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Análises de preços
  Introdução  

Desde que a multinacional americana A&M International anunciou sua chegada ao Brasil, eu fiquei bastante entusiasmado. Os rumores eram de que eles iriam jogar pesado, praticando uma política de preços agressiva, e eu já fiquei sonhando em, finalmente, beber os maravilhosos Cabernet e Chardonnay californianos a preço de banana.

Esta semana, os preços dos vinhos americanos que serão representados por sua subsidiária brasileira, a BevBrands, enfim vieram à tona, em uma matéria publicada no blog de vinhos da Revista Veja.

Isso representou uma excelente oportunidade para fazermos a comparação das margens aplicadas pela nova importadora com as das nossas já familiares importadoras tupiniquins, exclusivamente para vinhos americanos.

Como diz o ditado: Mais alto o coqueiro, maior é o tombo! E eu estava lá no topo, aguando de satisfação com os deliciosos vinhos que iria provar. Caí feio e me estabaquei no chão.

Confiram vocês mesmos quem se saiu melhor nesta comparação.

Oscar Daudt
As Importadoras

A base de importadoras para comparação é bastante restrita, visto que muito poucas se arriscam nesse nicho de mercado. Além da própria BevBrands, conseguimos encontrar vinhos americanos apenas na Decanter, na Mistral e na Vinci.

A World Wine também vende vinhos da Califórnia, mas apenas 3 rótulos foram encontrados em seu site e, tendo em vista tão reduzida amostra, achamos mais apropriado desconsiderá-la na comparação.

Outra importadora que tem vinhos americanos em seu catálogo é a Reloco, mas essa empresa, de uns tempos prá cá, deixou de publicar os preços em sua página da Internet e fomos obrigados a não incluí-la. Uma pena!
A Metodologia

Como de costume, fizemos a comparação dos preços praticados no mercado nacional com os preços do mercado americano.

Para obter o preço em nosso mercado, fizemos uma pesquisa nos sites das importadoras, no dia 17 de fevereiro. A única exceção foram os preços da BevBrands, que conforme já citado, foram obtidos na matéria do blog da Veja. Para transformar o preço em reais para dólares, utilizamos a taxa de câmbio do dia, no valor de R$2,32/US$1,00.

Para determinar o preço no mercado dos Estados Unidos, pesquisamos o site Wine-Searcher. Procuramos sempre o mesmo vinho, da mesma safra, e consideramos a média dos 3 menores preços encontrados para calcular nossa estimativa do preço naquele país. Quando não eram encontradas 3 cotações, a média era calculada sobre as cotações disponíveis.

O Índice de Divergência de cada importadora foi então calculado considerando-se quanto um consumidor gastaria para comprar cada um dos vinhos aqui no Brasil e lá na América. A diferença percentual entre os dois totais resultou no Índice de Divergência.

Em bom português, um índice de 200 significa que se um americano compra um vinho por 100 dólares, o pobre consumidor brasileiro pagaria 300 dólares por esse mesmo vinho! Tudo bem, nós somos ricos e eles são pobres!
A Classificação
As quatro importadoras consideradas na análise foram assim classificadas:
  Classificação Importadora Índice  
1° lugar Vinci 155,8
2° lugar Mistral 162,3
3° lugar BevBrands 201,8
4° lugar Decanter 250,6
Os Dados do Levantamento

Aqueles que desejaram conferir os dados utilizados para a realização desta análise, poderão obter a planilha com todas as cotações clicando aqui.

No entanto, recomenda-se ao leitor que for examinar esses dados, amarrar-se bem na cadeira, para que as diferenças mais exorbitantes não o derrubem de susto!
Conclusão

A conclusão é a de que continua tudo como dantes no quartel de abrantes.

A grande tsunami que todos esperavam que fosse subverter o mercado brasileiro de vinhos importados terminou se revelando, pelo menos por enquanto, apenas uma marolinha!

Noves fora, continua sendo mais vantajoso para o consumidor comprar seus vinhos americanos nas duas filhas diletas do importador Ciro Lilla: a Vinci e a Mistral.
Comentários
David Bizinover
Rio de Janeiro
RJ
18/02/2009 Os dados do levantamento do tópico Vinhos Americanos não estão disponiveis até às 11 h de hoje.

Abraços
David

Desculpe, falha nossa... Agora já estão lá! Obrigado pelo aviso.

Oscar
Jandir Passos
Rio de Janeiro
RJ
18/02/2009 É meu caro Daudt, alegria de pobre dura pouco...

Não é à toa que continuamos com os raquíticos 1,8 litros por pessoa, por ano, no Brasil. O vinho no Brasil é caro, muito caro, e não há interesse, e nem uma estratégia, visando aumentar o número de consumidores no mercado nacional. Esses altos preços é consequência de uma mentalidade anacrônica de tratar o vinho no Brasil como algo de luxo, para poucos privilegiados, quase um símbolo "fálico" de poder e ostentação para quem tem dinheiro e não se importa em pagar o preço que for.
Marcos
Santos
SP
18/02/2009 OSCAR, SEUS APONTAMENTOS SÃO SEMPRE DE GRANDE VALIA!

EM RELAÇÃO AS IMPORTADORES, ELAS SE MANIFESTAM A RESPEITO DO ASSUNTO?

ABRAÇOS
MARCOS

Até agora, nenhuma manifestação...

Oscar
José Paulo Schiffini
Búzios
RJ
18/02/2009 Caro Oscar,

Eu estava certo ao duvidar dos Americanos...

Schiffini
Jorge 18/02/2009 Oscar.

Estão faltando os títulos nas colunas! Já que os vinhos são diferentes, fica complicada a avaliação.

Obrigado, Jorge, já acrescentei.

Oscar
Paulo Salerno
Rio de Janeiro
RJ
19/02/2009 caro jandir

Pobre no brasil não bebe vinho, bebe cerveja, traçado e cachaça.

E que eu me lembro só bebi vinho americano na america ! e olha lá !
Ana Lúcia
Rio de Janeiro
RJ
25/02/2009 Deixo aqui uma sugestão: já temos em alguns poucos lugares os vinhos da Castoro Cellars que oferecem excelente custo x benefício. Vale a pena experimentar!

Abraço,
Ana Lúcia

Seria bom se você especificasse esses poucos lugares, para a gente poder encontrar!

Abraços,
Oscar
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]