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Uruguai

Viajar ao Uruguai para conhecer suas vinícolas é sempre um prazer renovado. O grupo denominado de Os Enoguaios, organizado pelo abnegado e paciente José Luis Doldán, do Consulado do Uruguai, sempre na Semana Santa é um sucesso que correu de boca em boca e é cada vez mais disputado. Este ano, fui pela segunda vez, pois já havia participado da excursão há 2 anos. Algumas vinícolas se repetiram, mas houve muitas novidades. No frigir dos ovos, valeu muito a pena.

Juanicó (Família Deicas)
Degustamos 8 vinhos e os destaques já eram os esperados. O Prelúdio Branco 2008, um Chardonnay com 10% de Viognier, 11 meses de barrica, é, dentre os vinhos que conheço, o segundo melhor branco da República Oriental (o primeiro eu falo mais adiante); com sensacionais aromas de jasmim, é um vinho equilibrado e cremoso. Nunca volto do Uruguai sem ele. O Preludio Tinto 2004 é um corte esquisito, com tudo o que eles encontraram nas barricas. Mas sempre dá muito certo! Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Petit Verdot e... ufa! Marselan, se juntam em um vinho de muita personalidade. Também veio na bagagem. E o terceiro destaque é o Familia Deicas 1er Cru d'Exception Tannat 2005, vinho poderoso mas tão caro (cerca de 165 reais) que eu não tive coragem de comprar!

Carrau
Tive a oportunidade de conhecer o Vilasar Nebbiolo 2000, no qual a casta mostra todo o seu valor em terras tão distantes de seu habitat natural. Javier Carrau, um dos proprietários da vinícola, orgulhosamente distribuiu aos presentes a cópia do artigo de nosso colunista, Alexandre Lalas, que relata o resultado de uma degustação de vinhos dessa casta, às cegas, em que o Vilasar papou o primeiro lugar, para desespero dos piemonteses. (confira aqui). E o Amat 2005, vinho portentoso, que muitos consideram como o melhor Tannat do Uruguai, dispensa apresentações. Sempre volto com 1 ou 2 garrafas na bagagem.

H. Stagnari
Uma vinícola que eu ainda não havia visitado, a H. Stagnari nos recebeu em uma belíssima sala de degustação, em que os janelões de vidro descortinam os vinhedos, num cenário indizível. Mas o calor do fim da tarde e o sol poente batendo de frente empanaram o brilho do momento. Eu estava curioso para conhecer o H. Stagnari Viognier 2009, do qual tinha belas referências, mas um descuido do serviço de vinhos acabou com as minhas expectativas: servido a cerca de 18 graus, o vinho não pode mostrar a que veio. Felizmente, os 3 Tannats que se seguiram serviram para segurar o nome da vinícola. Meu velho conhecido Tannat Viejo 2007 e as novidades - para mim - do Dayman Tannat 2007 e do Dinastia Tannat 2008 confirmaram a vocação da Stagnari para elaborar grandes exemplares da casta-ícone da Província Cisplatina.

Varela Zarranz
Essa vinícola de Canelones eu não apenas não havia visitado, como também nunca tinha ouvido falar. Na verdade, não sei nem se seus vinhos chegam ao Brasil. Uma pena, pois seu Tannat Crianza 2007 vale a pena experimentar!

Bodegas Bouza
Considerada por mim e por muitos com quem conversei, a Bouza foi o grande destaque da viagem. Vinhos excelentes, uma parrilada deliciosa e com um serviço irrepreensível, justificam a escolha geral. Logo na chegada, procurei aquele que considero o melhor branco uruguaio, o Bouza Albariño 2009, vinho elaborado em pequenas quantidades e que nunca se consegue comprar em lugar nenhum. Mas a vinícola não vende para levar, só tem estoque para consumo em seu próprio restaurante. Um pequeno grupo de enófilos, em lugar de visitar a vinícola, preferiu comprar uma garrafa e abrir por lá mesmo. Quando quisemos a segunda, só pudemos comprar por deferência especial da casa. E a terceira garrafa que queríamos, nos foi negada... Coisas de grandes estrelas! Durante o almoço, o Parcela Unica Merlot B9 2008, o Parcela Unica Tannat A8 2007 e, principalmente, o carnudo e inesquecível Monte Vide Eu 2007, corte de Tannat, Merlot e Tempranillo, fizeram a alegria do povo. O Monte Vide Eu veio comigo na viagem de volta!

