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Comentários |
Alexandre Lalas Wine Report Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Caro Oscar
Fui eu quem escreveu o texto do abaixo-assinado, assim como fui eu quem escreveu o editorial mencionado no texto (ao qual você deveria ter dado crédito, ao menos http://www.winereport.com.br/outrascachacas/wr-e-contra-a-lei-da-salvaguarda-e-sugere-boicote-ao-vinho-nacional-se-projeto-passar-/1841).
Só para lembrar, na carta do restaurante Vieira Souto, feita por mim em parceria com o sommelier João Souza, há um grande número de vinhos brasileiros, quase todos de pequenos produtores e que, por acaso, são contra o projeto de salvaguarda. Assim como eram contra o selo fiscal. Portanto, estou longe de me enquadrar entre os que "nunca provaram mais do que 2 ou 3 rótulos de vinhos brasileiros". Pelo
contrário, trabalho há tempos pela divulgação dos bons vinhos produzidos no país.
Vinhos estes que melhoraram graças à concorrência que passaram a sofrer dos vinhos importados após a abertura das importações. Ou você esqueceu como eram sofríveis os vinhos nacionais há tempos atrás? Talvez, na época, você não se interessasse tanto pelo assunto...
E mesmo hoje, embora a qualidade tenha melhorado significativamente, ainda é cedo para afirmar que temos um padrão de alto nível no vinho nacional. Ainda são necessários anos de bons rótulos e boas safras para afirmarmos, sem ufanismo, esse fato. Sem falar que a qualidade média, infelizmente, ainda é baixa. Embora os números de bons rótulos se multiplique em progressão geométrica, ainda falta muito para a média poder ser considerada boa.
Os vinhos brasileiros são caros sim, e fechar os olhos a esta realidade é querer viver em um mundo do faz de conta. Fossem mais baratos, talvez os importadores tivessem que reduzir a margem de lucro para competir com o vinho nacional.
Você sabe tão bem quanto eu que tanto o IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho, quanto a UVIBRA - União Brasileira da Vitivinicultura, a FECOVINHO - Federação das Cooperativas do Vinho e o SINDIVINHO - Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul, "entidades que, juntas, representam 96% da produção nacional" são dominadas politicamente pelas maiores empresas do setor.
Eu li e reli com toda a atenção o projeto e tenho plena convicção de que ele não trará, a longo nem médio prazo, benefício nenhum ao vinho brasileiro. É arcaico, indecente, imoral e beneficiará apenas os vinhos argentinos baratos (livres do imposto por conta do Mercosul). É um tiro na cabeça da cultura de vinho que tanto trabalhamos em disseminar. E um tiro no bolso do consumidor, que será obrigado a pagar mais por vinhos piores. Portanto, não aceito o argumento de que há "afirmações descabidas e levianas" no texto do abaixo-assinado.
Portanto, reafirmo: não é aumentando impostos muito menos criando salvaguardas para o vinho nacional que os produtores brasileiros ganharão mercado. O último dos ditadores a governar o Brasil (o nada saudoso João Figueiredo) inventou a famigerada "lei da informática" para salvaguardar a indústria brasileira de tecnologia. Você tem idade suficiente para lembrar o que aconteceu. Os anos de atraso
até hoje ainda se fazem sentir. Esse é o caminho que a indústria do vinho brasileiro pretende seguir? Acho que os pequenos produtores não pensam assim...
Os produtores escolheram o alvo errado. Como escrevi no editorial, o inimigo do vinho brasileiro não é o produto importado, Mas a falta de visão dos grandes produtores, que se unem apenas quando o assunto é taxar o que vem de fora. Esta "união" deveria ser usada em prol de outros assuntos, como a taxação do vinho como alimento, repetindo o que ocorre em diversos países da Europa. Deveriam lutar por
incentivos fiscais, por desonerarem a cadeia produtiva. Por leis trabalhistas mais exequíveis. Por impostos menores para eles e não maiores para a concorrência.
Em relação ao boicote, é a arma que o consumidor tem para berrar contra este despautério. Sabemos bem a força que tem a dor no bolso. Que doa nos deles também, se há de doer nos nossos.
E, para deixar mais claro ainda, os produtores que forneceram dados para o Ministério são: Cooperativa Vinícola Aurora Ltda., pelos Vinhos Salton S/A, pela Vinícola Miolo Ltda., pela Cooperativa Viti Vinícola Aliança Ltda., ABEGE – Participações Ind. e Com. de Bebidas Ltda. e pela Lovara Vinhos Finos Ltda. Estas empresas estão entre as maiores vinícolas do setor, no Brasil. E algumas delas também
importam vinhos de outros países e exportam seus próprios brancos e tintos. São estes os que devemos boicotar. E o pequeno produtor (como muitos já fizeram ao assinarem o abaixo-assinado) deve e precisa se manifestar, juntando suas vozes às dos consumidores de todo o Brasil e dando um basta a esta ideia de jerico.
Por fim, a ideia de um imposto fixo por garrafa é sim, uma medida que pode ser inteligente e eficaz. Melhoraria a competitividade dos vinhos brasileiros mais baratos e afastaria os importados de qualidade duvidosa. Sem falar que seria, aos olhos do consumidor, uma medida muito menos antipática.
Ideias e debates são sempre bem-vindos. Mas não podemos esquecer que o consumidor tem o direito de ser livre para escolher o que vai beber.
Abraço Alexandre Lalas |
Duda Zagari Confraria Carioca Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Muito bem escrito, Lalas. Também sou grande fã dos vinhos nacionais. Não por acaso a maioria dos brasileiros da carta do Vieira Souto são de nossa distribuição no Rio de Janeito. Eu e João estivemos no Sul onde fizemos uma exaustiva pesquisa de qualidade e preço. Achamos coisas muito boas que os Grandes agora fazem questão de apagar.
O selo já é um grande retrocesso. O aumento do imposto nem se fala...
É bom lembrar que um vinho importado da Europa, por exemplo, chega aqui, somados impostos, taxas e despesas portuárias e de Analises com 140% a mais... um vinhos de 10 Euros chega no porto a 24!!! Então não podemos somente culpar os importadores em mark up. A maior fatia vai pro governo sem fazer nada. Depois os importadores ainda tem transporte, depósito, custo do capital investido, pessoal e muitos outros custos. A margem de lucro da maioria deles não chega a 15%. Isso é pouco por todo o risco envolvido (isso que nem falei de câmbio). Claro que há importadores que marcam muito, mas não podemos generalizar.
Eu estou aderindo à causa!
Abraços Duda |
Roberto Cavalcanti de Albuquerque Consumidor Volta Redonda RJ |
16/03/2012 |
Oscar,
Esse assunto é muito complexo e não permite uma abordagem unilateral para sua solução, ainda que temporária. Examinado com cuidado, todas as partes envolvidas tem, em parte, razão em seus argumentos e defesa. Sou a favor da defesa da economia nacional, através de trocas e tratamento equitativos, mas sou contra a reserva de mercado. Lembre-se do que foi aqui no Brasil a reserva para as indústrias de informática e automobilística. Se a indústria vinícola nacional tentar ir por esse caminho - na contra-mão da nossa história recente - o resultado certamente não será bom para nenhuma das partes, em especial o consumidor final.
Mantenho em minha - pequena e modesta - adega um número significativo de garrafas de vinho brasileiro, mas que são produzidos por vínicolas com capacidade de ampla distribuição no território nacional. Gostaria de conhecer os novos vinhos que estão sendo produzidos em Santa Catarina, Paraná, diferentes regiões do Rio Grande do Sul, e onde for, mas que dificilmente ultrapassam as fronteiras de São Paulo, quando chegam até lá.
Problemas complexos exigem soluções complexas, mas possíveis. Que cada um olhe para além do seu umbigo e faça a sua parte, pois há lugar para vinhos do mundo todo no mercado brasileiro, que tem ainda muito para crescer. |
Miguel Ângelo Vicente Almeida Enólogo da Miolo Candiota RS |
16/03/2012 |
Lalas, não concordo com a tua opinião, parece que apenas olha um lado. Há quanto tempo compraste a última garrafa de um vinho do teu país? |
Fred Berkowicz Engenheiro Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Sou contra salvaguarda de qualquer tipo. A nossa indústria tem é que ser competente para concorrer com os produtos estrangeiros! Provavelmente só temos vinhos nacionais melhores hoje, devido ao mercado que se abriu com a popularização do vinho e aumento da concorrência.
Vou me posicionar contra o aumento de tarifas de importação.
Abs, Fred |
Alexandre Lalas Wine Report Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Meu amigo Miguel, compro sempre. E inclusive, como falei no texto, coloquei vários na carta do Vieira Souto. Inclusive um teu, o castas, do qual gosto muito, por sinal.
Mas, infelizmente, se permanecer esta irracionalidade, serei obrigado a parar de comprar...
Forte abraço, meu camarada |
Jandir Passos Livre pensador Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Na década de 80, com o argumento de que o Brasil necessitava de uma politica de informática que impulsionasse o desenvolvimento tecnológico do setor, foi instalada uma reserva de mercado para o setor. Resultado prático? Basicamente ficamos anos e anos com computadores que eram verdadeiras carroças, e por falar em carroça, na década seguinte a indústria automobilística nacional passou a produzir carros de melhor qualidade graças a competição dos importados. Sim, a velha e salutar competição faz bem ao mercado. A partir do momento em que um determinado setor monopoliza o mercado, ele impõe preços e produtos, retirando o democrático direito do cidadão-contribuinte de fazer escolhas.
