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Exuberante diversidade
A CVRA - Comissão Vitivinícola Regional Alentejana convidou um pequeno grupo de jornalistas cariocas - mais um angolano - para conhecer algumas vinícolas daquela região. Foram quatro dias de visitas, mas com agenda tão cheia e tão interessante que na memória ficam lembranças como se fossem de várias semanas.

A importância do Alentejo pode ser retratada no percentual que seus vinhos representam no mercado português: 39% em volume e 44% em valor. É quase meio-Portugal! Além de produzir a marca mais consumida naquele país.

Fiquei também surpreso em saber que o principal destino das exportações da região não somos nós, os brasileiros, mas sim a rica e tumultuada Angola, com uma população de apenas 19 milhões de habitantes, ou seja, um décimo da nossa. Como pode? Mas há uma luz no fim do túnel, pois de 2009 para 2010, o mercado brasileiro para vinhos alentejanos cresceu vigorosos 48%.

O conjunto de vinícolas que visitamos nos deu uma excelente noção da diversidade que impera por lá. Conhecemos desde casas que preservam seus processos como há 100 anos até outras que procuram a mais recente tecnologia de ponta; desde pequenas empresas com produção de boutique até gigantes que impressionam com seus números estonteantes; há desde aqueles que só utilizam as castas autóctones até os que querem mais é temperar seus vinhos com castas estrangeiras; há os que fazem de tudo para produzir vinhos classificados como DOC, enquanto outros desprezam a legislação e pouco se importam em produzir vinhos rebaixados como regionais ou até mesmo de mesa, mas sempre de olho na qualidade e na criatividade. Tudo isso é o Alentejo!

Rica gastronomia
Mas nem só de vinhos vivem os alentejanos. São muito importantes a produção de azeites e de cortiça. E os queijos, então? O delicioso Queijo de Serpa, de leite de ovelha, nada fica a dever ao seu irmão mais conhecido, o da Serra da Estrela. Os pequenos e amanteigados Queijos de Évora, indefectíveis entradas às refeições, eram irresistíveis. E ainda há os meio-curados Queijos de Nisa e muitos outros mais.

A gastronomia é um dos principais cartões de visita, com uma cozinha peculiar, criativa e... gordurosa. Não sei se o dia-a-dia das famílias é assim, mas as refeições dos visitantes com certeza rezam por essa cartilha. Tudo leva banha, toucinho, enchidos e fumados e, é claro, muito azeite! Resultado disso? A cozinha mais saborosa que há!

Não lembro qual foi o gaiato de nosso grupo que afirmou: "Depois desta viagem, levo um pedaço do Alentejo dentro de mim. E ele ficará na cintura...".

Oscar Daudt
O grupo
André Sibi, de Angola Cacá Azevedo e Affonso Nunes
(foto de Luis Duarte)
Luciana Fróes
Maria Amélia Vaz da Silva, da CVRA Oscar Daudt
(foto de Cacá Azevedo)
Paulo Nicolay
Herdade do Mouchão
Preservando a tradição
Logo em nossa primeira visita, conhecemos a Herdade do Mouchão produtora daquele que é, ao lado do Pera Manca, um dos maiores ícones do Alentejo: o Mouchão Tonel 3-4. No entanto, para nossa frustação, dele conhecemos a famosa Vinha dos Carapetos, de onde ele provem, e os tonéis 3 e 4, onde ele mora por longos meses. Do vinho em si, nem a cor, pois ele estava esgotado na vinícola.

John Reynolds adquiriu esta propriedade para a produção de cortiça e, em 1901, construiu uma adega para a produção de vinhos. Reputa-se a ele a introdução da casta Alicante Bouschet no Alentejo, o que faz com que os produtores locais, atualmente, jurem de pés juntos que essa variedade é alentejana da gema. Quando da Revolução dos Cravos, a propriedade foi expropriada e passou a ser administrada por seus empregados que, na ânsia de aumentar a produção, cometeram o crime de lesa-pátria de substituir os vinhedos antigos por variedades mais produtivas. Alguns anos depois, a propriedade foi restituída à família Reynolds, que comandou a volta à qualidade pretérita.

Esta vinícola é a quintessência da tradição. Impressiona saber que 98% de sua pequena produção - 200.000 garrafas/ano - é pisada a pé em lagares centenários. Não consigo imaginar o que fazem com os 2% restantes... Os métodos de produção são praticamente os mesmos de 100 anos atrás e as grossas paredes do edifício e o pé-direito avantajado permitem manter a temperatura da adega fresquinha mesmo durante os escaldantes verões da região.

O único branco da casa, o Dom Rafael é um corte de Antão Vaz, Arinto e Perrum, esta última uma casta em vias de abandono na região tendo em vista sua instabilidade de produção. Aproveitando a mistura antes que acabasse, encontrei um vinho recendendo a grapefruit, com muita mineralidade, uma boca sequíssima e uma acidez primorosa. Gostei muito!

Quanto aos tintos, na falta do Tonel 3-4, encantei-me com o Mouchão 2006, elaborado com as mesmas castas de seu irmão mais velho e mais famoso - Trincadeira e Alicante Bouschet - um vinho suculento, com taninos elegantes e que entrega aromas de frutas passas, caramelo e mentol.