Castillo Viejo
Realizada nas caves dessa vinícola de 1927, localizada no Departamento de San José, a degustação oferecida contou com a simpatida de Ana Etcheverry, proprietária, com deliciosas pastas e com altos e baixos nos vinhos. Foi-nos oferecido um trivial Sauvignon Blanc, da linha mais básica, o que me levou a pensar da anti-propaganda que é oferecer vinhos comuns a um grupo de enófilos. Cheguei até mesmo a propor que nos fosse dado a provar o Sauvignon Blanc Reserva de la Familia, para livrar a cara da vinícola, mas - que nada! - ficou mesmo aquela impressão negativa. Que foi posteriormente contrabalançada com o excelente e concentrado Vieja Parcela Tannat 2006 e com o El Preciado Tinto 2005, um corte da predominante Cabernet Franc, com Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon. Mas eu terminei trazendo mesmo foi o El Preciado Blanco 2004, que não é mais produzido, mas que encontrei no aeroporto. Corte de Viognier, com um pouco de Chardonnay e Sauvignon Blanc. Como não provamos por lá, estou curioso para saber o que me espera.

Los Cerros de San Juan
Também não conhecia essa bodega fundada em 1854 por um imigrante alemão. Conservada desde essa época, é agora considerada um Monumento Histórico Patrimonio de la Nación. E dá bem para se entender porquê, por sua arquitetura original, seus tonéis antiquissimos, e seu revolucionário sistema de refrigeração, coisa impensável na época. Vejam só a explicação original: "Sistema de enfriamiento - 1860: Cuenta la tradición oral que los inmigrantes alemanes cavaron una cámara por debajo de la bodega, que en el invierno se llenaba de agua fría de la lluvia. Por la misma circulaban cañerías de bronce, las cuales se llenaban de vino en épocas de vendimia para generar el enfriamiento necesario, típico de la tecnología alemana. Al culminar la vendimia el agua depositada había entregado su frescura al vino y se tornaba templada, era retirada luego de la cámara para volver a ser llenada en el próximo invierno.". Se non è vero, è ben trovato!

Eu não tinha notícia de plantação de uvas Riesling no Uruguai, mas elas estão por lá, desde essa época, produzindo vinhos. Como a Riesling é a minha casta branca favorita, fiquei entusiasmado quando soube que iríamos provar um varietal dessa casta em nossa degustação. A pitoresca degustação foi realizada dentro de um armazém, antigo feito a tosse, daqueles que não existem mais em países capitalistas. Os canapés eram variados, bonitos e gostosos. Mas o meu Riesling foi um balde de água fria, ou melhor, de água quente, visto que estava em temperatura altíssima e não pode revelar a que veio. Mas eu comprei uma garrafa e trouxe para casa, para poder prová-lo em condições adequadas. A frustação só pôde ser aplacada pela garrafa de 3 litros de um Jubileum Tannat 1997 e de um Celebración 150 1997, corte de Tannat e Cabernet Sauvignon. Ambos inteiríssimos, especialmente o segundo que, apesar da provecta idade, era fresco, intenso e macio. Um grande momento!

Porém, nem tudo foram flores...
Na edição de 2008, os Enoguaios eram um grupo de cerca de 30 enófilos. Nessa última edição, o número cresceu para cerca de 90. Com isso, vieram os problemas logísticos que um grupo desse tamanho invariavelmente provoca. Atrasos, desintegração, filas intermináveis, alguns atritos... Mas o maior problema foi ter levado a estrutura das vinícolas ao limite.