Equivocadamente, o setor vitivinicola nacional, basicamente as grandes, estão fazendo lobby para aumentar mais ainda aquilo que já é elevado: os impostos sobre vinhos importados. Isso vai ajudar o mercado de vinho no país a se expandir? De certo que não. Trata-se de mais uma reserva de mercado disfarçada de tributos escorchantes. Por que os produtores nacionais não brigam para pagarem MENOS IMPOSTOS? Será que é porque é mais cômodo ter um mercado monopolizado? Porque assim não é necessário continuar investindo em melhoria do produto?
O vinho nacional nos últimos 15 anos deu um grande salto qualitativo e é uma pena que certos setores estejam de forma vergonhosa tentando criar uma reserva de mercado em pleno sec. XXI. Essa suposta salvaguarda não irá beneficiar, como demonstra a história no que se refere a outros setores. O Brasil ainda é um dos países mais fechados do mundo, do ponto de vista econômico. O mercado e a economia precisam de certas premissas para o seu bom funcionamento, e o Brasil tem um dos mercados mais regulamentados (em todos os setores), com violenta carga tributária, que só serve para alimentar os gastos desmedidos.
Desculpem-me a franqueza mas argumentar que tal infeliz medida, caso vingue, é apenas salvaguarda para o setor é de uma ingenuidade elevado à enésima potência. Lutem os produtores nacionais por menos impostos em cima dos vinhos nacionais e deixem quietos os importados, que já pagam elevada tributação, e continuem investimento em qualidade. |
Jandir Passos Livre pensador Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Um detalhe importante, porém desconhecido: sabem que é o maior concorrente, tanto do vinho nacional, quanto do importado? O vinho de garrafão! Dos 300 milhões de litros consumidos em média por ano no país, cerca de 70% é de vinho de garrafão. Por que não fazem uma campanha, a exemplo do Uruguai há uns 20 anos, de reconversão para vitis vinífera?
Claro que aumentar mais ainda impostos, a fim de monopolizar o mercado, em nome de salvaguardas para o vinho nacional é mais cômodo... |
Luiz Alfredo A. Rangel www.wine-ev.com Rio de Janeiro RJ |
16/03/2012 |
Caro Oscar,
Qualquer imposto é ruim. Mas não há nada pior do que a “reserva de mercado”. Ela traz os piores vícios de conduta imagináveis. E, em última instância, é uma transferência de riqueza, indefensável, do consumidor para o produtor incompetente.
Em relação à qualidade dos vinhos brasileiros; pelo menos os tintos, são, infelizmente, muito ruins. É verdade que os atributos físicos das regiões vitícolas brasileiras não ajudam: baixíssimos níveis de radiação solar, umidade relativa do ar muito alta, dias curtos devido às baixas latitudes... Todos estes fatores resultam em pressão de doenças nos vinhedos e no estímulo ao abuso de agrotóxicos e à colheita antecipada.
Para piorar, os solos na Serra Gaúcha são pesados, com alto teor de argila, e conseqüentemente, baixo poder de drenagem, estimulando o crescimento vegetativo e os altos rendimentos da produção, em detrimento da qualidade.
Na Campanha Gaúcha as condições são um pouco melhores, mas ainda assim se assemelham muito às condições uruguaias. E todos conhecem as deficiências dos vinhos tintos uruguaios: altíssimas proporções de ácido málico (em relação ao ácido tartárico) e uvas com baixos níveis BRIX, que precisam ser compensados na cantina via chaptalização e/ou destilação parcial. Resumindo: vinhos sem estrutura.
Neste caso, para se atingir o equilíbrio, são necessárias doses cavalares de aditivos. Mesmo os taninos nestas regiões costumam ser deficientes, já que a pressão de doenças criptogâmicas acelera a colheita e não permite o desenvolvimento adequado dos componentes fenólicos.
Por último, o preço dos vinhos brasileiros não é alto; é estratosférico; e as margens de lucro são indecentes. Senão, como explicar que, em pouco menos de vinte anos, a Miolo tenha saído do nada, para se tornar uma multinacional de porte médio?
Saudações. |
José Paulo Schiffini Enófilo da velha guarda Rio de Janeiro RJ |
17/03/2012 |
Caros amigos,
BASTA!
Os vinhos nacionais ganham muitas medalhas de ouro, de prata, menções honrosas; são cortejados por críticos internacionais e os burocratas do vinho ainda acham que devem ser protegidos.... basta.
Temos que melhorar nossa competitividade em tudo, principalmente em vigilância sanitária de nossos vinhedos e cantinas.
Me aguardem !
Schiffini |
Eduardo Beauclair Enófilo Rio de Janeiro RJ |
17/03/2012 |
Caro Oscar,
Aumentar imposto de importados ou reservar mercado para nacionais já foram testados no Brasil, em outros segmentos da indústria, e nunca funcionaram. O mais correto seria a união dos produtores nacionais para a redução de impostos. A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo.
Grande abraço! |
Rafael Mauaccad Enófilo São Paulo SP |
17/03/2012 |
Oscar,
Em última instância, caberá às autoridades governamentais brasileiras fomentarem, incentivarem e atrairem investimentos para o setor vitivinícola, atendendo parcial ou integralmente os atuais reclames desta indústria.
Nosso setor vitivinícola poderia assim mirar seu planejamento de desenvolvimento na realidade norte-americana, em que os vinhos da Califórnia dominam o mercado doméstico, respondendo por 2/3 do total de vendas nos Estados Unidos. A produção norte-americana compete fortemente com os vinhos da Europa e do Novo Mundo. A competição intensa fomentou a concentração em curso no setor. Os 8 maiores vinicultores respondem por mais de 75% da produção americana, enquanto os cerca de 1600 restantes produzem os 25% complementares.
Em síntese, a indústria vinícola americana enfrenta competição intensa, crescente poder de barganha dos distribuidores e varejistas, aumento de pressão sobre os preços e achatamento da demanda, não obstante a variedade de oferta cada vez mais ampla.
As discussões sobre o tema devem estar sempre pautadas pelo pragmatismo das relações comerciais, isentas das manifestações passionais das partes envolvidas.
Abraços, Rafael |
Cesar Galvão Enófilo Rio de Janeiro RJ |
17/03/2012 |
Depois da resposta completa do Lalas, não me restou quase nada a comentar, apenas vir dizer que sou favorável ao boicote. Se dependendermos de "consciência" do empresariado de quaisquer setores ou do bom senso do governo em questões tributárias, vamos todos sim pagar mais caro por importados e os produtores que acham que ganharão com a medida continuarão perdendo mercado para os argentinos, os maiores beneficiados com a medida, sob meu ponto de vista. O pessoal de Mendoza deve estar cruzando os dedos nesse exato momento em que estamos trocando fogo amigo.
E, assim como o Lalas e outros enófilos, sou entusiasta do vinho acessível e de qualidade, seja ele nacional ou estrangeiro, e fico muito orgulhoso quando me deparo com um excelente vinho brazuca.
Saudações, Cesar Galvão |
Áurea Recchia Viticultora Pontlevoy França |
18/03/2012 |
Caro Oscar,
Posso até entender sua posição, mas concordo em gênero, número e grau com todos aqueles que escreveram acima, assino embaixo e Lalas se posicionou exatamente como acho que todos
aqueles que apreciam realmente o vinho pensam.
Reserva de mercado não adianta NADA, ao contrário, piora inteiramente o setor. Ha necessidade de uma concorrência fiel, leal e importante para um crescimento de mercado. Primeiro eles têm que implementar tudo o que disseram que fariam, para depois tentar provar que o que estão pedindo agora seja de valia, o que é, mesmo neste caso, impossivel, na minha opinião.
Vivemos num mundo globalizado, sem retorno. Sera que não entenderam isto?
Áurea,
Os produtores não solicitaram reserva de mercado, mas os incendiários de plantão estão assustando a todos com essa ameaça.
Eu discordo de você e de grande parte dos que escreveram acima. A indústria brasileira de vinhos - assim como muitos outros setores de nossa economia - vem enfrentando uma concorrência predatória. É um direito dos produtores reivindicar uma solução para enfrentar essa crise e é uma obrigação do governo proteger a indústria nacional. O Brasil é um país que se desindustrializa à galope e a enxurrada de dólares que invade nossas fronteiras só vem agravando essa situação. Se ficarmos imóveis, em breve voltaremos a ser a sociedade rural que éramos até a metade do século XX.
Aí na França, o governo subsidia as atividades agrícolas com quantias imorais, para que os produtos consigam ter preços de mercado. Imagine se você sugerisse, já que a economia é globalizada, que a agricultura francesa fosse extirpada e passassem a comprar tudo do Brasil, que é muito mais eficiente nesse setor? Com certeza você seria jogada na fogueira feito uma Joana d'Arc.