Os vinhos da Herdade do Mouchão são importados aqui no Brasil pela Adega Alentejana.
Iain Richardson, o proprietário João Alabaça, o mestre adegueiro As preservadas instalações históricas são do início do século passado
Os vinhos
Dom Rafael Branco 2010
Denominação: DOC Alentejo
Castas: Antão Vaz, Arinto e Perrum
Dom Rafael Tinto 2009
Denominação: DOC Alentejo
Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonês
Ponte das Canas 2008
Denominação: VR Alentejano
Castas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Touriga Franca, Syrah
Mouchão 2006
Denominação: VR Alentejano
Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira
Mouchão Vinho Licoroso 2006
Denominação: Vinho licoroso
Castas: Alicante Bouschet, Trincadeira
Do mítico Mouchão Tonel 3-4, conhecemos apenas a famosa Vinha dos Carapetos: à esquerda, Trincadeira; à direita, Alicante Bouschet.
Azeite
As azeitonas Galegas utilizadas na produção do famoso azeite A elegante garrafa O grupo à sombra de um sobreiro recém-colhido
Restaurante São Rosas
Culinária alentejana
Estremoz é uma visita obrigatória para quem vai ao Alentejo e sua parte velha, murada, tranquila, nos remete a muitos séculos atrás. Na praça central, localiza-se o belíssimo Castelo de Estremoz, construido em 1258, residência de Dom Dinis e sua esposa, a Rainha Santa Isabel. Num cantinho dessa imponente praça está o restaurante São Rosas, de Margarida Cabaço, também produtora do Monte dos Cabaços. Lá entrei cheio de temores, pois meus companheiros ameaçavam contar à proprietária que seu vinho havia feito parte de minha já famosa Degustação Pornográfica de 2007 (clique aqui para recordar). Ameaçaram e cumpriram, mas Margarida, que já esteve algumas vezes no Brasil, leva na esportiva os espantos e piadas de que é alvo aqui nos trópicos.

O nome do restaurante traz à lembrança uma famosa e encantadora lenda: a bondosa rainha Isabel gostava de distribuir comida para os mais necessitados, prática que desagradava o rei, que a proibiu de manter esses atos de caridade. Certa feita, quando sorrateiramente saía do castelo, com muitos pães escondidos no vestido, o rei a encontrou e perguntou o que ela levava escondido. "São rosas", disse a rainha, ao que o rei retrucou: "Rosas em janeiro? Deixe-me vê-las." Acuada, a rainha abriu a saia e, para seu próprio espanto, os pães haviam se transformado em flores. Bonito isso!

E foi nesse restaurante que a CVRA nos ofereceu uma aula de culinária alentejana, ministrada pela própria Margarida, quando pudemos aprender porque os pratos locais são tão deliciosos: tudo leva muita banha, toucinho, enchidos, defumados e outras coisinhas assim leves... Uma simples sopa de tomates se transforma em uma bomba calórica de sabor inigualável. Como bem definiu um dos produtores: "Se você quiser fazer dieta, então não venha para o Alentejo!"

Os vinhos da mãe e do filho
Antes do delicioso almoço - modéstia a parte, por nós mesmos preparado - participamos de duas degustações de vinhos: uma, do Monte dos Cabaços, comandada pela própria cozinheira-vinhateira, e outra, com os vinhos da Tiago Cabaço Wines, a moderna e informática vinícola de seu filho. No total, foram 14 vinhos e eu, que rigorosamente usei a cuspideira para todos eles, mesmo assim saí de lá trocando as pernas e enrolando a língua.

Do Monte dos Cabaços, gostei muito dos Margarida, branco e tinto, que não conhecia. O primeiro, da safra 2009, era um inesperado corte extra-alentejano de Encruzado, Alvarinho e Viognier, com passagem em madeira, excitante mineralidade, pêssego e rosas no nariz, e uma boca cremosa, fresca e com notas de nozes. Um show! Já o tinto, um corte à moda do Rhône, de Syrah com Viognier, pisado em lagar e com 6 meses de madeira de 2º e 3º anos, aportava muita canela, um buquê de flores e uma elegância ímpar e interminável. Bola dentro!

Refletindo a geração Facebook, os vinhos de Tiago são todos cibernéticos, com nomes tais como .com, .beb, SMS, blog e outros que-tais. Modernos, cosmopolitas, inquietos, arrojados, seus vinhos vieram para conquistar as gerações mais novas, que não se seduzem com a tradição. No entanto, estão longe de ser uma brincadeira juvenil e, principalmente, o blog 2009 e o blog Syrah + Alicante Bouschet 2009 são assunto para gente grande, combinando muitos HPs com elegância sutil.

Tanto os vinhos do Monte dos Cabaços quanto os do Tiago são importados pela Adega Alentejana.
Aula de culinária alentejana
Margarida comandando a aula As bochechas de porco preto, antes de preparadas, não são muito apetitosas A base da deliciosa cozinha alentejana: toucinho, farinheiras e enchidos
Receita de Encharcadas (muito fácil!)
Peneire, apenas uma vez, 18 gemas e 3 ovos inteiros Numa frigideira, esquente 300ml de água e 600g de açúcar, até começar a levantar fervura
Despeje, aos poucos, e somente onde ainda há espaço livre, os ovos peneirados. E - voilá - estão prontas as encharcadas! Você pode servir com canela em pó.
O restaurante
O São Rosas fica localizado na praça central da pequena e encantadora Estremoz O prédio é histórico, com linda arquitetura Uma dúvida na parede
A degustação dos vinhos da Margarida e do Thiago
A linha Monte dos Cabaços A linha Margarida A linha .beb
A linha .com bd: o vinho branco doce de Tiago Cabaço Tiago e Margarida Cabaço, os produtores
O almoço
A substanciosa Sopa de Tomates
Bochechas de porco preto com marmelo, 3 migas de pão, batata e brócolis A foto oficial do encontro
Herdade das Servas
O Ceará é aqui
A Herdade das Servas, localizada em Estremoz, é uma vinícola recente, de propriedade de uma família que, segundo dizem, elabora vinhos desde 1670! A adega é moderna, de enorme capacidade e, atualmente, produz cerca de 1.200.000 garrafas por ano. Seus proprietários são os irmãos Luís e Carlos Mira.