Por exemplo, há 2 anos, a primeira degustação, realizada na Juanicó, foi para um grupo de 25 pessoas. Este ano, o número saltou para 78. Como controlar um grupo tão grande? Quanto mais que algumas pessoas nem interesse em vinho tinham, pois eram apenas acompanhantes. A barulheira e a desatenção campeavam. E aqueles que queriam ouvir a apresentação dos vinhos, não conseguiram. Durante o almoço que se seguiu, o serviço da vinícola entrou em parafuso e o que deveria ter sido uma excelente parillada, terminou sendo uma sequência de carnes frias, impossíveis de comer. E para ser servido de vinho durante o almoço era uma loteria em que poucos foram contemplados. E os que foram, ganharam vinhos da linha mais simples da Juanicó, apesar dos 65 dólares cobrados.

Aliás, outro ponto que não é possível ignorar foi a elevação dos preços de 2008 para cá. Dentre as degustações que se repetiram em iguais condições nas duas edições, o preço em dólares subiu bastante: no Viñedo de los Vientos, subiu de 35 para 49 dólares (40%); no Alto de la Ballena, de 15 para 25 dólares (67%); na Bouza, de 40 para 60 dólares (50%)!

Mas para mim, o aumento mais injustificado foi o da Carrau: muito embora o preço tenha crescido de 30 para 40 dólares (33%), a qualidade despencou! Enquanto em 2008 tivemos uma deliciosa parillada, acompanhada de doses usuais de vinho, neste ano o cardápio foi um sofrível rodízio de macarrão, harmonizado com um dedinho de cada vinho, o que não permitia nem molhar o bico. Muy malo!

Oscar Daudt
Juanicó (Familia Deicas)
Os vinhos da degustação O preço dos vinhos
(para saber em reais, é só dividir por 10)
Para acompanhar a degustação
A parillada... infelizmente fria
Bodegas Carrau
Os vinhos da degustação Os sócios da vinícola: Francisco e Javier Carrau
H. Stagnari
H. Stagnari Viognier 2009 H. Stagnari Tannat Viejo 2007 Dayman Tannat 2007 Dinastia 2008
Ana Claudia comandou a degustação A sala de degustação
Varela Zarranz
Espumoso Varela Zarranz Brut Nature Varela Zarranz Tannat Roble 2007 Varela Zarranz Tannat Reserva 2005
Varela Zarranz Teatro Solis Tannat Roble 2007 Varela Zarranz Tannat Crianza 2007 Guidaí Detí Gran Reserva 2004
O enólogo Federico Peluffo Dois grupos de degustação: um na cave, outro no jardim
Bodegas Bouza
Bouza Albariño 2009 Bouza Parcela Unica Merlot B9 2008 Monte Vide Eu 2007 Bouza Parcela Unica Tannat A8 2007
A turma que preferiu degustar um Bouza Albariño 2009 em vez de visitar a vinícola Os pães da Bouza são imbatíveis
Castillo Viejo
Espumoso Hasparren Brut Nature Catamayor Sauvignon Blanc 2009 Catamayor Reserva de la Familia Pinot Noir 2008 Vieja Parcela Cabernet Franc 2006
Vieja Parcela Tannat 2006 El Preciado 1er Gran Reserva 2005 Ana Etcheverry, uma das proprietárias da vinícola As pastas que tanto sucesso fizeram...
Viñedo de los Vientos
Estival 2008 Angel's Cuvée Blanc de Bianco 2004 Angel's Cuvée Ripasso de Tannat 2006 Alcyone Reserve 2004
As empanadas e bruschetas
Los Cerros de San Juan
O enólogo Hector Abbona e os vinhos da degustação e Andrés, um dos proprietários da vinícola, nos guiou pelo visita às históricas instalações Muita expectativa com a produção de Riesling O pitoresco armazém onde foi realizada a degustação
Os petiscos da degustação
Os Enoguaios 2010
Alda Estelita Lins Álvaro Rocha Ana Amélia
Ana Cristina Affonso Ana Doldán Ana Maria Magalhães
Anna Soledade Vieira Antônio Dias Moraes Arno Bertoldo
Attila Machado Auta Barreto Bruna e Antônio Przewodowski
Camilo Assunção Cláudio Alves e Ana Luiza Rocha Maia Cláudio e Maria Elisa Moreira
Ernestina Barbara Hall José Carlos Werneck José Joaquim Diniz
José Luis Doldán Joubert Aragão Lusimar
Mara Renales Maria del Carmen Doldán Maria do Carmo Figueiredo
Oscar Daudt Osvaldo Luis Fernandes Rachel Assunção
Rita Maria Siciliano e Marcos Fialho de Carvalho Roberto Rodrigues Rosane Bardana
Sônia Tassia Aguiar e Bernardo Przewodowski Urbano Rocha
Vera Lúcia e Fátima Walther Dutra Cardoso Yeda Maria Vergara e Lúcia
Comentários
Rachel Soares Assunção
Psicóloga
Belo Horizonte
MG
06/04/2010 Oscar querido!