Abraços, Oscar |
Guilherme Lopes Mair Enófilo Brasília DF |
19/03/2012 |
Caro Oscar,
Presto minha contribuição ao debate:
www.umpaposobrevinhos.com.br
Um abraço |
Cleverson Castro Sommelier Restaurante Ícaro Niterói Niteroi RJ |
19/03/2012 |
Fico deveras preocupado com a retaliação que os outros países produtores possam adotar após o aumento de impostos sobre seus vinhos.
Se optarem pela lei da reciprocidade, imagino o cenário que se desenharia com, por exemplo, o Sarkozy sobretaxando a entrada de vinhos brasileiros em solo francês a fim de salvaguardar a produção de seus Hermitages, Montrachets, Champagnes.
A Catherine Deneuve faria campanha contra a entrada do Vila Francioni, grande ameaça ao mercado de Chablis.
Imagino que o Mondavi mandaria uma mensagem psicografada ao Obama pedindo que ele barre a entrada do Desejo para não afetar o consumo do Opus One.
Na Itália, os Brunos e Giuseppes deixariam de comprar os vinhos da Aurora e voltariam a beber os do Gaja, do Quintarelle e do Soldera.
Com as restrições à entrada de vinhos brasileiros em vários países -da Nova Zelândia ao Uruguai- a queda no grande volume de vinhos exportados pelo Brasil deixaria um excedente de produção, que seria absorvido pela criação do "Bolsa Vinho".
As famílias gaúchas de baixa renda seriam contempladas pelo programa "Minha Pipa Minha Vida". |
Daniel Salvador Enólogo Flores da Cunha RS |
19/03/2012 |
Como um pequeno produtor de vinhos, gostaria de ver tantas cabeças pensantes unidas pelo aumento do consumo de vinhos no Brasil. Este assunto que corre entre as midias, que para uns é polêmica, para outros negócio, está tomando conta dos espaços que deveriam ser desitnados à qualidade da safra 2012.
Sonhei que voltaríamos a repetir um 2005, onde todos unidos celebramos em torno do vinho, em qualidade e em consumo. Gostaria de imaginar se todo o esforço que estamos fazendo para defender ambas as partes fossem destinadas a "popularizar" o consumo do vinho. Com 5 litros per capita de consumo garanto que todos estariam felizes e realizados... assim como eu estaria também... |
Carlos Frederico Van Der Ley Lima Artista plástico Niteroi RJ |
19/03/2012 |
Caro Oscar,
Vc. pode estar subestimando a inteligencia das Pessoas, pense nisso!!!
Você poderia ao menos dizer por quê... Abraços, Oscar |
Marcelo Carneiro Advogado e escritor Resende RJ |
19/03/2012 |
Caro Oscar.
Como sabe, fui crítico feroz do selo e agora faço o mesmo em relação à criação de salvaguarda sobre os vinhos nacionais. Não apenas sou um defensor intransigente dos nossos vinhos, como sou representante de Pizzato, Villa Francioni, Guatambu, etc e a minha maior dificuldade sempre foi o preconceito e - de certa forma - o preço (se comparado com chilenos e argentinos).
Mas, como tenho dito no meu site e no Facebook "A MULHER FEIA MANDAR FAZER UMA CICATRIZ NO ROSTO DA VIZINHA BONITA. NÃO VAI FAZÊ-LA MAIS ATRAENTE".
Não apenas concordo com o Alex, mas há tempos venho defendendo a reclassificação do vinho como alimento e a desoneração tributária da cadeira produtiva.
Agora, sou ABSOLUTAMENTE CONTRA O BOICOTE AOS VINHOS NACIONAIS, pois, creio que isso seria um desastre a médio e longo prazo, pois, pode restaurar um preconceito que sequer foi superado, ou seja, vai alimentar a "birra" do mercado para com os vinhos nacionais. É hora de repensar valores.
Se os grandes produtores conseguiram por duas vezes seguidas pressionar o governo em relação ao selo e a salvaguarda, podem muito bem fazer o mesmo visando a redução de tributos e incentivos fiscais. Certamente, terão o apoio incondicional do mercado.
Acho ótima a sua sugestão sobre a taxação fixa e pode ser uma boa experiência.
Enoabs |
Aquiles Meo de la Torre Sommelier Colina SP |
19/03/2012 |
Prezado Sr Oscar
Para ser jornalista temos que ser independientes.
Ser independiente significa não aceitar viagens sem pagar a diversas vinicolas do mundo dentre elas as brasileiras que tem muito dinheiro para torrar.
O Sr não é independente desde o minuto que aceitou sua primeira viagem paga por produtor/importador/sindicato.
Sem mais Aquiles |
Osmir Avila Abrantes Engenheiro e enófilo Cascavel PR |
19/03/2012 |
Enquanto lia as opiniões de todos que escreveram, me atentei às palavras do enólogo de Flores da Cunha, Daniel Salvador, onde o mesmo faz menção aos consumidores da bebida de Baco.
Realmente, enquanto não houver uma conscientização nacional dos benefícios do vinho com alimento e remédio, a mídia da cerveja domina o mercado, não adianda imaginar uma responsabilidade de todos os produtores, se não houver um lobby de políticos para a divulgação da divina bebida.
Enquanto houver a ignorância da maioria da população brasileira quanto a ingestão de vinho estaremos sempre na eterna discussão do ovo e da galinha.
Abraços Osmir |
Rogerio Rebouças Jornalista e consultor Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Caro Oscar,
Em diversas análises que fiz ao longo dos dois últimos anos no blog Conexão Francesa sempre disse que considerava o grande produtor de vinho brasileiro um míope de marketing. Posicionando seus produtos equivocadamente, negligenciando a base da pirâmide e sempre mirando no alto com preços absurdos.
Quando os maiores produtores nacionais convenceram o governo a lançar o selo fiscal, tal como existe no uísque, disse que era um tiro no pé. Parece que de fato o tiro foi no pé e agora os mesmos grandes produtores nacionais, não satisfeitos, querem dar um tiro na cabeça. Hoje quando pedem ao Ministério da Comércio e Indústria a aplicação de uma salvaguarda (aumentar o imposto de importação de 27% para
55%) para proteger a indústria do vinho nacional digo: são cegos e mal-intencionados. Ou você acha que a gigante Miolo precisa de proteção? Quem vai pagar esta conta é o consumidor.
Cego é aquele que não quer ver. Percebe o mercado crescendo, percebe que não consegue impor seu vinho medíocre e caríssimo. Se o espumante conseguiu um mercado, lidera as vendas, é por que é de boa qualidade e tem preço bom. Vende muito mais do que os importados. Se seus tintos e brancos são caros e abaixo da média é por que tem algo errado com eles. Se o custo de produção é alto, peça ao governo apoio, lute por melhores condições. Se acha que encarecendo o importado vai ficar competitivo está muito enganado. Vinho ruim terá sempre uma relação prazer preço desvantajosa. Que melhore sua qualidade e volte a campo em melhores condições. Ou será que alguém paga para ir ao estádio ver jogo de quarta divisão?
Dou consultoria para produtores franceses exportarem para o Brasil, mas já tentei, e tento ainda, exportar alguns espumantes de uva moscatel, método charmat, para os EUA, inclusive da Miolo, mas realmente eles conseguem ser mais caros do que os europeus de método champenoise, tradicional, normalmente de custo bem maior. Ganância desmedida e cegueira proposital, não há outra explicação. Custo Brasil?
Talvez, mas só um pouquinho tá. Boicote ao vinho nacional já. Basta. |
Pedro Esteves Enófilo Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
O comentário de Jandir Passos, sobre o nosso consumo de vinhos em garrafão, diz muito. Proteção ao nosso mercado sim, proteção ao rendimento astronômico não.
Não sou, caro OSCAR, o consumidor de vinhos de 250 reais, que não paga 100 no nacional. Sou o cara que paga até 60 Reias e, de vez enquando, 80. Quase não tomo vinho nacional, justamene pq compro um chileno, argentino, espanhol, principalmente estes, com uma qualidade bem melhor nessa faixa de preço. As importadoras fazem carteis para terem lucros altos, os vinicultores nacionais cobram 60 reias em um vinho que poderiam vender a 30.
Viva o espumante brasileiro, mas onde compro tinto de qualidade sem ficar pobre? Não consigo achar um bom tinto brasilerio por 40 reais (mentira, achei só um ate hj). Abraços e que ao inves de acabar com os impostos, acabemos com os impostos no consumo e na produção, passando a taxar a Renda (pobres pagam menos, ricos pagam mais, e a classe média para médio. Ao contrário do que temos hj, pobre n paga, rico quase n paga e a classe média paga tudo). |
François Sportiello Importador de vinho Nova Fazendinha Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Bom dia a todos,
Este novo episódio da guerra que vém travando alguns produtores nacionais
contra os importados teve um grande mérito, o nosso querido Oscar saiu do
closet e com virulência!
O texto do inquérito instaurado pelo MDIC a pedido das instituições
mencionadas formula uma serie de postulados inexactos fundamentadas em
estatísticas parciais e em afirmações falsas. A mesma coisa aconteceu na
batalha do selo de IPI.
Leva em consideração para caracterizar o grave prejuízo a industria nacional
apenas a produção de vinhos finos elaborados a partir de uvas viníferas, no
entanto ;
Em 2010 no estado do Rio Grande do Sul, de longe o maior estado produtor
no Brasil, foram produzidas 480, 82 milhões de kg de uvas rústicas e apenas
46, 07 milhões de kg de uvas viníferas. ( Fonte Ibravin/Mapa/Seappa-RS).
