
Após a recente viagem ao norte da Itália, em maio passado, fomos, Ana Maria e eu, passar alguns dias em Paris para visitar Le Salon de la Revue du vin de France (relembre aqui). É claro que aproveitamos para conhecer alguns excelentes restaurantes da cidade, dentre eles o tradicional e luxuoso Taillevent e o descolado e modernoso Ze Kitchen, ambos estrelados pelo Michelin, o primeiro com 2 estrelas e o segundo com 1.
Mas de todas as casas visitadas, aquela que mais me impressionou foi o Passiflore, localizado na rue de Longchamp, perto do Trocadero. É um restaurante belíssimo, com serviço atencioso e uma cozinha excelente que ostenta, atualmente, uma estrela do guia Michelin. Eu não hesito em recomendar uma visita a quem vai viajar para aquela cidade. Recentemente o indiquei para um amigo, esperto no assunto, que ia para lá e ele ficou entusiasmado, conforme pode-se conferir na matéria publicada no blog de gastronomia que ele assina com o pseudônimo de Alain Gouste (leia aqui).
E os preços, para quem está acostumado com os bons restaurantes do Rio de Janeiro, são atraentes, quanto mais quando se considera a excelência da casa. No almoço, a fórmula entrada + prato custa 34 euros (76 reais). Eu, que normalmente passo longe das sobremesas, desta vez resolvi provar a fórmula entrada + prato + sobremesa, ao custo de 39 euros (87 reais). No jantar, a fórmula de 3 etapas sobe para 49 euros (109 reais) e o menu degustação, com 6 etapas, custa 70 euros (156 reais). Ganha um bilhete de ida e volta a Paris quem me indicar preços tão bons para igual qualidade aqui nas praias cariocas.
Roland Durand, o chef do Passiflore, tem um longo e invejável currículo. Com passagens pelos hotéis Carlton, de Cannes, e Savoy, de Londres, Roland foi durante 6 anos o chef do luxuoso restaurante Le Pré Catelan, no Bois de Boulogne. Seus postos em Pequim, Bangkok e Djakarta o tornaram o pioneiro na utilização de temperos orientais na gastronomia francesa. E essa fusão estava bem clara nos esquisitos condimentos que perfumavam nossos pratos.
Os Raviolis de lagosta em sopa de citronela e coriandro eram uma mistura requintada e inesperada de ingredientes que bem merece figurar entre "os 100 pratos para comer antes de morrer". Já o Curry de carne ao tamarindo, com arroz negro encheu o salão de aromas exóticos e era uma festa oriental para o paladar. Não resistindo a pedir uma sobremesa, não me arrependi: o Frescor de aloe vera ao limão verde e sorbet de menta apimentado era apenas marginalmente açucarado e sua apresentação, imitando uma caipirinha, mais parecia uma homenagem aos clientes brasileiros. Imperdível!
Oscar Daudt
Serviço:
Passiflore
33, rue de Longchamp
75116 Paris
Tél: 33 (0) 1 4704-9681
www.passiflore.com |