Aventureiro, contou-me Luis que, há alguns anos, foi visitar Estremoz, pequena cidade do Ceará e decidiu fazer vinho por lá. Dá para imaginar uma coisa dessas? É claro que, com aquele clima implacável, onde faz calor no inverno e pega fogo no verão, não havia a menor possibilidade de dar certo e o empreendimento deu com os burros n'água. (Obs: pesquisando na Internet, não consegui encontrar esse município no Ceará, mas achei outro, chamado Extremoz, no Rio Grande do Norte. Como o município potiguar fica lindeiro ao município de Ceará Mirim, acredito que essa tenha sido a causa da confusão. De qualquer forma, Ceará ou Rio Grande do Norte, as chances de sucesso seriam zero.)

Na degustação, agradou-me bastante o Herdade das Servas Branco 2010, um corte de Roupeiro, Viognier e Verdelho, com aromas cítricos e de maracujá, com uma deliciosa boca que deixa um gostinho de amêndoas como saudades. No terreno dos tintos, o campeão foi mesmo o topo da linha, o Herdade das Servas Reserva, que provamos em uma mini-vertical de 2006 e 2008. Este último era bastante floral, com canela e chocolate branco, precedendo uma boca glicerinada, frutada e muito demorada.

No Brasil, esses vinhos são importados pela Vinhos do Mundo, de Porto Alegre.
A entrada da vinícola, em dia de muita chuva A Herdade produz 1.200.000 garrafas por ano Os vinhos da degustação
Luis Mira, proprietário Tiago Garcia, o entusiasmado enólogo Foto oficial
Jantar com Luis Duarte
Grandes vinhos e muita emoção
Por uma dessas coincidências da vida, no dia em que iria embarcar para o Alentejo, recebi da wine.com.br a seleção de vinhos do mês: Artefacto Syrah e Artefacto Reserva, produzidos pelo famoso enólogo do Alentejo Luis Duarte. Foi difícil resistir a abrir uma das garrafas de imediato, pois sabia que teríamos um encontro com o enólogo-produtor e eu queria antecipar a obra do mestre. Não abri, é claro, mas no jantar realizado no restaurante Luar de Janeiro, em Évora, lá estavam as garrafas me esperando.

Luis chegou ao Alentejo para iniciar o projeto da Herdade do Esporão, onde trabalhou até 2004. A partir daí, passou a prestar consultoria para algumas das mais importantes vinícolas daquela região, tais como Malhadinha, Quinta do Mouro, Herdade Grande, Dona Maria e Herdade São Miguel, dentre muitas outras mais. E, a partir de 2007, iniciou seu projeto pessoal, a Luis Duarte Vinhos, empresa com vinhedos mas sem adega, em que produz rótulos em estilo moderno, concentrados e pungentes.

Enólogo polêmico - não por seus vinhos, mas por sua língua sem freios - Luis comandou a noite com a apresentação de 7 rótulos, harmonizados com histórias divertidas e belicosas. Foi uma noite de grandes emoções que culminou com um assustador rali automobilístico pelas estreitas ruas eborenses.

Os vinhos Artefacto, que tanta curiosidade me despertaram, eram excelentes: o Artefacto Syrah Colheita Seleccionada 2010, cheio de especiarias e untuoso, estagia 9 meses em carvalho americano; já o Artefacto Reserva 2010, corte de Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Aragonês, é atual, fresco e com elegante madeira, refletindo os 12 meses em que repousa em carvalho francês novo. Ambos custam 68 reais na wine.com.br (mas se você for associado, o preço baixa para 54,40) e merecem descansar um pouco mais em garrafa antes de serem consumidos.

Subindo a escada, impressionou-me muito o Rubrica 2009 (o 2008 custa 164 reais na wine.com.br, ou 131,20 para associados), um vinhaço com o complicado corte de Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Aragonês, Syrah e Petit Verdot. Com 9 meses de carvalho francês, é frutado, condimentado e fresco, com boa estrutura tânica e muita elegância e persistência.
O enólogo Luis Duarte divertindo-se com seu vinho Rapariga da Quinta 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Antão Vaz e Arinto
Rubrica Branco 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Antão Vaz, Verdelho e Viognier
Rapariga da Quinta Colheita Selecionada 2009
Denominação: VR Alentejano
Castas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet
Artefacto Syrah 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Syrah
Artefacto Reserva 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Aragonês
Rapariga da Quinta Reserva 2009
Denominação: VR Alentejano
Castas: Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional
Rubrica 2009
Denominação: VR Alentejano
Castas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Aragonês, Syrah e Petit Verdot
Qualquer conversa com o enólogo é muito acalorada
(foto de Affonso Nunes)
Ervideira
O nerd (*) do vinho
O Guia de Enoturismo do Alentejo avisa, em relação a uma visita à Ervideira: "Se tiver sorte, poderá ser Duarte Leal da Costa a guiá-lo na visita..." E nós tivemos essa sorte e fomos recebidos por esse produtor entusiasmado e divertido, um verdadeiro show man da vinicultura. Foi, com certeza a mais animada e carinhosa recepção que tivemos por lá. Quando, em determinado momento, comentei que nunca havia feito uma degustação em taças pretas, foi como oferecer um pirulito a uma criança. E lá se foi ele, com alegria juvenil, a preparar a "pegadinha". Voltou com duas taças para cada um, de diferentes formatos, para adivinharmos o que havia dentro. O desastre foi absoluto e ninguém conseguiu adivinhar que os dois vinhos eram o mesmo e que esse era rosé. A expressão de Duarte se iluminou com seu sucesso...