Destas uvas em 2010 foram produzidos no Rio Grande do Sul 24,81 milhões
de litros de Vinhos finos de mesa e 296, 51 milhões de litros de vinhos
comuns e outros derivados da uva e do vinho ( fonte IBRAVIN / Cadastro
Vinícola ) . A proporção de vinhos finos oscilando entre 11,6% em 2004 e
8,4% em 2010 do volume dos vinhos de mesa comuns produzidos com uvas
rústicas.
Portanto representar um setor que produz no mínimo 321,32 milhões de
litros como sendo esmagado pela concorrência de produtos importados em
quantidade 5 vezes menores é simplesmente inverídico , parcial e inaceitável.
Esta tese, e por consequência esta petição visa apenas a promover os
interesses comerciais da minoria de produtores que controlam as diretorias
das instituições mencionadas acima, mentores desta petição. Eles decidiram
tentar forçar os Brasileiros, por meio da elevação dos preços de seus
concorrentes estrangeiros, a consumir seus produtos em maior quantidade
e, este é o objetivo prioritário, a comprá-los por preços mais elevados. Não
se trata de proteger um setor ameaçado, mas sim, por meio de uma manobra
proteccionista, de implantar de novo no Brasil uma reserva de mercado para
favorecer os interesses comerciais de uma minoria, sacrificando de passagem
os interesses de todos os consumidores brasileiros.
No seu site o Miolo Wine Group informa que produz 12 milhões de litros de
vinhos finos e que o seu faturamento em 2009 foi 32% maior que em 2008 ,
declara também ser lider do setor de vinhos finos no Brasil com quase 50% da
produção.
É dificil entender, quando o lider declara por um lado que seu faturamento
aumentou 32% no periodo 2008 - 2009 e 20% no período 2010 - 2011, e por
outro lado peticiona para que seja dobrado o imposto de importação, que já é
muito alto, sobre os vinhos finos importados, pretextando prejuízo grave a
industria domestica.
É fato notório e incontestável que as condições climáticas dos estados
tradicionalmente produtores do Brasil não lhes permitam competir com seus
colegas, na Argentina e no Chile, na produção industrial de vinhos finos
tranquilos de baixo custo e qualidade mediana. Trate-se de uma realidade
inescapável que se traduz pela diminuição inexorável das quantidades de
vinhos finos tranquilos nacionais consumidos no Brasil e pela elevação dos
volumes importados destes 2 países. Da mesma forma que os chilenos
consomem a manga e a soja brasileira, os brasileiros consomem os vinhos
chilenos, não há selo fiscal, decretos ou salvaguardas que conseguirão tornar
o Chile um grande produtora de manga ou de soja ou o Brasil um grande
produtor de vinhos finos.
Os vinhos Espumantes nacionais produzidos com uvas viníferas, são
beneficiados por condições de produção mais favoráveis, já que as uvas não
precisam ser colhidas totalmente maduras. Estes produtos, produzidos e
comercializados por empresas capitalizadas, competentes e agressivas, são
percebidos pelos consumidores como sendo de boa relação qualidade- preço,
portanto os volumes produzidos tem progredidos consideravelmente no
período 2004/2010 , saltando de 4, 81 a 8, 70 milhões de litros somente no
Rio Grande do Sul, enquanto a importação de espumantes se manteve
praticamente estável , de 3,09 em 2004 a 3,02 milhões de litros em 2009 .
Houve um crescimento de 81% da produção nacional e uma estagnação dos
volumes importados. ( Fonte: Cadastro Vinícola/ Ibravin/ Mapa/ Seappa-RS )
O Lider deste segmento, a Vinicola Salton, também produtor de apreciáveis
volumes de vinhos finos, anuncia no seu site, no link Noticias/ release datado
de 7/11/2011, investimentos de mais de oito milhões de Reais para
aumentar a produção em 80% , e poder " evitar rupturas em períodos de
grande demanda".
Não precisamos então nos preocupar com a saude financeira dos lideres do
setor de vinhos finos e espumantes no Brasil , pelo contrario, o seu
faturamento aumenta em proporções consideraveis anos após anos , e há
temores de não poder atender a demanda.
Quando o consumidor Brasileiro percebe o produto nacional como sendo de
boa qualidade vendido a preço abordável no contexto geral, como é o caso
dos espumantes, os volumes aumentam inibindo a progressão das
importações. Quando, como é o caso para os vinhos finos tranquilos, a
percepção é inversa, preço alto para uma qualidade fraca, os volumes
comercializados diminuíam e os volumes importados crescem para atender a
demanda.
A salvaguarda reclamada por alguns produtores não ira inverter esta situação,
pelo contrario, ira apenas encarecer para o consumidor os vinhos produzidos
por países fora do Mercosul ou que não beneficiam de acordo tarifaria com o
Brasil.
A médio prazo a participação da Argentina e do Uruguai ira aumentar
consideravelmente já que os acordos comerciais bilaterais firmados não
poderão ser revistos par atender os interesses de uma minoria.
As grandes redes de varejo irão se fornecer cada vez mais nestes países cujos
produtores podem lhes garantir, além de preços baixos e qualidade razoável
, a exclusividade regional sobre suas marcas.
Outro postulado parcial e inexato, mas fundamental para que esta manobra
prospera: os vinhos importados são similares aos nacionais : são feitos com
uvas viníferas e são vendidas em garrafas .
Mesmo para os vinhos industriais esta simplificação não é correta já que há
uma grande diferença entre um vinho simples feito a partir de uvas sadias e
um vinho simples feito a partir de uvas prejudicadas por doenças fúngicas,
necessitando de separação, e tratamentos intensivos no vinhedo e na adega.
Para os vinhos que possuíam forte identidade geográfica este argumento é
simplesmente ridículo e não mereça ser contestado neste fórum.
Outro argumento parcial, mentiroso e de fácil contestação: o Brasil estaria
alvo da desova pós-crise de 2008, a preço de custo, dos estoques encalhados
de determinados produtores, Itália e Portugal sendo o principais alvos desta
afirmação fantasiosa.
Enfim , não precisamos nos preocupar demais, esta manobra
anticonstitucional, fundamentada numa lei dos anos 50, se não cair no MDIC
caíra na Justiça.
Mas precisamos nos mobilizar, juntar argumentos e estatísticas, e ficar atenta
a próxima, ainda mais traiçoeira: a exigência por parte do MAPA de menções
obrigatórias em português nas etiquetas FRONTAIS dos vinhos importados.
É UMA GUERRA ! o que esta em jogo, além do vinho , é nossa liberdade, não
podemos, sem reagir, deixar grupos representando apenas seus interesses
comerciais e beneficiando de forte apoio político, ditar nossos hábitos.
Abraço,
François Sportiello
Meu caro amigo e fornecedor François,
Por mais que eu pense, não consigo encontrar uma pessoa mais inadequada, no mundo do vinho, para me acusar de eu finalmente ter saído do armário. Eu sempre expus meus pontos de vista com muita clareza e, principalmente, assinando embaixo.
Esse meu comportamento é diametralmente oposto ao seu que, até muito recentemente, se escondia atrás de pseudônimos para fazer comentários no EnoEventos: Antônio Liberal (nome de seu filho) e Thomas Badofszky (nome de um coleguinha de escola dele). Se você esqueceu desse episódio, clique aqui para recordar.
De qualquer forma, só tenho de me rejubilar ao ver que você, finalmente, teve a coragem de assumir seus pontos de vista. Parabéns e abraços.
Oscar |
Julio Ribeiro Publicitário Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Senhores,
Li todos os comentários acima e quanto mais leio mais percebo que a discussão é muito mais sobre interesses pessoais do que melhoria de consumo no Brasil.
Vejo de um lado, os produtores brasileiros preocupados com os vinhos importados de até vinte reais.
De outro lado, jornalistas, enófilos e pseudo-conhecedores, arrotando as qualidades de vinhos importados que a grande maioria dos consumidores sequer viram uma garrafa.
Como fazer comparações entre laranjas e bananas? Laranja é laranja, banana é banana.
Comparem os vinhos brasileiros de até vinte e cinco reais, com vinhos de Chile e Argentina da mesma faixa de preço. Degustem os Santas e os Reservados e comparem com os nacionais. Isto sim é justo e correto.
Por falar nisto, os senhores já se deram ao trabalho de lerem os contra-rótulos destes vinhos? Lá estão especificados como meio secos ... (ou como dizemos no Brasil, meio doces). Mas creio que os senhores, sequer olhem para estes vinhos, que por um pequeno acaso, lideram com milhares de caixas, a lista dos vinhos importados no Brasil.
Imagino que um Domaine Bertagna Vougeot Blanc Le Village (R$ 200,00 - Vieira Souto), seja um vinho de excelente qualidade. Entretanto, creio tambem que muitos como eu, sequer viram uma garrafa deste vinho na vida.
Entretanto, quando o consumidor comum ouve falar de boicote e tudo o mais, ele não pensa em quantas garrafas deste belo exemplar ele beberá e sim, que deixará de beber seus nacionais de até trinta e cinco reais(?).
