhados de ouro e Top Tem, seus espumantes e rosados Amantes, vinhos ousados que provocaram reações puritanas de alguns pastores e clérigos que ainda não entenderam o papel do vinho na liturgia cristã.

    Mas o ponto alto foi a programação visual do lançamento do Heitor Villa Lobos Cabernet Sauvignon 2005, envolvido em papel de seda com trechos das Bachianas Brasileiras. Outra novidade é que Eduardo, o filho do Juarez, usa e abusa todo seu conhecimento e arroubo da juventude, produzindo o Punto Nero, usando tudo que aprendeu com o Catena na Argentina e já ganhando prêmios internacionais.

    Continuo recomendando comprar de caixa o Cabernet Franc Premium, o melhor vinho “Best Buy” do mercado Brasileiro para o dia a dia e porque não o Gewürztraminer que é exportado para Alemanha. Vinhos na faixa de R$ 30,00. Mas o momento mais encantador do Juarez foi quando nos presenteou com uma embalagem “sui generis” da sua Grappa. Nem Givenchy conseguiria design igual...

    Cordilheira de Santana

    Outro grande momento da Expovinis para mim foi degustar com Rosana Wagner seus vinhos Chardonnay e Gewürztraminer da Cordilheira de Santana e o lançamento do seu vinho tinto Reserva dos Pampas, safra 2004. Este vinho é o resultado de um corte entre as uvas Cabernet Sauvignon, Tannat e Merlot. De coloração rubi brilhante, foi vinificado de uma forma tradicional, com temperatura de fermentação controlada entre 26 a 28ºC, macerado durante 10 dias e envelhecido 5% em barris de carvalho por 12 meses. É um vinho de aroma intenso, com notas vegetais e de frutas vermelhas, além da baunilha originária dos barris. É macio, bem arredondado, porém com boa estrutura tânica. É a combinação ideal, para massas com molhos fortes; carnes vermelhas, cordeiros, pizzas condimentadas, frangos grelhados e risotos. É também excelente para servir com queijos como Cheddar, Brie e Roquefort. Um vinho com uma assemblagem que vai dar o que falar. Provem.

    Marson

    Rever João Marson da CAVE MARSON e o seu Ancelota que surpreendentemente não passa em madeira ou o seu Gran Reserva 2002, para aqueles que como eu gostam de vinhos maduros, mais evoluídos é sempre um prazer. Comprem todas as caixas antes que acabe.

    Vinícola Pericó

    Agora fiz questão de cumprimentar o pessoal da Vinícola Pericó principalmente o Sr Wandér Weege, administrador da vinícola, pelo seu espumante branco elaborado de uvas tintas Cabernet Sauvignon e Merlot, primeiro espumante das terras de altitude e da neve Catarinense. Adorei o espumante branco, sem dúvida para comprar de caixa, o rosado amarga um pouco na boca, embora o enólogo Jeferson Nunes me disse que já será corrigido, e vale a pena provar o Taipa.

    Marco Danielle

    Fui um dos primeiros a incentivar e a estimular o Marco Danielle a produzir seus vinhos de autor, não o conhecia pessoalmente, passei no stand da Vinha Solo e lá estava ele rodeado de interessados, estava a Sonia e muita gente querendo conhecer seu vinho, um vinho diferente, elaborado por um enólogo autodidata, seguindo todas diretrizes de outro enólogo, simplesmente Emile Peynaud! Para alguns talvez este fato seja impossível de ser aceito... Enfim um artista multifacetado como o mundo moderno exige.

    Falei pouco com ele, degustei o Prelúdio que estava na mesa e prometi voltar. Mas sempre que voltava o stand estava cheio, entendi que não seria nesta Expovinis que poderia tentar entender as razões da alma ebuliente deste artista... Ele me chama de grande agitador dos fóruns da Internet. Sinto me orgulhoso por este título, porque sou intelectualmente bastante insatisfeito com a falta de iniciativa mental que encontro nas Associações de classe ligadas ao Vinho. (Alô ABE, é com você, esta minha crítica).