Esta propriedade elabora vinhos desde 1880, conforme se pode confirmar pelos desgastados e desbotados rótulos expostos na sala de degustações. A produção, no entanto, passou por alguns percalços, quando em 1954 o avô de nosso anfitrião desistiu do negócio de vinhos e, pior ainda, quando a propriedade foi perdida durante a Revolução dos Cravos. Mas tal qual um fênix, a vinícola renasceu em 1988 apostando na modernização dos processos. Aliás, não são necessários mais do que 5 minutos para perceber a paixão de Duarte pela mais avançada tecnologia de produção: ele é a própria versão vinícola de um "nerd". Com 110ha em Vidigueira e 50ha em Reguengos, a Ervideira produz, atualmente, 700.000 garrafas por ano, com capacidade para produzir o dobro disso.

Atendendo à curiosidade geral, provamos, ainda de barrica, um varietal de Perrum, casta bastante aromática, bem mineral mas que se desvanece no exato instante que entra na boca. Só em corte mesmo... Mas bom, prá lá de bom, era mesmo o Conde d'Ervideira Reserva Branco 2010, um 100% Antão Vaz, untuoso, encorpado, com muitas frutas tropicais no paladar, fresco e que repousa 6 meses em barricas novas de carvalho húngaro - outra preferência declarada do produtor.

Fomos ainda brindados com um autêntico almoço alentejano - daqueles que se come sem parar, descontroladamente - festivamente precedido por um caldo verde que esquentou o espírito e o corpo naquele dia frio. Reinava à mesa a simpática matriarca, D. Maria Isabel, que do alto de seus 84 anos, aproveitava a presença de convidados, para convencer seu filho de que precisava trocar o carro por um com maior potência... Mas potente mesmo era o Conde d'Ervideira Private Selection 2008, corte de Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet, com estágio de 12 meses em barricas francesas novas. Com muita estrutura, mastigável e ao mesmo tempo elegante, era novinho em folha e bem merece passar mais alguns anos descansando até atingir seu ideal.

No Brasil, os vinhos são distribuídos pela Mr. Man, uma importadora que desenvolve um bom trabalho em São Paulo, mas que ainda não descobriu que existe o Rio de Janeiro.

(*) - Um amigo português preveniu-me de que em terras lusitanas o termo nerd tem uma conotação negativa. Aqui no Brasil, no entanto, quer designar apenas aquele garoto apaixonado por computadores e foi nesse sentido que a palavra foi utilizada.
A visita
Duarte Leal da Costa, proprietário da Ervideira A Ervideira elabora vinhos desde 1899 A degustação em taças pretas derrubou todo o mundo
Os vinhos
Os espumantes da Ervideira O Invisível (Aragonês vinificado em branco) e o varietal Antão Vaz 2010 Conde d'Ervideira Reserva Branco 2010
Denominação: DOC Alentejo
Castas: Antão Vaz
O Vinha da Ervideira Tinto 2009 e o Conde d'Ervideira Reserva Tinto 2009 A linha varietal Conde d'Ervideira Private Selection 2008
Denominação: DOC Alentejo
Castas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet
O almoço
Uma mesa alentejana, com certeza... O panelão de caldo verde Orelhas de porco: bem que tentei, mas não consegui engolir...
Porco preto enrolado em toucinho Arroz doce com geléias de Antão Vaz e de Touriga Nacional A mesa festiva, destacando-se ao fundo a simpática D. Maria Isabel, a matriarca da família Leal da Costa
José Maria da Fonseca
No tempo dos romanos
Em 1986, a gigante José Maria da Fonseca, primeira vinícola portuguesa de vinhos de mesa, localizada na Península de Setúbal, adquiriu a alentejana José de Sousa Rosado Fernandes. A José de Sousa respira tradição, com seus 4 lagares de pisa a pé e uma grande quantidade de ânforas de barro e tudo indica que a troca de dono não alterou os métodos de produção, visto que até hoje os vinhos mais importantes são fermentados nessas ânforas.

Pela primeira vez, tive a oportunidade de conhecer um verdadeiro menir - daqueles que o Obelix levava nas costas - e que foi encontrado nos vinhedos da empresa e hoje é orgulhosamente exibido no museu da vinícola.

A divisão da produção entre brancos e tintos é absurdamente desproporcional: enquanto por lá se produz 800.000 garrafas de tintos, a quantidade dos brancos é de apenas 30.000, resumindo-se ao Montado Branco 2010, um esquisito corte de castas improváveis: Alva, Tamarez e Rabo de Ovelha.

Mas é claro que é nos tintos que a José de Sousa mostra toda a sua força. Dois deles merecem registro especial: o José de Sousa Mayor 2007, elaborado com um corte em que predomina a Grand Noir, casta que nos foi apresentada como rara e em extinção, mas que o Google me informa que é um simples sinônimo da popular Baga da Bairrada. Sei lá quem tem razão...(*) E também com a predominância dessa polêmica casta, o J 2009, ícone da vinícola, é pisado a pé em antigos lagares e fermenta nas talhas de barro, para depois repousar, mais modernamente, em cascos de carvalho francês novo, por 12 meses. Não resisti e comprei uma garrafa para me deleitar por aqui, lendo um livro do Asterix.

Esses vinhos são importados pela Inovini, novo nome da Importadora Aurora.