Senhores, todos tem razão e todos estão errados. Vamos melhorar sim o consumo brasileiro. Há espaço para belos vinhos importados e há espaço para os vinhos nacionais, que segundo alguns aqui mesmo falaram ,vem melhorando suas qualidades.
Só não pode haver espaço, para vinhos importados vagabundos, que não são consumidos em seus países de origem e que são despejados aqui, para consumo de uma massa mal orientada, e enriquecimento de pessoas que vivem da falta de conhecimento do povo.
Que todos se unam pelo conhecimento e não pelos interesses pessoais.
Mas isto é utopia, né?
Abraços |
Carlos Feliz Adega Boulevard Curitiba PR |
19/03/2012 |
SE AO INVÉS DE DESONERARMOS A CADEIA PRODUTIVA DOS VINHOS NACIONAIS, PEGARMOS O ATALHO MAIS FÁCIL DE AUMENTO DE IMPOSTOS PARA OS IMPORTADOS, ENTRAMOS NUM JOGO DE PERDE/PERDE ONDE QUEM MAIS
PERDE É O CONSUMIDOR. OS ÚNICOS QUE SAIRÃO GANHANDO SÃO OS CONTRABANDISTAS, CADA VEZ MAIS NUMEROSOS E OUSADOS.
ESTRANHO VOCÊ, OSCAR, QUE É O PRIMEIRO A CRITICAR OS ALTOS PREÇOS DE ALGUNS IMPORTADORES, CONCORDAR COM UM ABSURDO DESSES. SE AS MARGENS DE LUCRO DOS IMPORTADORES SÃO TÃO ALTAS ASSIM COMO VOCÊ DIZ (PORNOGRÁFICAS), ENTÃO NO BRASIL NÃO EXISTE A LEI DA CONCORRÊNCIA POIS TODOS OS DIAS SE ABREM NOVOS IMPORTADORES. SERÁ QUE SÃO TODOS LADRÕES OU O PROBLEMA É O FAMIGERADO CUSTO BRASIL? |
Jandir Passos Livre pensador Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Um aspecto importante a ser colocado: hoje a chuva de importados se deve ao real supervalorizado (e dólar lá em embaixo). Com isso, a entrada de importados no país é bem mais fácil, e as nossas exportações ficam prejudicadas. Mas isso se refere a qualquer produto. Para a nossa ineficiente e pouco competitiva economia o ideal seria o dólar 2,20 reais. O custo Brasil se deve a carga tributária elevada, burocracia, péssima logística, desperdício (na construção civil chega a 30% de desperdício), mão de obra pouco qualificada em vurtude do ensino fundamental e médio serem deficitários, ruins, portos e aeroportos caros operacionalmente e ineficientes, etc... Em consequência, nossos produtos aqui produzidos são caros. É portanto um problema macroestrutural.
No que se refere ao vinho nacional, que nos últimos 15-20 anos deu um salto qualitativo indubitável, e o exemplo mais conhecido são nossos espumantes, melhor do que 99,9% dos prosseccos importados e espumantes de outras nacionalidades, acreditar que ao pedir salvaguardas ao governo, sem dizer de que tipo, entendo que ele irá tomar medidas que não sejam meramente uma tributação maior ainda, expediente historicamente adotado no País, é tão ingenuo quanto dar ao Conde Drácula o gerenciamento de um banco de sangue...
No Brasil, o governo mais atrapalha do que ajuda. E quem paga a conta é sempre o contribuinte. Que benefícios até agora o selo fiscal trouxe? |
Viviane D'avila Gerente de Marketing Ravin Importadora São Paulo SP |
19/03/2012 |
Concordo em tudo com o Lalas e mais ainda com o Daniel Salvador. Se todos esses esforços fossem feitos em torno de uma campanha institucional para a bebida vinho, todos, absolutamente todos, iriam se beneficiar de uma maneira impressionante! Isso seria atitude de gente INTELIGENTE!
Como diz o Jorge Lucki, os produtores brasileiros que estão usando de lobby para aprovarem esse absurdo, são é muito BURROS. Produtores e importadores do mesmo lado seria, sem duvida, um grande ganho para os consumidores que teriam cada vez mais produtos melhores com preços justos. |
Jose Augusto Saraiva Vitis Vinifera Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Olá Oscar
Seu site se tornou conhecido e respeitado à medida que os leitores apreciaram sua postura de oferecer serviços e proporcionar meios para um consumo mais consciente de vinhos no Brasil. Acho que o foco dessa discussão deva estar colocado sobre os interesses do consumidor de vinhos. A pressa em tomar partido pode ser uma armadilha para nós. A quem interessa esse debate que exige de nós uma tomada de partido numa briga de produtores x importadores ou numa solene batalha nacional x importado? Quem disse que o melhor para nós é o que for melhor para eles?
O tema é apaixonante. E apaixonados perdem, com frequencia, a razão. Ou viram bucha de canhão.
O que pedem os produtores brasileiros? Que sejam impostas medidas que restringem a entrada de vinhos importados por meio de aumento de impostos e de cotas quantitativas. Está escrito. Um bom nome para isso é reserva de mercado. Mas a questão vai muito além de um debate semântico.
As razões apresentadas ao Ministerio do Desenvolvimento Industria e Comércio Exterior estão disponíveis para consulta. Quem tiver paciencia pode querer ler na integra em http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=76&data=15/03/2012 . É chato, mas muito revelador.
O assunto está muito mal encaminhado e, da maneira como a discussão foi proposta ao governo, tenho certeza de que o consumidor/contribuinte vai perder qualquer que seja o resultado. Os vinhos importados, quase todos, vão aumentar de preço. Os vinhos de pequenos produtores estrangeiros terão sua entrada dificultada, vamos rebaixar o nivel qualitativo geral. Num cenário de menor competitividade, com as proteções contra os importados, alguém acredita que o vinho brasileiro vai ficar mais barato? É evidente que a indústria vai promover aumento de preços. O vinho em geral, brasileiro ou importado, vai custar mais caro para quem bebe. E não será de melhor qualidade. Então, do lado do consumidor, só vamos perder.
A iniciativa foi proposta e é encabeçada por 5 empresas brasileiras. Naturalmente que “representativas” do setor como um todo. Não consegui ouvir a de voz do pequeno produtor artesanal, muito menos do colono, plantador de uvas. Parece que há muitos microprodutores que não acompanham os grandes nessa parada.
Quando li o documento de justificativas, fiquei muito preocupado com certos compromissos dos postulantes. Coisas tal como:
-“fusão/incorporação de empresas” e “praticar nas novas regiões um custo de produção 35% inferior àquele praticado nas áreas tradicionais”: uma concentração empresarial vai promover pressão de baixa no preço. Um objetivo contraditório com a melhor remuneração dos plantadores de uvas. O pequeno produtor que planta e vende suas uvas para as grandes indústrias vai gostar disso? Assinou essa proposta? É bom observar que o mesmo documento informa que o custo médio pago pela indústria por cada kg de uva é de R$ 1,47. Bem em linha com os preços módicos nas prateleiras...
-“Aumentar a produtividade média por hectare nas novas áreas plantadas de 8 mil para 11.000 kgs, significando um aumento de 37% de produtividade com relação as áreas tradicionais”: quem já leu 3 parágrafos sobre vinicultura sabe que não se aumenta qualidade assim. No mundo inteiro se caminha na direção contrária. Golaço... contra o consumidor.
Antes de brigarmos entre nós, enófilos e consumidores, melhor analisar com mais calma e atenção nos detalhes. A gente pode estar entrando de gaiato nesse navio.
Um grande abraço JAS |
Paulinho Gomes SBAV-Rio Visconde de Mauá RJ |
19/03/2012 |
Meu amigo Oscar,
Realmente eu já lí duas vezes os seus argumentos, mas não posso concordar em nada. Todos nós somos favoráveis a indústria brasileira e, em se tratando do vinho, como você bem foca sobre o incentivo do
governo francês aos seus produtores, ao invés de criar uma reserva de mercado os grande produtores deveriam lutar para que houvesse redução de impostos.
Só para te lembrar, a Salton é fornecedora dos vinhos consumidos no Palácio do Planalto e da Igreja católica. Portanto, tem um bom relacionamento com quem pode fazer ..
O Lalas foi lúcido e brilhante ... |
Eliane Vasconcellos Enófila e economista São Paulo SP |
19/03/2012 |
Muito bem Lalas. Você escreveu o que muitos de nós pensamos. E é bom enfatizar: estamos entusiasmados e defendendo o vinho nacional, não só por ser nacional, mas pela boa qualidade que tem apresentado. Qualidade que torcemos para que se amplie mais e mais.
Oscar, Parabéns. Como sempre o site participando construtivamente dos debates. Há vinhos nacionais, incluso de grandes produtores nacionais, que gosto muito e divulgo.
Abraço, Eliane Vasconcellos |
Mike Taylor Consultor em vinhos México México |
19/03/2012 |
Prezado Oscar
Há um tempão que por falta de tempo, e devido a minhas ocupações na língua do Cervantes, não tenho acompanhado seu site.
Gostei de ver você usar o termo pornográfico para os lucros desmedidos... eu sempre entendí que muito vinho importado no Brasil tem preços pornográficos.
Achei a opiniao do sempre elegante Sommelier Cleverson, uma joia.