Que delícia suas observações! Me levam de volta ao passeio esperado o ano todo. É sempre bom encontrar com este grupo maravilhoso, e principalmente, com seu carísma e com o envolvimento tão especial do José Luiz!!

Abraços
Rachel
Norberto Conceição dos Prazeres
Gerente de Pós venda
Barra Mansa
RJ
06/04/2010 Parabéns, Sr. José Luis Doldán, pela excelente passeio.
Antonio Dias de Moraes
Enófilo da ABS
Rio de Janeiro
RJ
06/04/2010 Caro Oscar

Parabéns por mais essa belíssima e precisa reportagem. Deu para revivermos momentos esquecidos e relembrarmos as qualidades dos bons vinhos degustados.

Os problemas apontados, o Doldán com sua inesgotável paciência e grande conhecimento, certamente encontrará favorável solução.

Vou enviar para os demais não inscritos no Enoeventos.

P.S.: Haverá 2ª parte para incluir os Viñedos de los Vientos?

Antonio

O Viñedo de los Vientos foi incluído na parte fotográfica. Mas haverá uma segunda parte, sim, passando as dicas dos excelentes restaurantes que visitamos em Montevidéu.
Pablo Fallabrino
Viñedo de los Vientos
Atlantida
Uruguai
06/04/2010 Estimado Oscar:

Entiendo que impresione la suba de U$S 35 a U$S 49, pero hay que tener en cuenta el precio en pesos uruguayos. En el año 2008 U$S 35 dolares eran $ 840 pesos uruguayos y ahora $ 49 dolares son $ 931 pesos uruguayos, o sea que la suba real fue de un 10 %, que es menos que la inflacion real de 2 años. El problema es que para facilitar el cobro ponemos nuestros precios en dolares.

Saludos y los esperamos el año que viene.

Pablo Fallabrino
Propietario- Viñedo de los Vientos
José Luis Doldán
Consulado do Uruguai
Rio de Janeiro
RJ
06/04/2010 Grande Oscar...

Quanta agilidade!! Você já postou tudo... Eu sequer consegui tirar as garrafas das caixas ainda!

Entre as compras do free-shop e das vinícolas, acabei trazendo 35 garrafas. Só do 1º Crú da Juanicó são 3 Tannat e 1 Merlot (você será convidado na apertura de uma delas, fica tranqüilo).

Gostei dos teus comentários, é isso ai, as loas e as críticas. Eu passarei para as vinícolas e quem tiver profissionalismo suficiente, pelo menos, vai analisar as mesmas.

Sobre o almoço da Carrau, fui eu quem pediu as massas (que por sinal, inhoques e raviólis, assim como os molhos, no meu modo de ver, estavam esplendidos) pois tínhamos churrasco no dia anterior e posterior e ficaria muito repetitivo.