(*) - Do enólogo Paulo Amaral, recebi o esclarecimento - fartamente documentado - mostrando que a casta Grand Noir não é a mesma Baga.
O enólogo Paulo Amaral A famosa adega de talhas, onde os vinhos continuam a ser fermentados, como no tempo dos romanos O tonel nº 1 da José de Sousa
Um autêntico menir (daqueles que o Obelix carregava...) que foi encontrado nos vinhedos Montado Branco 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Alva, Tamarez e Rabo de Ovelha
Montado Tinto 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet
José de Souza 2009
Denominação: VR Alentejano
Castas: Grand Noir, Trincadeira e Aragonês
José de Souza Mayor 2008
Denominação: VR Alentejano
Castas: Grand Noir, Trincadeira e Aragonês
J 2009
Denominação: VR Alentejano
Castas: Grand Noir, Touriga Franca e Touriga Nacional
Adega Cooperativa de Redondo
Gigantismo e qualidade
Fundada em 1956, por um grupo de 14 produtores, a Adega Cooperativa de Redondo impressiona por seu porte atual. Hoje, com cerca de 200 associados, oscila entre o 2º e o 3º lugar dentre as maiores cooperativas portuguesas. Sua estonteante produção atinge as 15 milhões de garrafas por ano, o que significa que, em uma semana, a ACR engarrafa mais, por exemplo, do que a Herdade do Mouchão produz o ano inteiro. Dentre suas marcas, duas se destacam: a Porta da Ravessa, o vinho mais vendido em Portugal, e o Real Lavrador, posicionado na 4ª colocação dos rótulos mais vendidos. É mole?

Os tanques de fermentação são incontáveis, muito altos e construídos sob medida para a Cooperativa. os depósitos de vinhos - verdadeiros iglus - escondem sua enorme capacidade por baixo da terra. É interessante saber como são construidos: primeiro infla-se um balão gigantesco, com capacidade para 300.000 litros e se recobre com uma espessa parece de concreto quase que totalmente subterrânea. Quando o concreto seca, o balão é esvaziado e está pronto mais um dos depósitos branquinhos feito neve.

O enólogo residente, Pedro Hipólito (o mesmo da Herdade da Mingorra, que visitamos no dia seguinte), nos contou que a estratégia da Cooperativa é produzir vinhos simples e honestos, bem feitos, e em grande quantidade. Seu trabalho deve ser ininterrupto, mas mesmo assim ele encontra tempo para produzir alguns rótulos da mais alta estirpe, com produções relativamente ínfimas de 5.000 garrafas. Perguntei como ele encaixava essa produção naquele oceano de vinhos, já que isso não teria importância para uma vinícola daquele porte, que nem tem a experiência necessária para comercializar tão pequenas quantidades. Ele respondeu que não encaixava e que quando a direção se dava conta, os vinhos já haviam sido produzidos. Pareceu-me mais um brinquedo para o enófilo.

Os vinhos da ACR são trazidos para o Brasil pela Importadora Barrinhas, que pelo jeito vem fazendo um trabalho elogiável, já que é impossível encontrar um supermercado que não venda essas conhecidas marcas.
A sede da poderosa Cooperativa Os "iglus", enormes tanques para armazenagem de vinhos: o que aparece é só a ponta do iceberg, pois a maior parte é subterrânea Na ACR, tudo é gigantesco, como esses altíssimos tanques
A entrada da cave Muitas e muitas barricas Os brancos da degustação
Reserva ACR Tinto 2009
Denominação: DOC Alentejo
Castas: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet
Rotulagem especial para o mercado brasileiro do campeão de vendas Real Lavrador O jantar oferecido em Redondo, no simpático restaurante O Barro
Herdade da Mingorra
Um nome bem estranho
Quando estávamos chegando à Herdade da Mingorra, perguntei a Maria Amélia o que significava esse nome. Ela não tinha ideia, o que só fez aumentar a curiosidade. Ao chegar à vinícola, na primeira oportunidade que tive, perguntei à bela e simpática Sofia, qual o significado daquela estranha palavra. Ela ensaiou não saber e depois, meio constrangida, explicou que era "o membro viril da criança". Ou, em outras palavras, o pintinho!

Sofia é filha do proprietário Henrique Uva - existe nome mais apropriado para um produtor de vinhos? - e comandou uma organizadíssima degustação que passeou por toda a carteira da Herdade, cujo enólogo é o mesmo Pedro Hipólito que havíamos encontrado na noite anterior, na Adega Cooperativa de Redondo. O início já agradou em cheio, com um Espumante Mingorra Bruto 2009, elaborado pelo método clássico com as uvas Antão Vaz, Arinto e Verdelho. Excelente, com aromas cítricos e de frutas tropicais e uma boca fresca, amanteigada e seca.

Após os dois primeiros brancos, eis que surge um rosé, sem que tivéssemos experimentado o Alfaraz Reserva Branco 2010, que eu tanto aguardava. Tirei satisfações da suave Sofia, mas fiquei sabendo que ele estava na fila, esperando passar os rosados, eis que sua grande estrutura poderia derrubá-los feito garrafas de boliche. E quando ele finalmente chegou, esbaldei-me com sua untuosidade, frescor e elegância. Show de bola!

Na gama superior dos tintos, dois vinhos de nomes curiosos: o Uvas Castas e o Vinhas da Ira 2006. O primeiro é um daqueles vinhos rejeitados pela legislação portuguesa, tendo em vista ser um corte de Alentejo com Douro. Com isso, ele não pode exibir sua origem e nem sua safra. Mas com um jeitinho bem à brasileira, os produtores incluíram então no rótulo um código AL DO/05. Para bom entendedor, duas letrinhas bastam!

O segundo vinho deriva de um perrengue entre o produtor e um jovem enólogo, há alguns anos, sobre arrancar ou não umas vinhas velhas. Henrique fincou o pé, as videiras foram preservadas e de suas uvas saem o irado vinho, o mais importante da casa. Como resultado, um vinho de cortar com faca, com muito corpo e inebriantes aromas de alcatrão, louro e goiabada.