E a opiniao sempre acertada e sobria do "colego" Jose Augusto Saraiva realmente é um chamado à reflexão.
Enoabracos desde o México
Mike
www.woinos.com |
François Sportiello Importador de vinho Nova Fazendinha Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Oscar,
Como já lhe disse é uma guerra. Na batalha do selo não me lembro de você ter se posicionado tão claramente a favor das teses proteccionistas.
Quanto às sugestões construtivas:
A implantação de um imposto linear por garrafa é altamente anti-democrática, penaliza os consumidores menos abastados e favorece apenas os importadores de vinhos caros.
No caso de um vinho francês de custo FOB de 3,00 Euros o imposto de importação atualmente de 27% aumentaria 5,25 vezes se a taxa fixa fosse fixada em 10 R$.
3,00 Euros x taxa : 2,35= R$ 7,05x 27%= R$ 1,9035 O valor sugerido de 10R$ de taxação fixa representa portanto 142% do valor do produto.
Para um container de 12 000 garrafas e 84 600 R$ de custo FOB o imposto de importação somaria 120 000 R$.
Teríamos que importar apenas vinhos com custos FOB acima de 15,74 Euros / R$ 37,00. Ou sejá não mudaria nada apenas para os vinhos atualmente vendidos em torno de 150 R$ e acima.
Foi implantado pela Alfandega há dois anos, algúem lá adorou a ideia, e foi cancelado em 2 dias, após intervenção do Itamaraty que representou que o Brasil esta inserido num contexto de acordos comerciais , tendo portanto obrigações e deveres com seus parceiros internacionais.
Meu caro François, o valor de 10 reais não foi uma sugestão, mas apenas um exemplo. Nunca importei ou comercializei vinhos para ter a autoridade de sugerir um valor ou outro, mas acredito que as pessoas envolvidas nesse comércio poderiam chegar a um valor que afetasse apenas os vinhos importados de baixa qualidade que enchem as prateleiras dos supermercados.
Oscar |
Marco Aurelio Motta Pinto Guedes Importador Rio de Janeiro RJ |
19/03/2012 |
Caro Oscar,
Só para ilustrar a diferença entre importação no Brasil e EUA, a taxa que um importador paga nos EUA para um vinhos da Europa é de míseros 2% enquanto aqui pagamos 110%.
Não preciso nem comentar o custo Brasil (burocracia e ineficiência e câmbio). Além disso, quando um importador vende seus vinhos no mercado (no meu caso o Rio de Janeiro) paga-se ainda 40% em imposto (25% ICMS, 1% Imposto da pobreza, 3% Cofins, 0,65% PIS, 8% de IR e 4% de CSSL).
Quem mais ganha nesse mercado é o governo.
Abraços, Marco Aurelio |
Rafael Mauaccad Enófilo São Paulo SP |
19/03/2012 |
Oscar,
Não será de difícil previsão quais decisões serão tomadas pelas autoridades constituídas: todas estarão lastreadas no desenvolvimento industrial do pais. O resultado líquido da criação de postos de trabalho em 2011 foi ZERO! É na indústria onde se encontram bons empregos e salários, e esta não foi capaz de absorver os milhares de jovens que entraram no mercado. Renda e trabalho são os principais objetivos dos governantes.
Reproduzo parágrafo final do artigo publicado hoje no jornal O Estado de São Paulo, de Marcelo Paiva Abreu - Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge e Professor Titular no Departamento de Economia da PUC-Rio:
"É fato sabido que o conceito de vantagens comparativas transita com mais dificuldade em Brasilia, mas a atual política comercial brasileira beira o ridículo. Estamos regredindo com grande empenho. É preciso olhar para o futuro e não repetir o que houve de pior no passado".
Peço postar nesta materia meu comentario de 16/03 publicado na Tribuna Fermentada, que versa sobre o tema.
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O Brasil está vivendo um grave processo de desindustrialização motivado pelo câmbio sobrevalorizado, avalanche de importações, taxas de juros elevadas, incentivos fiscais a importações, além do sistema logístico ineficiente, o alto custo da energia e a alta carga tributária.
O governo eleito tem o poder para corrigir estas distorções, promovendo o equilíbrio da igualdade de oportunidades entre os agentes econômicos. Para tanto deve romper com a atual política industrial, tomando as medidas necessárias para a desoneração das folhas de pagamentos, a queda dos juros a níveis internacionais, a adoção de mecanismos de compensação à sobrevalorização cambial, a redução do preco da energia eletrica, o estímulo às exportações e o aumento de crédito para investimentos.
Com estas implementações, o setor vinícola poderá prescindir das salvaguardas comerciais, da majoração da alíquota do imposto de importação incidente sobre vinhos e outra restrições, para alcançar a médio prazo o nível de competitividade necessário para disputar posição com os demais agentes do mercado. É chegada a hora de mudanças de paradigmas!
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Abraços,
Rafael |
François Sportiello Importador de vinho Nova Fazendinha Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
10 R$, por coincidência, foi o valor estipulado quando a SRF tentou implementar esta medida. Como disse, foi revertido em 2 dias após intervenção do Itamaraty.
Quanto aos vinhos baratos posso afirmar que nem todos são de má qualidade, além disto tem seu publico e ninguém tem o direito de fechar a porta para este grupo de consumidores, eles irão evoluir para vinhos melhores quando a sua situação económica o permitir.
By the way, 30 anos depois, onde estão os uisques brasileiros?
Acho que os uísques brasileiros devem estar no mesmo ralo em que se encontra a agricultura francesa... Oscar |
Julio Ribeiro Publicitário Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
Senhores,
Apenas mais alguns comentários:
1 - É incrivel o número de pessoas aqui legislando em causa própria.
2 - Apesar de já citado algumas vezes, estes mesmos profissionais/comentaristas, parecem não ler, não ouvir e principalmente, não falar sobre a imensa quantidade de vinhos de péssima qualidade importados (por quem?) de origens diversas como Chile, Argentina e tantas outras mais.
3 - É grande a minha utopia em pensar que muitos possam se preocupar com a melhoria do consumo de vinho em nosso país. Afinal isto é um negócio. UMA GUERRA!!! (como já citado aqui) E o único objetivo é o lucro.
4 - Lamento apenas pela massa, que aponta seu nariz na direção da manada, sem ao menos pensar se aquele é o melhor caminho ....
Triste ... mas esta é a realidade!!
Abs |
Mauro Raja Gabaglia Enófilo Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
O que pouco se falou é a proposta apresentada pelo Ministério da Agricultura de que o rótulo frontal do vinho importado tenha expressões em português. Esse seria o golpe mais mortal nas vinícolas européias tradicionais, que imagino iriam preferir não exportar para o Brasil, a ter que modificar seus centenários rótulos exclusivamente para o mercado brasileiro. |
Darci Dani Enólogo Flores da Cunha RS |
20/03/2012 |
Gostaria de fazer um pequeno comentário sobre o Selo Fiscal. Nós já percebemos um grande efeito no mercado por causa desta medida; o vinho engarrafado na origem cresceu no ano passado quase 30% e para contestar os que pregavam que o vinho aumentaria seu preço por causa do Selo Fiscal, aqui em Caxias do Sul tem vinho importado, selado, sendo vendido ao consumidor final por R$4,33 (quatro reis e trinta e três centavos).
Sobre as Salvaguardas pedidas ao Governo Federal, podemos afirmar que a nossa intenção é tentar impedir a entrada de vinhos de baixa qualidade a preços aviltados, impondo quotas aos países que querem mandar vinhos para o Brasil.
Penso como o Daniel que devemos juntar esforços para aumentar o número de consumidores de vinho no Brasil, pois o consumo per cápita de vinho no nosso País está abaixo do consumo mundial, portanto existe muito espaço para crescermos este mercado.
Um grande abraço a todos. |
Eduardo Amaral Enófilo Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
Excelente análise do Sr François Sportiello.
Muito já foi dito e repetido. Ode aos vinhos importados que chegam baratos por aqui, já que pouquíssima opção tupiniquim temos. Fora Almadén, Salton Classic e Aurora varietais, o que há por menos de R$15? Algum outro nacional razoável nessa faixa de preço?
O que seria do brasileiro médio que decide de aventurar no mundo dos vinhos, mas tem orçamento limitado? Vai pro vinho de garrafão? Para as cervejas? Ou para os "Santa"? Qdo vou a casas de amigos ou parentes que pouco sabem de vinhos, mas puxam uma garrafa de Santa Helena ou do novo Almadén, a sensação de alívio é imediata, pois temia pelo pior: vitis lambrusca.
Enquanto não haja condição econômica para evoluir à próxima categoria, e conhecimento / "educação" do gosto, é aí onde estará parcela significativa do consumo nacional.
Para quem quiser comparar o caso atual ao exemplo francês citado pelo Oscar, vale a leitura desse artigo da BBC News (em inglês).
Att.
==
Eduardo |
Tuxaua Linhares Enófilo Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
Em minha opinião, os fatos não estão bem definidos, nessa discussão no que diz respeito à utilização de uvas não viníferas na produção de vinhos.
1) A casta de uva Isabel (Isabella, para os seus criadores) não pertence à espécie Vitis Americana. Ela é tanto Americana quanto Vinífera, pois resulta de uma intrincada hibridação, em várias etapas, da qual participam, igualmente, estas duas espécies do gênero Vitis. Ela é uma casta híbrida.