Ao respeito dos preços, se bem não afirmo que sejam baratos, temos que levar em conta que tanto o Peso Uruguaio como o Real tem se valorizado ante o Dólar, No ano passado, por exemplo, os preços foram um pouco menores em dólares porém, o dólar estava a 2,44 contra 1,90 de agora. Isso também conta. Mesmo assim, levando em consideração que nosso grupo não tem o perfil de "turistas que vão visitar a vinícola e tomar um vinhozinho" e sim de "apreciadores e formadores de opinião", considero que as vinícolas deveriam pensar no que eu sempre escrevo no meu contato inicial, que o verdadeiro lucro não vem da receita de nossos eventos e sim dos comentários posteriores. Há quem entende, há quem não...

Certamente ano próximo deveremos fazer algumas mudanças, sem perder o espírito de ser "um grupo de amigos viajando juntos", sem balcão de reclamações e sem agente de turismo (essa não é a minha praia). As degustações nas visitas terão cupos limitados para poder apreciar as explicações dadas.

Acho que entre mortos e feridos todos foram salvos. Volto a dizer, obrigado pelos teus comentários, espero que outros escrevam suas opiniões, positivas e negativas, sobre o passeio em si e sobre as vinícolas. Isso certamente ajudará a que erros não se repitam.

Abraços.
José Luis Doldán
Juan Jose Verdesio
ABS Brasilia
Brasilia
DF
06/04/2010 Parabéns pelos comentários do Oscar e os esforços do Doldan para receber bem os visitantes.

Se bem entendi o grupo de excursão era de 90 pessoas (!!!) Que loucura é essa!!. Acho que é completamente incontrolável organizar visitas a vinícolas com grupos que tenham mais do que 15 a 20 pessoas.

Pela minha experiência em visitas organizadas onde há uma enorme mistura de interesses, a organização tem que ser diferente. Os enófilos de carteirinha tem que ser separados do grupo que vai para passear. As visitas às vinícolas tem que ser restritas a estes enófilos. Programas paralelos tem que ser criados para o resto do público que, em geral são o(a)s acompanhantes. Pode ser compras, visitas a lugares turísticos, almoços até com degustação mas em lugares menos dedicados à degustação enófila. Outras solução é fazer 3 a 4 turmas no caso desta viagem. Como é que o grupo jantava? Juntos é impossível. Imagina coordenar 96 gostos diferentes!

Montevideo, Punta Ballena e Punta del Este oferecem muitas opções para este tipo de programa paralelo. Ou seja, tem que ter dois ou três ônibus ou dois ou três microbus e programas diferentes.

Também tem que ser considerado que o Uruguay está começando a se organizar para o enoturismo. Acho que já fizeram muito. Quem conhece o Uruguay como eu, por ter nascido lá há muitas décadas, sabe que a oferta gastronômica e de bebidas tem melhorado como da água para o vinho. Vale o trocadilho!

Outro fator é que o mercado é pequeno. O único lugar que poderia aceitar este enorme volume de gente (90) seria o Mercado del Puerto. Isso fora do horário de pico.

Acho que quem organizou merece o título de heroi com condecoração e tudo. Só, que eu saiba, o Uruguai aboliu as condecorações a não ser algumas como a de "abanderado" da Escola ou as militares.
José Luis Doldán
Consulado do Uruguai
Rio de Janeiro
RJ
06/04/2010 Prezado compatriota Juan José, (barbudo que nem eu)

"Gracias" pelos conceitos. Na verdade isto começou como uma brincadeira há 5 anos (esta é a 5ª edição) com 15 participantes. O número foi crescendo e deu nisto aqui. Ao todo éramos 114 viajantes este ano, dos quais alguns só vi no aeroporto na ida e na volta.

A idéia não é precisamente de um grupo. Tudo é "a la carte", eu consigo passagens baratas num charter inverso (as pernas ferry de um voo fretado que traz gente para o Rio na Semana Santa) e negocio hotel a custo bem reduzido (este ano 5 estrelas por 80 dólares o casal, para preço normal de 132,00). Depois, junto a alguns participantes verificamos as vinícolas que são propostas e marco as visitas aproveitando meu conhecimento com praticamente todas as de qualidade no Uruguai(este ano 9 vinícolas) e monto um roteiro que sempre inclui um dia em Punta del Este e outro em Colonia.