    Talvez seja um defeito meu de formação, tive que trabalhar por 18 anos tentando mostrar a pesquisadores, cientistas e professores brasileiros como era feita a Pesquisa, o Desenvolvimento, a Manufatura e a Educação nos anos cambiantes nos campos da Tecnologia de Informática durante os anos 70, 80 e 90 e nosso país continuava arraigado as promessas de uma malfadada reserva de mercado.

    Acontece algo similar com os produtores de vinho no Brasil, tente você acabar com os vinhos de garrafão... (Alô produtores de vinho, é com vocês esta minha reclamação). São poucos os brasileiros que assumem risco fora dos salões de jogos de azar ou da Bolsa de Valores.

    Por isso entendo a cabeça do Marco Danielle, mesmo tendo falado menos de 5 minutos com ele... Visto que per vivere é bisogno rischiare... Já dizia um importante estadista do Velho Mundo dos anos 30... Falei pouco com o Marco Danielle. Mas num dado momento passei pelo stand e estava vazio e falei com Milton Scola, o agrônomo que cuida dos vinhedos para o Marco. Foi com ele que pude entender melhor sem polêmica as maravilhas de vinhos vegetais, orgânicos, biodinãmicos e como seu paladar percebe vinhos limpos, francos isentos de agrotóxicos herbicidas, etc.

    E com estas tecnologias clonadas de Emile Peynot posso dizer para desespero dos franceses que querem conquistar 10% de nosso mercado que nós já temos o Prelúdio. Um “Bordeaux-zinho” pertencente ao movimento Green. Por apenas R$ 37,00!
    Este é para comprar de caixa, seu fígado vai agradecer e você vai fazer a felicidade do Jandir. (Visite: http://www.tormentas.com.br/interna2.asp?id=Apresentação)

    Alô Luiz Otávio, Alô Chris, volte ao Fórum, Alô Saraiva, Alô Rogério, e agora?

    Será que o Prelúdio será o Federer, tendo como árbitro o Spurier? O novo grande julgamento de Paris. Será que os Franceses não aprenderam que é preciso mudar!

    Meus amigos amantes de Bordeaux baratos, vai ser difícil achar um Bordeaux por 3 ou 4 Euros para bater o Prelúdio...

    Lembre-se que a França consumia cerca de 106 litros por pessoa, por ano em 1973. Por que os produtores franceses não tentam recuperar o mercado perdido na sua própria terra, nestes 35 anos, onde existe a cultura tradicional de todo mundo beber vinho? Alguém ousa me responder?
    Xô, bordeaux vagabond. Je suis desolè!

    Panizzon

    Sem dúvida para comprar de caixa ainda é o Maximus da Panizzon, Panizzon Vinhos, Sucos e Espumantes medalha de ouro agora, em março na Grécia.

    Milantino

    Outra vinícola nacional que merece sua atenção: a Vinícola Milantino, Vinhos Finos e Espumantes. Já recomendei para comprar de caixa o Teroldego, apenas R$ 34,00.

    Lidio Carraro

    Fiquei muito feliz ao falar com Isabel Carraro e filhos. Finalmente entenderam que quem faz o preço dos vinhos é o mercado... Vinhos de boutique podem ter seu publico, mas o consumidor brasileiro já evoluiu e o produtor também. Não adianta produzir vinhos muito caros, pois a quantidade é pequena, a margem também e ansiedade é grande.

    A Patrícia me mostrou orgulhosa um excelente Chardonnay por R$ 35,00. Parabéns! Lidio Carraro Vinícola - Serra Gaúcha. Agora vamos encontrar a diretriz certa.
     
    Comentários
    Antonio Carlos Ferreira
    Rio de Janeiro
    RJ
    19/05/2009 Schifini, brilhante como sempre.

    Se puder ajude este leigo aqui que tem a seguinte dúvida: Como fazer com que esses vinhos passem a integrar cada vez mais a mesa dos brasileiros, se em sua maioria custam mais do que muitos portugueses, chilenos e argentinos (sem comparação com qualidade)?