2) O teor de metanol presente nos vinhos, depende diretamente da maceração e da duração da fermentação alcoólica. É bom deixar claro que o metanol, embora mais potencialmente presente nos vinhos de híbridas, está presente em todos os vinhos, assim como o glicerol e outros alcoóis. Nosso consolo é que se o consumo de vinho for exagerado, morreremos envenenados pelo etanol, muito antes de sentir qualquer dano devido ao metanol . É óbvio que não estou considerando aditivos. Na Áustria houve um seríssimo desastre, há alguns anos atrás, com mortes, devido ao aditivo usado, com o intuito de elevar o teor alcoólico.
3) Erradicar vinhedos de híbridas em favor das viníferas depende, obviamente, de cada caso. Esta conversão está se processando naturalmente, basta observar a quantidade de novas marcas de vinhos finos, surgidas recentemente, nos estados do Sul. Não devemos, no entanto, depreciar a uva Isabel. Lá mesmo, no meio do Vale dos Vinhedos existe uma indústria de sucos e concentrados de uvas (Isabel e Ives), a Tecnovin (www.tecnovin.com.br), cujo produto, no barato, deve equivaler à produção($$) total das vinícolas deste vale!
4) Dizer que a concorrência dos chilenos e argentinos aos nossos vinhos afeta o segmento dos vinhos de mesa, não está correto. A diferença de preço é muito grande. Quem sofre mesmo é o segmento dos vinhos finos. Porque esta fixação no vinho de mesa, como representante do vinho brasileiro ? Nós temos vinhos muito bons. Estive, muito recentemente, na Serra Catarinense para, entre outras coisas, visitar a Villa Francioni. Já conhecia os vinhos do Orgalindo Bettú, por isso nenhuma surpresa, os vinhos continuam ótimos. A surpresa ficou por conta da Pericó, Quinta Santa Maria e Sanjo que estão produzindo belos vinhos.
Aqui no cone sul, pelo que me consta, apenas o Uruguai tem a Isabel, que eles chamam de Frutilla. Chile e Argentina parecem não terem esta casta, mas eles tem, respectivamente a País e a Criolla (com duas variedades). Estas castas, mais a Mission californiana, são descendentes das primeiras vinhas trazidas pelos espanhóis. Como, desde aquela época até tempos mais recentes, não havia muito controle sobre os vinhedos, não deve ser grande surpresa se tiver havido miscigenação entre espanholas e americanas. Até hoje, aqui no Rio, só vi dois vinhos, um argentino e o outro chileno declarar no contra rótulo a contribuição destas castas, no corte do vinho. Curiosamente o argentino, ao invés de citar “Criolla” citou “Mission” (deve ter achado mais elegante).
Abraços, Tuxaua |
Lilian Boden Consultora de vinhos Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
Parabéns pela iniciativa, Lalas, muito bem colocadas as questões e suas razões.
Vamos em frente, total apoio!
Bj |
Carlos Reis Enófilo Rio de Janeiro RJ |
20/03/2012 |
Caros,
Fico triste que, por conta da paixão pelo tema, sejam feitos comentários que, ao defender uma dada posição, acabem por veicular ataques pessoais, muitos sem qualquer argumentação mínima, o que, convenhamos não combina nada com pessoas apreciadoras de bebida tão elegante como o vinho. Liberdade de manifestação de pensamento em uma democracia não é apenas veicular livremente nossos pensamentos, mas sim TOLERAR opiniões contrárias às nossas, que nos incomodam em muito, nos revoltam até. Esse é o grande teste democrático.
Li todos os comentários e diversos posts, cartas, documentos sobre o tema. Não consigo ver razão, com todo o respeito, nos argumentos da IBRAVIN e cia. Essas medidas “protetivas” da indústria vinícola nacional acarretarão grave retrocesso, não na venda de vinhos importados no Brasil, mas sim na cultura do vinho que, ano a ano, vem se firmando entre nós, apesar dos preços altíssimos, sem precedentes no mundo, e decorrentes não só de pesada carga tributária mais sobretudo da nossa burocracia e da ganância de muitos.
Acarretarão tais medidas, junto com outras pretéritas (selo fiscal) e futuras (rótulo frontal com dizeres em português) uma má vontade do consumidor com o vinho brasileiro, e já estão acarretando, pelo menos comigo. Muitos dos defensores das “medidas protetivas” da indústria nacional do vinho insistem em generalizar e dizer que o brasileiro não sabe beber bem, o que é ainda mais preocupante, já que cada um, em sua individualidade, tem seu próprio gosto.
E são esses mesmo defensores que parecem querer ser nossos "curadores" na busca por vinhos melhores, segundo eles, impondo o padrão que entendem o “melhor”, no caso, ao que parece, o dos vinhos brasileiros.
A medida, antes de representar uma ameaça ao bolso de nós consumidores, é sobretudo um verdadeiro atentado à nossa liberdade de escolha, aos nosso individualismo, um desrespeito ao nosso “gosto” pessoal. Uma sociedade que se diz democrática não pode deixar que um segmento politicamente forte possa se sobrepor sobre os demais, aniquilando individualidades. Vinho é cultura, e uma sociedade realmente democrática deve saber ser multicultural.
Por isso assinei a petição eletrônica mencionada no post e no primeiro comentário. Leva só um minutinho.
Saudações e paz a todos. Carlos Reis |
Nelton Fagundes Sommelier Belo Horizonte MG |
22/03/2012 |
Pessoal,
Confesso que não vejo o Boicote como a solução.
Leio atento todos os assuntos aqui apresentados! Como sommelier profissonal e habitante de um país que produz vinhos, vejo mais do que necessário que os principais profissionais da área indiquem e tenham vinhos do nosso país em suas cartas, lojas, cafés, etc... E vou mais a fundo, cansei de discutir (no sentido de melhorar, não de brigar) com proprietários e sommeliers de restaurantes que não tinham sequer um espumante Brasileiro em suas cartas.
Sempre que vou completar a adega de amigos ou faço sugestões, sempre sugiro vinhos Brasileiros. Não há dúvida que a maior parte é, e vai ser por um grande periodo, de vinhos importados, isso é fato. Mas com paciência e trabalho sério, os enófilos com a mente aberta, vire e mexe sempre vão prestigiar os vinho de nosso país. Paciência e trabalho, vinho é isso.
O que está por vir é uma covardia com Viticultores sérios e apaixonados. Lamento e muito essa triste e trágica atitude de nossos mal intencionados governantes. Mas eu não sei se boicotar é a solução, acho que o vinho feito no Brasil, precisa de mais tempo, para aprender, errar e acertar, talvez daqui a alguns anos sentiremos melhoras, aliás já temos muita coisa boa, que não vou citar aqui.
O problema é que aqui é tudo errado; por que não fazer como o Chile, se unir a produtores experientes, e fazer vinhos a quatro mãos tipo franceses com brasileiro, italianos com brasileiro ou com marketing em diversas áreas da midia. Escolheram o caminho mais injusto, mais covarde, e aí estamos aqui debatendo.
Confesso que o não vejo o Boicote como a solução.
'Fazer vinho é facil, difícil são os primeiros 400 anos'. Isso é, se eles não acabarem com tudo antes.
Abraço a todos. Nelton |
Carlos Machado Winemaker Amador - Co-proprietário da Viña Avanti Teófilo Otoni MG |
22/03/2012 |
A que ponto chegamos: em troca de comentários, ALEXANDRE LALAS responde ao MIGUEL A. V. ALMEIDA, e "ameaça" não mais comprar o vinho brasileiro!
Que país é este?
Matam nosso povo lá fora, nos dão com o pé no traseiro, nos tripudiam, subsidiam o vinho para prejudicar nosso produto, e ainda há uma legião de brasileiros a sustentar uma "guerra" ao VINHO BRASILEIRO. |
Carlos Machado Winemaker Amador - Co-proprietário da Viña Avanti Teófilo Otoni MG |
22/03/2012 |
A que pontos chegamos - Parte II
"Roberta Sudbrack retira rótulos de vinícolas brasileiras de seu restaurante"
Como falei em meu post anterior, a Salvaguarda já está prejudicando muito o vinho brasileiro. Acabo de ver na página do Facebook de Roberta Sudbrack, uma das maiores Chefs do país e dona de um dos restaurantes mais apreciados e respeitados do Rio de Janeiro, o anuncio que retirou rótulos de algumas vinícolas nacionais da carta de seu restaurante.
Veja o seu comentário na página: “Sobre as vinícolas que apóiam a salvaguarda por enquanto sabemos dessas: Miolo, Salton, Aurora, Aliança, Don Giovanni, Valduga, Dal Pizzol. Da carta de vinhos do RS foram retirados os da Casa Valduga e Dal Pizzol… Mantidos os vinhos da Vallontano, Angheben e Cave Geisse. Minha torcida para que o bom senso impere e possamos um dia voltar a trabalhar com todas as vinícolas brasileiras que fazem um bom trabalho e tratam o consumidor com respeito”. |
Hélio Rossi Sommelier e Chef de Cozinha São José dos Pinhais PR |
22/03/2012 |
Senhores,
O que realmente deveríamos estar discutido não é o movimento de salvaguarda ou boicote de vinhos nacionais e sim o reflexo cultural de toda essa conversa.