Ninguém é obrigado a ficar no hotel, nem a acompanhar a nenhuma vinícola. A única condição é se manifestar a que lugares querem ir antes da saída. Alugo ônibus, Van, etc... e a gente (inclusive eu) rateia os custos da locomoção. Não faço nada comercialmente para poder me dar ao luxo de ser mais um a curtir. Não vou trabalhar lá, vou passear!

Os almoços nas vinícolas são marcados onde há condições de receber o grupo todo. Los Cerros de San Juan (com "picada", queijos, etc.) nos recebeu em número maior a 80 pessoas e tudo foi ótimo. O almoço na Juanicó (quase o mesmo número) ficou prejudicado para alguns (o pequeno braseiro da minha mesa não estava frio e a carne estava boa. Acho que o Oscar deu falta de sorte, se bem que ouvi de outros que estava frio. Os frios estavam ótimos, o Oscar, ao meu ver, foi exagerado na sua opinião, que respeito, mas não concordo).

O almoço na Carrau assim como a visita (dividindo o grupo em dois ao igual que Los Cerros) foi excelente. Massas de primeira, três opções de molhos para acompanhar e atendimento especial pelos próprios donos Javier e Francisco Carrau (que atrasaram em dois dias a sua viagem de família para Florianópolis para fazer a deferência de receber ao grupo) junto com Nicolás Neme (ger. de Exportação) e Otavio Gioia (Eng. Agrônomo da vinícola).

Vale destacar que a vinícola estava em férias e abriu só para nós. Mais uma vez o Oscar foi cruel. Chamar de "rodízio de macarrão" um serviço de massas extraordinário é todo um exagero. Eu esperava que alguém se manifestasse ao respeito, pois a minha opinião pode parecer viciada, porém, como até agora ninguém o fez...

Cada um é livre para jantar onde queira. Eu só passei uma serie de opções e outros fizeram suas próprias pesquisas. Formaram-se subgrupos que não eram fixos nos seus componentes. Mesmo assim já estou pensando em quais atividades simultâneas criar, para os acompanhantes e para quem não curte muito vinhos. A cada ano a gente vai ganhando experiência.

Um grande abraço.
José Luis Doldán
Rita Maria Siciliano
Advogada
Rio de Janeiro
RJ
07/04/2010 Oi, Oscar

Parabéns pela excelente matéria! Relata com fidelidade todas as vinículas visitadas, com a respectiva apresentação de todos os vinhos degustados.

Apesar de ser a minha primeira visita, também concordo com você que, no frigir dos ovos, valeu e muito a pena.

Fiquei particularmente encantada com a vinícula VARELA ZARRANZ, onde, na cava, nos foi servido fartamente, um delicioso Espumante Varela Zarranz Brut Nature, acompanhado de finos queijos e frios, em travessas finamente decoradas com flores, dignas de capa de revista, fotografadas, a meu pedido, pelo gentil e educadíssimo Roberto Rodrigues, da ABS, que tanto contribuiu para os meus, ainda, parcos conhecimentos sobre vinhos. Foi uma manhã inesquecível.

Quanto a CARRAU... veja bem, como boa italiana, também concordo com o "sofrível rodízio de macarrão", massas moles e frias e quanto aos molhos... ficaram a desejar.

Apesar de todos os contratempos, a viagem foi maravilhosa. Fomos abençoados por dias lindíssimos, noites enluaradas, restaurantes belíssimos - apesar das comidas frias - e, principalmente pelas novas amizades que fizemos, a Ana Cristina Affonso, o Joubert Aragão, o sempre educadíssimo Roberto Rodrigues e finalmente o grande CAPO José Luis Doldán, pessoa maravilhosa, que nos proporcionou essa grande oportunidade de uma viagem fantástica pelo mundo dos vinhos e pela sua ingenuidade, achar que viajar acompanhado de 80 pessoas a tira-colo, não haveria um SAC. Nesse caso, o SAC teve como solução o Serviço de Atendimento com Charme, José Luis Doldán.