    Como aumentar o consumo desses vinhos se (caso do Rio) dificilmente se encontra esses produtos vendidos em todos os supermercados e lojas do ramo? Porquê é tão difícil encontrar esses rótulos, senão através do site?
    Rafael Mauaccad
    Enófilo
    São Paulo
    SP
    19/05/2009 Caro Schiffini,

    Se em qualidade e técnica a evolucão de nossa vitivinicultura alcancará os patamares internacionais em 4 anos, também neste período estaremos colhendo os resultados das intervenções comerciais que maestralmente estão sendo conduzidas pelo Ibravin, sob a batuta de Carlos Paviani e a atuacão do elenco de vinícolas associadas.

    Tivemos a oportunidade de assistir neste último dia 05, na Expovinis, a apresentacão da campanha publicitária promovida pelo Ibravin: Abra sua cabeca, abra um vinho brasileiro, com o slogan: Abra e se abra, que visa a construcão de imagem, posicionamento de marca e identidade para o vinho nacional, focando nossa imagem alegre, autêntica e jovem. Pudemos também conhecer o trabalho que será desenvolvido pelo Ibravin e Apex na promocão em 25 feiras no exterior (mais informacões em www.winesfrombrazil.com.br).

    Tímida ainda a agressividade comercial das vinícolas nos grandes centros. As tropas sulistas estão estacionadas nas periferias e acessos. Exorto aos companheiros, tenham coragem e inundem as cidades com seus vinhos, fazendo recuar esta legião estrangeira que tomou de assalto nosso mercado. Façam em memória a Angelo Salton, grande líder do setor e cuja coragem deve servir de exemplo.

    Colegas, desculpem a patriotada!!!

    Abracos a todos,
    Rafael

    Parabéns, Rafael! A bandeira foi contribuição minha.

    Oscar
    Paulo Salerno
    Fotógrafo
    Rio de Janeiro
    RJ
    20/05/2009 Mano! Que coisa bem escrita! Melhor do que beber foi te ler...
    Valdiney Ferreira
    L'Orangerie
    Rio de Janeiro
    RJ
    20/05/2009 Como sempre uma aula do mestre Schiffini. Fico feliz com as dicas sobre a indústria brasileira e seus produtores porque são dados que corroboram uma observação de contínuo aumento de qualidade do produto nos últimos 10 anos.

    Mas, com raras exceções se avançamos firmes na vitivinicultura, é sofrível a política de marketing das empresas. Na L'Orangerie batalhamos muito para ter uma boa oferta de vinhos brasileiros. Mas é duro girá-los! Temos que treinar o pessoal e divulgá-los sozinhos para vender o vinho. Poucos o conhecem e quando apresentamos se assustam com os preços. Politica de marketing também é preciso! Perguntem ao Rogerio Dardeau (descendência de familia francesa produtora de vinho que conhece esta história como poucos!)
    Werner Schumacher
    Enófilo
    Bento Gonçalves
    RS
    21/05/2009 Parabéns Schiffini, muito boa matéria e por acreditar no nosso potencial. Com certeza vamos mostrar aos incrédulos que estás certo.

    Mas, como bem disse o Rafael, falta agressividade comercial ao setor e, também,logística.

    Forte abraço
    Werner Schumacher
    Gustavo Silveira
    Enófilo
    Rio de Janeiro
    RJ
    21/05/2009 Excelentes informações.

    Como sempre uma verdadeira aula.
    Romaine Carelli
    Chef de cozinha
    Niterói
    RJ
    22/05/2009 Não é a toa que te chamo de Mestre. Te encontrar por lá é sempre muito bom.

    O Brasil vem se superando mesmo. Trabalho excelente.
    Cesar Martins Velasco
    Representante Importadora La Vigne
    Rio de Janeiro
    RJ
    23/05/2009 Belíssima explanação meu amigo, como sempre dando banho nos enófilos de plantão, pela sua atualidade. Só acho uma grande sacanagem o título de enófilo da velha guarda.

