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 Cá estou eu, outra vez, invadindo a praia da Luciana Plaas, mas não resisto em contar minha aventura enogastronômica. O planejado era conhecer o Azumi, tradicional restaurante japonês da Viveiros de Castro, em Copacabana. Entramos, sentamos e, antes de mais nada, fui conferir a carta de vinhos. Só havia duas linhas: vinho nacional e vinho importado (Concha y Toro). Assustador! Ainda perguntei à garçonete se havia algum espumante. Não, nada... Levantamos rapidinho e fomos embora.
Como a vontade de comer um bom japa com um bom espumante era grande, lembrei-me do Sushi Leblon, que eu sabia ter uma carta de vinhos interessante e rumamos para a Dias Ferreira, no Leblon. Apesar de ser um domingo à noite, o restaurante estava lotado e a previsão de espera por uma mesa era de 30 minutos. Nem pensar! A fome era grande...
O que veio à cabeça, então, foi o Nam Thai, um restaurante tailandês, ali pertinho, que não conhecíamos. E seguimos a pé, mesmo. A minha grande surpresa veio na carta de vinhos: o primeiro branco lá listado era um vinho que eu andava catando pelas lojas da cidade: o Casa Valduga Chardonnay Gran Reserva (clique aqui para lembrar dessa procura). E o preço? 39 reais, enquanto que no Quiosque Dionísio custa 56 reais. Pedi rapidinho, sem titubear. Era bom demais para ser verdade! E, claro, não era verdade...
Quando o vinho chegou, não veio o Gran Reserva; veio o Premium. Reclamei e o garçom ficou verdadeiramente atônito, perdidaço e foi fazer uma reunião com o maitre. Decidiram me contar que eles não mais trabalhavam com o Gran Reserva, pois não o encontravam no mercado (pelo jeito, não sou só eu...), que a carta estava incorreta e precisava de atualização e que eles só tinham o Premium. Perguntei quanto era. Os mesmos 39 reais. Estranho, não? Mas eu achei que não valia a pena insistir, pois o valor até que estava legal, já que eu havia pago na loja 26,90 reais e isso resultava em um sobrepreço de 45%, o que para os padrões do mercado é uma barganha! Fomos de Premium, mesmo.
Eu e Mme. F. (que saudades do Apicius!) começamos com os Dim Sum: Peixe com gengibre (7 reais) e Camarão com broto de bambu (também 7 reais). Aqui cabe esclarecer que a humanidade se divide em 2 grupos: os que adoram o coentro e os que odeiam o coentro. Não há meio termo! Eu pertenço ao segundo grupo e o cardápio do Nam Thai é líder espiritual do primeiro. Eles usam e abusam desse tempero e eu tinha de ficar catando para eliminá-los do meu caminho. Quando eu era bem sucedido, a coisa ficava boa.
Continuamos com os Kraton Tong (20 reais, mini cestas crocantes de gergelim negro e recheio de frango, milho e curcuma), que vinha com coentro por cima e era bem fácil de remover. Maravilhosos, com seus molhos de limão apimentado e shoyu com gengibre. E continuamos com outra entrada, Goi Cuon (25 reais, rolinho primavera vietnamita, com papel de arroz, camarão, broto de feijão, picles de cenoura e molho picante de limão). Não gostamos, o tal papel de arroz mais parecia um papelão, duro e sem graça, e o coentro estava entremeado em tudo, sendo impossível se livrar dele.
Finalmente, o Pad Thai (37 reais, talharim de arroz frito com camarões, amendoim, tamarindo e especiarias), era maravilhoso e o coentro era quase decorativo e fácil de mandá-lo pro espaço. Vejam só: os sabores, os aromas, as texturas, aliados ao atencioso serviço, valem a pena. Se você é um dos coentro-lovers, essa é a sua praia. Se não é, faça como eu e aproveite que há por baixo.
Oscar Daudt
Serviço: Nam Thai - Rua Rainha Guilhermina, 95-B - Leblon - Rio de Janeiro (21)2259-2962 Segunda à Sexta de 19:00h ao último cliente Sábado de 12:00h ao último cliente Domingo de 12:00h as 23:00h www.namthai.com.br |
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