Concorrendo com a Ervideira na categoria de Miss Simpatia, a Herdade da Mingorra nos proporcionou igualmente uma recepção cheia de deferências e atenções, recebendo-nos para um almoço na espetacular residência da família, que surgiu de um galpão que foi transformado em salas grandiosas, de bela arquitetura e polvilhada de objetos de design e peças antigas, remetendo à caça que é praticada nas terras da herdade. E como se o almoço fosse pouca coisa, ainda fomos mimados com 3 garrafas de vinho e mais uma de azeite.

A Herdade, insatisfeita com seu importador atual, está à procura de um novo nome para representar seus vinhos aqui na terra tupiniquim. Os pretendentes são benvidos...
A Herdade oferece belas paisagens
Fomos ciceroneados pela bela Sofia Uva A linha completa de vinhos
Uvas Castas 2005
Denominação: Vinho de mesa
Castas: Alentejo 50% (Aragonês, Alfrocheiro e Alicante Bouschet) e Douro 50% (Tinta Barroca e Tinta Roriz)
Vinhas da Ira 2005
Denominação: VR Alentejano
Castas: Aragonês, Alfrocheiro, Alicante Bouschet e Touriga Nacional
Mingorra Vinho de Uvas Sobreamadurecidas 2010
Denominação: Vinho de mesa
Castas: Sémillon
O almoço
As indefectíveis entradas alentejanas Porco preto com batatas Feijoada de lebre
Torta de amêndoas No dia de São Martinho, 11/nov, a tradição é comer castanhas A bela sala de estar da Herdade
Herdade Grande
Uma degustação perdida
A Herdade Grande, situada na sub-região de Vidigueira, é mais uma das vinícolas daquela região que conta com a consultoria do famoso enólogo Luis Duarte. Com 60 hectares de vinhedos e uma produção de 350.000 garrafas/ano, é uma vinícola em ascenção. Este ano, seu proprietário António Lança tem motivos para ficar sorrindo sem parar, de orelha a orelha: seu vinho Herdade Grande Reserva 2008 foi escolhido como o grande vencedor da categoria tintos pela conceituada Confraria dos Enófilos do Alentejo, uma premiação que ocorre de 3 em 3 anos apenas.

António nos convidou para uma prova em barricas, onde podemos atestar o potencial dos vinhos desta última safra. Impressionou-me bastante um estruturadíssimo Antão Vaz e também um delicioso Verdelho.

Mas, na degustação em garrafas, a vinícola cometeu um pecado imperdoável, que praticamente invalidou a prova. O primeiro branco servido chamou-me a atenção pelos marcantes aromas florais, artificiais, com uma intensidade que eu não conseguia recordar ter experimentado antes. Veio o segundo vinho e os aromas concentrados - e agora já enjoativos - se repetiram. Mas foi quando chegou o terceiro vinho, dessa vez um tinto, apresentando os mesmos aromas dos brancos, é que me ligou a luz vermelha. Algo ali estava estranho demais. Decidi cheirar uma taça vazia e - bingo! - lá estavam aqueles insuportáveis aromas de produtos químicos. O que aconteceu é que as taças estavam emborcadas na toalha de mesa e guardavam seus aromas, provavelmente de amaciante de roupas.

Eu fiquei sem saber o que fazer, pois não tinha coragem de avisar aos anfitriões, tão cheios de solicitudes e salamaleques. Discretamente, parei de provar. E foi só quando o enólogo decidiu começar a beber, no penúltimo rótulo, que ele se deu conta dos indevidos aromas e cochichou a seu colega: "Os primeiros aromas que se sentem são os da toalha de mesa!" Eu, que estava perto, aproveitei a oportunidade para conversar com ele e pedir uma taça não contaminada. Mas a essa altura já era tarde demais e a degustação já tinha ido para o brejo. Felizmente, a interminável gentileza do anfitrião nos presenteou a todos com uma garrafa de seu vinho campeão, o que nos possibilitará degustá-lo em condições mais apropriadas.

Aqui no Brasil, esses vinhos são trazidos pela Global Wines.
O proprietário António Lança Os vinhedos da Herdade A foto do grupo
Os vinhos de entrada da Herdade A linha Condado das Vinhas A linha Herdade Grande
O Herdade Grande Reserva, safras 2007 e 2008 Dia de São Martinho: castanhas portuguesas Orgulhoso, António exibiu o Prêmio de Excelência, da Confraria dos Enófilos do Alentejo, que foi conferido ao Herdade Grande Reserva 2008
Herdade do Rocim
Arquitetura arrojada
Nossa guia, Maria Amélia, sabiamente deixou para o gran finale a Herdade do Rocim, a mais bela vinícola que visitamos no Alentejo. Depois dela, nenhuma outra instalação teria graça. Construída em 2007, com projeto do arquiteto Carlos Vitorino, a vinícola foi um presente que a enóloga Catarina Vieira recebeu de seu pai. Que paizão!

Localizada na sub-região de Vidigueira, não há palavras que consigam descrever à altura a beleza do prédio e de sua decoração. O pé-direito é altíssimo, as paredes são quase sempre nuas, aqui e alí pontilhadas por uma obra de arte grandiosa, ou por citações de grandes poetas, transmitindo atualidade e cultura. Cercado de grandes talhas centenárias, um moderno lagar de mármore se exibe, branquinho, utilizado para a elaboração dos vinhos de mais alta gama. O prédio parece imaculado e a impressão que se tem é a de estarmos em uma UTI hospitalar de alta tecnologia. A preocupação com a limpeza é tanta que os visitantes não podem nem visitar a adega e a sala de barricas, limitando-se a admirá-las à distância.