    Abraço e vamos em frente
    Roberto Cheferrino
    Rio de Janeiro
    RJ
    24/05/2009
    Eder Heck
    Sommelier Mr. Lam
    Rio de Janeiro
    RJ
    01/06/2009 Caro Schiffini,

    Tudo ao seu tempo, a qualidade vem com muito trabalho e dedicação. Novos projetos no Brasil já estão dando o que falar.

    Parabéns
    abs
    João Luiz Caputo
    Médico
    Niterói
    RJ
    03/06/2009 A verdade é que quando não se conhece o vinho que se está bebendo, ou seja, às cegas, e todos discorrem varios elogios a ele, e também ao se comentar o preço, todos são unânimes em dizer a justiça do preço em relação a qualidade do vinho bebido.

    Finalmente, ao se descobrir que o vinho em questão é brasileiro, todos são unânimes em afirmar que é caro para um vinho brasileiro.

    Constatei esta situação quando participei de uma degustação às cegas na SBAV. Nós brasileiros sofremos de uma sindrome chamada SINDROME DO VIRA-LATA, ou seja, não dá valor ao que é seu e somente o que vem de fora, do estrangeiro. Coisa de colonia portuguesa que ficou arraigado no nosso DNA.

    J.L.Caputo
    Matheus Tomaz
    Sommelier
    Curitiba
    PR
    06/06/2009 Pra quem trabalha com os vinhos no dia a dia, cabe a dificil tarefa de fazer com que os consumidores percam esse preconceito de que os vinhos brasileiros são ruins, desequilibrados e caros.

    Eu sou bairrista nesse quesito (se os gringos são, por que não somos também?) e indico vinhos nacionais para clientes que gostam de experimentar e confiam em minhas sugestões. A partir do momento que você conquista a confiança do cliente, ele começa a entender que hoje o potencial do Brasil para produzir vinhos finos é tão grande, que os limites são dificeis de imaginar, ainda mais com a chegada da tecnologia e mão de obra qualificada trazidas do exterior.

    Acredito que a maneira mais correta para isso é indicar os vinhos com uma harmonização criativa entre vinhos e pratos e vale lembrar que os vinhos nacionais são muito gastronomicos.

    Os vinhos tintos mais simples de Merlot e Cab.Sauvignon são perfeitos com uma comidinha simples do dia a dia, como, arroz, feijão, salada e bife. Temos também os vinhos premium e super premium que ficam ótimos com pratos tipicos. Alguns exemplos seriam, Merlots mais encorpados com Escondidinho de carne seca, Baião de dois ou até mesmo um Feijão tropeiro ou um Tutu de feijão, e os de Cabernet Sauvignon mais encorpados vão muito bem com Vaca atolada, Churrasco de carnes suculentas (picanha, cordeiro, costela), feijoada, Arroz de carreteiro, Rabada, etc.

    Fora isso temos os brancos e os espumantes charmat e champenoise, que vão muito bem com nossos maravilhosos peixes e frutos do mar, uma boa moqueca, vatapá e até mesmo uma carninha de porco mais delicada e condimentada.

    Enfim, são tantas as opções de pratos e de harmonizações que a gente pode brincar a vontade com diversar combinações bacanas.

    Em todas as degustações que fiz com meus companheiros Sommeliers, levei vinhos nacionais e servi as cegas. O resultado foi sempre muito positivo, e na maioria das vezes os vinhos nacionais superaram os vinhos gringos. Achei uma boa técnica para mudar as opiniões negativas.

    Temos que defender o que é nosso usando a criatividade.

    Um abraço.

    Excelente, Matheus!

    Oscar
    Celio Fortes de Almeida
    Representante/Distribuidor
    Niterói
    RJ
    19/06/2009 Querido Schiffini,

    Saudades, há quanto tempo não nos vemos. Parabéns pela valorização do vinho nacional. Belo trabalho. Vamos nos falar.

    Um forte abraço.
    [email protected]
    (021)8126-0220
    EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]