Um grande abraço a todos, especialmete a você Oscar, que trata a todos com muito carinho, e que me fez ficar melhor na foto.

Rita M. Siciliano
Rosane Bardana
Enófila
Rio de Janeiro
RJ
07/04/2010 Olá Oscar,

Que bom rever os momentos da viagem!!! Quantos vinhos bons degustamos! Ainda bem que alguns estão aqui comigo e ainda posso continar a tomá-los!! E os pães da Bouza... hum... Adorei a viagem! Obrigada mais uma vez por vc ter me falado sobre os Enoguaios.

Também achei algumas visitas caras e confusas - como a Stagnari e a Juanico, por exemplo. A Viñedo de los Vientos foi um pouco cara mas gostei muito da harmonização que fizeram. E gostei do espírito da vinícola, diferente. Quanto ao almoço na Carrau eu confesso que gostei, os molhos estavam bons (pesto principalmente) e a massa recheada também. E o gnocchi no dia 29 foi perfeito!

Muito bons os vinhos da Alto de la Ballena! Neste dia já estava cansada de conhecer vinícola mas tive uma bela surpresa!

Quanto à organização da visitas, foi ruim ter ido à Stagnari depois de termos almoçado. Nos outros dias em que houve duas visitas nós almoçamos na segunda vinícola e não primeira - e acho que assim foi melhor.

Éramos um grupo de fato grande e a integração às vezes foi difícil. Mas por outro lado tivemos o bom astral e o envolvimento constante do José Luis nos passeios e nas visitas.

Eu não conhecia o Uruguai e tive uma ótima impressão do país, das pessoas e, claro, dos vinhos!!!

Grande abraço
Rosane
Rosane Bardana
Enófila
Rio de Janeiro
RJ
07/04/2010 Como a Rita, também gostei muito da Varela Zarranz. Adorei o espumante - não resisti e comprei um e comprei tb o Tannat Crianza. Nessa vinícola serviço e qualidade não deixaram a desejar. Eu fiquei do lado de fora, degustando ao ar livre, tudo muito charmoso e agradável.
Ana Laura Guerra
Bodegas Carrau
Montevideo
Uruguay
09/04/2010 Estimado Sr.Oscar Daudt,

Primero que nada queremos decirle que fue un placer recibirlos en nuestra Bodega el pasado lunes 29 de marzo y que esperamos encontrarlo en el futuro junto al grupo de enófilos al que hace ya varios años le abrimos la puertas con tanto cariño.

Para nosotros recibir cada vez más personas, es una gratificación y un desafío al trabajo que realizamos diariamente, y que forma parte de nuestra misión como empresa: "Satisfacer al Consumidor más exigente". Por ese motivo no nos gusta perder de vista a ese consumidor que será "formador de opinión" en los vinos y no un "turista" que está de paso por la vinícola con otros intereses y gustos, como personalmente creo que fue en esta oportunidad.

Por lo tanto, y como parte de nuestro Sistema de Calidad (Norma UNIT - ISO 9001:2000) sus comentarios lo tomamos como un reclamo, y queremos solicitarle nos especifique un poco más sus impresiones sobre nuestro servicio de aquel día y lo que Usted considere, para así poder darle una respuesta más certera y mejorar, si ese fuera el caso.

Sin otro particular lo saluda muy atentamente,

por Bodegas Carrau
Ana Laura Guerra

Cara Ana Laura

As reclamações que eu tenho a respeito do almoço na Carrau são apenas essas externadas na matéria.

Continuo apreciador de seus vinhos, tendo inclusive trazido para casa o Amat, o Vilasar e o J. Carrau. E espero ter outras oportunidades de visitar essa vinícola que tanto admiro.

Atenciosamente,
Oscar Daudt
Daniel Arraspide
Sommelier-Jornalista uruguaio
Montevidéu
Uruguai
10/04/2010 Olá Oscar, tudo bem?