O enoturismo foi pensado como uma peça chave do projeto e a médio prazo deve-se construir um hotel de charme por ali. Por enquanto, os visitantes podem desfrutar do moderníssimo wine bar, podendo beber os vinhos no pátio interno nas noites quentes de verão. Para visitas, a herdade funciona todos os dias do ano, atendendo à demanda espontânea. Mas se o visitante desejar almoçar, deve fazer uma reserva antecipada e irá pagar cerca de 25 euros por um almoço completo com degustação de 5 vinhos. É por coisas assim que a demanda de visitantes vem aumentando 100% a cada ano.

Mas de nada adiantaria tudo isso, se não houvessem vinhos de qualidade para fundamentar o empreendimento. Com a palavra o crítico Rui Falcão: "... identifico um crescendo de saber, conhecimento e proficiência... Aguardo com cada vez mais curiosidade as cenas dos próximos capítulos." Na degustação que precedeu um maravilhoso jantar, nós tivemos a possibilidade de constatar a qualidade apontada.

O branco que mais me agradou foi o Olho de Mocho Reserva 2010, 100% Antão Vaz, que pôde mostrar toda a estrutura e mineralidade dessa casta, em que 40% do vinho foi fermentado e "batonado" por 5 meses em barricas novas francesas e americanas. O resultado final, nem preciso dizer, era um misto de corpo, frescor e elegância de tirar o chapéu. Já na categoria tintos, foi um pouco mais difícil escolher o melhor, mas minhas preferências ficaram com o Olho de Mocho Reserva 2009, um cortado de Syrah, Touriga Nacional e a indefectível Alicante Bouschet, que hoje em dia parece estar presente em todos os vinhos do Alentejo. Após 12 meses em carvalho francês (80%) e americano (20%) e descansando por mais 6 meses na adega, o vinho sai da garrafa exalando aromas de frutas maduras, especiarias e elegante madeira, com uma boca carnuda, redonda, fresca e frutada.

A Importadora Premium, de Belo Horizonte, é quem traz esses vinhos para o Brasil.
A bela vinícola
A majestosa entrada O pátio interno e o restaurante O lagar de mármore
Citações pelas paredes Talhas centenárias Muitas obras de arte
A degustação e o jantar
Rocim Branco 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Antão Vaz, Arinto e Roupeiro
Olho de Mocho Reserva Branco 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Antão Vaz
Olho de Mocho Rosé 2010
Denominação: VR Alentejano
Castas: Touriga Nacional, Syrah e Aragonês
Mariana 2008
Denominação: VR Alentejano
Castas: Aragonês, Trincadeira, Alfrocheiro e Alicante Bouschet
Rocim Tinto 2007
Denominação: VR Alentejano
Castas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet
Olho de Mocho Reserva 2009
Denominação: VR Alentejano
Castas: Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet
Vale da Mata 2008
Denominação: VR Lisboa
Castas: Aragonês, Syrah e Touriga Nacional
Ana Moreira, responsável pelo enoturismo, comandou a degustação Prato de frios e queijos alentejanos
Sopa de cação Bochechas de porco preto com migas e batatas Pijama
Comentários
Ricardo Gaffrée
Aposentado - Blogueiro (www.eugourmet.blogspot.com)
Brasilia
DF
16/11/2011 Prezado Oscar, parabéns pelo post.

Estou indo p/Portugal no início do ano e depois de ler o que escreveu, incluirei as suas dicas no meu roteiro.

Obrigado. Abraço. RG
Sofia Uva
Exportação da Herdade da Mingorra
Beja
Portugal
16/11/2011 Muitos parabéns, Oscar! Adorei minha foto. Foi um prazer conhece-los!

Beijo
Paulo Nicolay
Consultor de vinhos
Rio de Janeiro
RJ
16/11/2011 Parabéns Oscar, bela matéria!... Traduziu fielmente nossa bela aventura!.... Já estou com saudades!!

Abraços,
Paulo Nicolay
Manuel Falardo
Viagens Abreu, S.A.
Évora - Alentejo
Portugal
16/11/2011 Estimado Sr. Oscar Daudt,

Os meus agradecimentos pela excelente foto-reportagem.

Cumprimentos deste alentejano,
Manuel Falardo
Carlos Eduardo Costa Ribeiro
Médico Cardiologista
Resende
RJ
16/11/2011 Meu caro Oscar,

Parabéns pela excepcional matéria !!!!!!!

Estou contando os dias para chegar 21 de abril de 2012, quando estarei desembarcando em Lisboa para o Congresso Português de Cardiologia, marcando ponto no Assinatura e no Faz Figura. Estou pesquisando um tour por algumas vinícolas, terei 6 dias para isso. Você acha que é suficiente ? Quando estive no Assinatura, o sommelier David Moita insistiu que eu fosse ao Douro. Segundo ele a região e toda a Vinicultura Portuguesa passou por uma revolução de tecnologia e qualidade nos últimos anos, a sua matéria é um relato fiel deste processo.

Abraços, mais uma vez parabéns pela qualidade do seu trabalho.
Carlos Eduardo
Affonso Nunes
Jornalista e enófilo / SBAV-Rio
Rio de Janeiro
RJ
16/11/2011 O Paulo Nicolay está coberto de razão. O EnoEventos sintetizou com brilho nossa epopéia em terras d`Além Tejo. E como eu e Cacá somos teimosos, seguimos viagem da bela Évora rumo ao Douro com rápida escala na Bairrada...

PS: O gaiato em questão era eu, mas parafraseando o amigo jornalista Júlio Calmon, o primeiro brasileiro a assumir que trouxe o Alentejo dentro de si. Da minha parte, levarei um pouco mais quando regressar.
Abílio Cardoso
Dentista e enófilo
Brasilia
DF
17/11/2011 Oscar, matéria fantástica, deve ter sido uma viagem memorável.

Mas o que impressiona também foi o erro básico cometido por profissionais da área. Isto alivia um pouco a tristeza das vezes que peguei taças com aromas de sabão em casa....

Abraço
Abilio
Luis Mira
Produtor Herdade das Servas
Estremoz
Portugal
17/11/2011 Caro Oscar,

Foi um enorme prazer conhece-lo, ainda para mais sempre bem disposto, contudo gostaria de esclarecer uns detalhes que o Oscar não entendeu:

- Aventureiro é qualidade que eu não tenho, gostaria mas não tenho.

- O projecto do Ceará era do meu pai e não meu, foi desenvolvido na cidade do interior do Estado do Ceará em Sobral, e eu disse que existia Extremoz também no Brasil e eu conhecia.

- "deu com os burros n`água" porque o Municipio de Sobral não cumpriu o acordado. Contudo foram engarrafadas algumas garrafas deste projecto com a marca SOBRAL.

Espero ter esclarecido os equívocos. Deixo um grande abraço ao grupo pela simpatia e espero que nos visitem em breve.
Luis Mira
Fernando Fernandes
Enoneófito
Santos
SP
17/11/2011 Caro Oscar, incrível matéria, parabéns!

Estive a trabalho em Portugal e com pouco tempo para desfrutar, com minha esposa, a enogastronomia que a "terrinha" nos oferece. Em Lisboa, estivemos nos restaurantes Casa do Alentejo e Faz Figura. Neste, motivados por sua matéria anterior. Por idêntica razão, trouxemos um Lima Mayer tinto.

Ao sommelier Fernandes, que nos atendeu, demos o crédito ao EnoEventos pela nossa presença naquele restaurante. Forte abraço.

Fernando, obrigado! E na próxima, não deixe de ir ao Alentejo! Abraços, Oscar
Ana Moreira
Herdade do Rocim
Vidigueira
Portugal
21/11/2011 Prezado Oscar, muito obrigada pela belíssima peça que fez sobre a Herdade do Rocim e seus vinhos!

Só um pequeno detalhe: a descrição de "almoço completo" é muito generosa. Na realidade, é uma mostra de petiscos alentejanos - seleção de enchidos e queijos, ovos com espargos e coelho frito, e pupias para a sobremesa (biscoito de azeite) - sempre acompanhado do incontornavel pão da Vidigueira. Se é um almoço completo ou não, aí depende do quanto quer levar do Alentejo...na cinturinha :)

Volte sempre! Ana
Cacá Azevedo
SBAV-RJ
Rio de Janeiro
RJ
22/11/2011 Olá Oscar, parabéns pela matéria e obrigada pelos créditos nas fotos.

Já estou com saudades de Portugal.. a viagem sem dúvida foi mais divertida pela sua presença. Beijocas
Crebil Ferman
Global Wines
Rio de Janeiro
RJ
25/11/2011 PREZADO OSCAR E DEMAIS PARTICIPANTES DA DEGUSTAÇÃO DA HERDADE GRANDE:

Em nome da Global Wine, gostaria de esclarecer alguns pontos:

A - Os vinhos da Herdade Grande são representados no Brasil por nossa empresa e temos um volume de comercialização e aceitação muito grande.

B – Temos dois segmentos de mercado no Brasil: O primeiro são com os vinhos "AUDAZ E MONTE DAS TALHAS" ambos tintos que comercializamos nas grandes redes de mercados no Brasil.

C – Os vinhos Herdade Grande Reserva e o Regional comercializamos nos restaurantes e para pessoa física, e que temos também um volume de aceitação muito grande.

A Global Wine trabalha sempre com produtores de grande idoneidade e com vinhos de qualidade, pois para nós, HERDADE GRANDE NO BRASIL É GLOBAL WINE. Acredito que o ocorrido foi um grande acidente, pois tanto o Sr. ANTONIO LANÇA E O ENÓLOGO são profissionais do melhor nível possível.

Finalmente, quero esclarecer que todos os produtos da Herdade Grande, são produtos excelentes e que o aroma da toalha não será nunca superior a qualidade de um grande vinho, principalmente HERDADE GRANDE.

Gostaria de convidar novamente todos os que foram a esta degustação, na propriedade da Herdade Grande, para um almoço na Porcão Rios, para que juntos possamos realizar novamente uma degustação do grandes vinhos produzidos pelo ILUSTRE SR. ANTONIO LANÇA. Espero e confio que aceitem meu convite, para que possamos ter oportunidade de desfazer esta imagem negativa. Desde já agradeço.

Crebil Ferman
Global Wine

Caro Crebil, o ocorrido foi um imprevisto e como todos os erros bem-intencionados pode ser compreendido. Não ficou em absoluto, nem para mim, nem para os demais participantes, uma imagem negativa. Pelo contrário, conforme escrevi no texto, a gentileza do António Lança nos conquistou a todos, inclusive nos presenteando com uma garrafa de seu vinho tão especial.

De qualquer forma, uma oportunidade de beber o Herdade Grande é sempre benvinda.

Grande abraço, Oscar
André Sibi
Jornalista
Luanda
Angola
20/01/2012 Caríssimo Óscar!

Foi um prazer enorme descobrir de forma inesperada o site do EnoEventos, pois perdi o seu contacto. Verdade seja dita "Há males que vem para o bem". Valeu apenas ter perdido a viagem com os meus colegas angolanos, para integrar neste fantástico grupo, que comigo fez uma triangulação perfeita: Angola, Brasil e Portugal.

Foi bom rever através da fotorepotagem os momentos que partilhamos no Alentejo.

Saudações a toda equipa.
Sempre André Sibi (Angola)

Beleza ter notícias de você e espero que nos encontremos mais vezes. Estamos sempre aqui recordando a viagem e a sua boa companhia.

Abraços, Oscar
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]