Ótimo seu reportagem sobre as visita a meu belo pais. Que bom que gostou da maioria dos vinhos, mais lá de alguns problemas acontecidos no atendimento das vinícolas, que acho para proximas oportunidades elas tomaran a conta.

Vocês aca, e eu lá no Vale dos Vinhedos na mesma semana, experimentando ótimos espumantes e bons tintos! sempre é um prazer visitar aquela bela região.

Recomendo você a leitura de uma matéria que escreví para Revista ADEGA, na edição 52 (março 2010) sobre Uruguai e seus belas paisagens, além do enoturismo, ainda joven em estas terras.

Espero nos encontremos em breve, a gente vai estar na Expovinis fazendo cobertura do evento.

Fico a seus ordens para o que precisares daquí.

Um grande abraço,
DANIEL ARRASPIDE
Roberto Rodrigues
ABS
Rio de Janeiro
RJ
12/04/2010 Oscar,

E a matéria sobre os restaurantes? Estou esperando ela para comentar esta.

Abs,
RR

Roberto,

Devo publicá-la na próxima semana.

Abraços, Oscar
Antonio Carlos do Amaral Przewodowski
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
12/04/2010 Oscar,

Parabéns por mais um ótimo relato, no caso do Enoguaios 2010!

Como já participei de edições anteriores, esta foi minha quarta rodada consecutiva de Enoguaios, tenho minha impressão quanto às evoluções ao longo do tempo.

A Juanico, que na edição 2009 teve uma degustação memorável, muito bem regada e com a apresentação de duas versões Familia Deicas 1er Cru d'Exception, e com vinho bem servido durante toda a refeição, tendo sido em 2009 sem dúvida bem melhor que nas edições anteriores, teve na minha opinião uma acentuada queda no padrão da degustação neste ano. Durante o almoço quase não houve serviço de vinho, os garçons eram insuficientes para o numero de visitantes. Também senti falta na sobremesa do Botritis. Depois do almoço permanecemos muito tempo lá até voltarmos, período no qual a vinícola poderia ter mantido o serviço de espumante para tornar nossa espera mais agradável.

No que tange a Carrau, ouso discordar, apreciei muito as massas, que eram artesanais, e a recheada achei uma delícia, os molhos achei muito bons, comi e repeti com gosto. Nesta vinícola achei muito positiva a apresentação do Vilasar, que é um vinho muito especial, e que nem sempre foi servido nas degustações.

Na H. Stagnari os vinhos eram ótimos, mas podiam estar numa temperatura mais adequada, assim como a temperatura da sala de degustação estava elevada. Também poderiam viabilizar uma forma mais rápida de pagamento das degustações, pois nesta vinícola sempre é demorado.

Abraço, Antonio Dowski
Henrique Quirino
Engenheiro
Rio de Janeiro
RJ
17/04/2010 Caro Oscar

Embora tenha participado pela primeira vez, eu e minha mulher, concordo com o José Luis quanto à recepção da Carrau. Foi de ótimo nível. Quer no respeito que os donos da casa nos brindaram, nos recebendo pessoalmente, quer nas entradas com frios, queijos e patês deliciosos, acompanhados por um espumante generoso e um branco muito frutado e ainda pelas massas e molhos de altíssimo nível que nos foram servidos com os tintos.

Quanto a Stagnari, essa sim, foi sofrível em todos os aspectos: na apresentação, no queijo servido, um salaminho desclassificado, sem água para beber ou lavar a única taça disponível para todos os usos, vinhos fora da temperatura, etc., etc. etc..... Foi um festival... E se me permite foi o custo benefício mais alto que já paguei....

Abraços
Quirino
Sylvia Abelenda
Amiga del vino
Montevideo
Uruguay
14/04/2012 Hola Pepi!! Que bueno este gusto que compartimos por el vino y que bueno encontrarte en el boletín de la Sociedad de Catadores (que recibo siempre).

Un gran abrazo y te felicito por tus iniciativas!!
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]