Antes de banalizar o vinho brasileiro devemos entender a dinâmica histórica cultural dessa discussão. É preciso lembrar que vivemos em um pais sem nenhuma tradição vitivinícola e que se compararmos com países Europeus, somos praticamente nada no mundo do vinho. Basta lembrar que, podemos comprar um vinho (vinhos muito bons) de qualidade em qualquer lugar da Europa e pagar por ele muito barato. O que deveríamos discutir com clareza é como nosso governo esta tratando esse assunto.
No lugar de salvaguardar os vinhos brasileiros e aumentar ainda mais os impostos dos importados o que o governo deveria fazer é exatamente o contrario. Nossos vinhos são muito caros, nossa custo produção é muito caro. Não é o vinho importado que prejudica nosso vinho, vale lembrar que se não fosse essa abertura e entrada de vinhos de fora no Brasil ainda estaríamos no século passado. Por isso, não culpemos quem nos ensinou a fazer vinho, não que não tenhamos vinhos bons no Brasil até temos produtos de excelente qualidade, mas são sempre super valorizados, para poucos.
A discussão na verdade é outra. Nunca seremos um pais consumidor de vinhos se não nos conscientizarmos de que, se não tivermos bons vinhos com custos acessíveis para a formação de novos enófilos "consumidores" nunca seremos um pais consumidor e se os produtores brasileiros continuarem pensando em produzir vinhos para alguns intelectuais e pseudos entendedores de vinho e nosso governo não olhar para os produtores e importadores com um olhar menos ganancioso, nós os consumidores, que somos o lado mais interessado, e como sempre o que menos tem voz ativa, continuaremos refém de um poder publico que só pensa em sua propria salvaguarda. |
Marcelo Carneiro Advogado e escritor Resende RJ |
22/03/2012 |
Da mesma forma que sou contra qualquer medida protecionista - ainda mais decorrente de argumentos falaciosos - sou igualmente contra o boicote aos vinhos nacionais. São dois lados da mesma moeda, não vejo equilíbrio nisso.
Arrebentar a indústria nacional mediante boicote, no momento em que o mercado começa a se democratizar e o vinho nacional a melhorar sua qualidade, empresas pequenas é que vão "pagar o pato" a curto prazo e muitas podem até quebrar.
Não adianta pregar um boicote parcial, pois no final, o que vai ficar é a perenização do preconceito contra o vinho nacional.
Enfim, que esse patético arremedo de nacionalismo ensine alguma coisa. Que os autores dessa malfadada novela, pensem em se unir para buscar junto ao governo, mecanismos que tornem nossos vinhos mais atraentes nos mercados interno e externo.
Seja como commoditiy, seja como produto de consumo interno, a falta de visão do Governo aliada a medidas descabidas de parte dos produtores só tem a prejudicar ainda mais o vinho nacional.
Que reclassifiquem o vinho como alimento, que desoneram a cadeia produtiva de excessiva tributação, que criem incentivos para a exportação com preços competitivos; mas que parem com a palhaçada. |
François Sportiello Importador de vinho Nova Fazendinha Rio de Janeiro RJ |
23/03/2012 |
ACORDEM!
- O pedido de salvaguarda, baseado em dados incorretos e inverídicos, pode ser apenas uma cortina de fumaça. Mesmo assim, ABBA, ABRADE, ABRAS e a fundação PRO CHILE vão ter que gastar muito para enfrenta-lo. A questão sendo política.
- A inclusão, pelo governo, dos vinhos e espumantes na lista de exeção da TEC / Tarifa aduaneira externa comum a pedido da Ibravin, Uvibra e agregados, já esta decidida com aumento de 20 para 35% ( Espumantes ) e de 27% para 55% ( Tranquilos ) . Poderá entrar em vigor em 1/04. Esta medida não ira afetar o Chile , a Argentina e o Uruguai . Portanto o verdadeiro problema da viticultura brasileira continua e vai piorar. As importações destes países vão se intensificar.
O aumento de custo será de 20% para os vinhos de preços médios ( 3 a 12 USD) provenientes de países fora do Mercosul . O grande perdedor : o consumidor que não gosta de vinhos sul americanos, alguns dirão que já esta acostumado a pagar caro, vai pagar mais caro ainda, de + 10% a + 15% . O único verdadeiro beneficiário : o governo .
- Desde do dia 19, todos os vinhos, por ser objeto de inquérito no MDIC, estão sujeito a licenciamento DECEX antes do embarque, prazo de deferimento 60 dias .( recuamos 20 anos ) As cargas embarcadas deverão esperar o deferimento da licença para poder ser desembaraçadas. ( até 60 dias ), esperamos que não seja no sol. A ligação de um container refrigerada custa 150 R$ / dia .
- Esta se cogitando seriamente em impor dizeres em português nas etiquetas frontais dos vinhos importados, embora os mesmos dizeres já constam dos contra-rótulos.
É uma guerra suja, golpes baixos, sacanagens e mesquinharias, declarada há dois anos pelos produtores mais prósperos do Brasil, com a tentativa de impor o selo de controle de IPI.
Nada a justifica já que estas empresas vão muito bem, apresentando crescimento expressivo . . . O empenho do governo em atende-las é incompreensível. e surpreendente.
Há em curso, para todos ver, uma tentativa de cartelização da produção e da fixação de preços dos vinhos no Brasil. A mesma coisa esta acontecendo no setor de carne.
Um momento decisivo como diz Mr All.
At , François Sportiello |
André Porto Sommelier Curitiba PR |
23/03/2012 |
Seja lá qual for o desfecho do tema, fico entusiasmado porque a discussão e a polêmica estão atingindo e envolvendo vários setores da opinião pública, e forçando uma nova adequação nesta questão tão delicada.
Em outras ocasiões a discussão ficava restrita ao âmbito das batalhas jurídicas e dos lobistas, agora a questão ganha outras proporções. |
Marcelo Ribeiro de Brito Assessor jurídico Rio de Janeiro RJ |
23/03/2012 |
Engraçado. Se os preços dos vinhos importados são caros no Brasil, com margens pornográficas (sic), e realmente são, porque salvaguarda?
Compro alguns rótulos brasileiros, outros não. Compro alguns rótulos importados, outros, nem pensar. Cada um deve comprar o que lhe convier, pelo justo preço. Só isso.
Prezado Miguel, pelo seu comentário sobre a explanação do Lalas, fica claro que a intenção é tão somente tornar os vinhos importados bem caros para que o consumidor médio não tenha outra opção senão os vinhos nacionais. Desde já digo que sempre encomendo vinhos Miolo diretamente na empresa (o que pode por vc ser verificado), mas a proposta me revolta por querer me impor um preço ainda mais alto do que o absurdo que já pago por um vinho importado que gosto.
A minha sorte é que sempre vou ao exterior e poderei trazer vinhos dentro da cota permitida. Ou será que também irão propor o fim da cota para bebidas. Fique em paz. |
Carlos André Mores Enólatra (adorador do vinho) São Carlos SP |
28/03/2012 |
Oscar, encontrei na Folha de hoje matéria sobre o rebuliço
que está acontecendo e vim direto para cá, crente de que o
Enoeventos já teria repercutido (jornalistas adoram essa) a
questão. Não apenas acertei como fiquei pasmo com a
proporção da 'coisa'; apenas o vínculo da sua página já
remete a... perdi a conta de quantos outros vínculos.
Bem, vamos lá, primeiro pelas generalidades:
Lembro de ter comentado aqui sobre "margens pornográficas"
quando comentei algo a respeito da Épice/Tarapacá.
Curiosidade apenas, mas vc já usava o termo antes ou achou-o
adequado e replicou neste texto?
Sobre os vinhos nacionais: sou da turma que sempre achou
caro (pelo que são). Digam o que quiserem, prêmios daqui, de
lá, etc. Coloque-se um Tarapacá Etiqueta Negra e um Lote 43
juntos (ambos mais ou menos o mesmo preço) e compare-se.
Cito um chileno porque era um vinho que eu trazia de lá
sempre que ia - não pago R$ 100,00 por um vinho aqui nem
matando, embora pague por um vinho "lá fora" (este custaria
R$ 300,00 aqui).
Ilustraria minha posição com outro comentário: em uma
degustação, sempre deixo um fundinho de taça de cada vinho
quando passo para o próximo - assim posso fazer uma segunda
degustação com o vinho um pouco mais respirado. Fiz assim
com um Valduga de uns R$ 90,00 (era o melhor naquela
degustação) e voltei ao primeiro, ao segundo... e quando
cheguei nele novamente... o vinho que chegara "interessante"
à minha taça havia simplesmente "acabado". Completamente,
sem nariz, sem graça na boca. Não é o que eu experimento com
um Etiqueta Negra - nem com a maioria dos vinhos
estrangeiros até de menor custo. Conclusão (precipitada?):
falta algo para os Valduga...
Para fechar - lamento se me estendo demais. Usei o Wine-
searcher para comparar o custo de algum vinho brasileiro
aqui e lá fora. Não pretendi qualquer coisa mais séria do
que uma consulta de consumidor atrás do produto, sem
qualquer metodologia mais séria. Só uma comparação
despretenciosa. Não encontrei as mesmas safras, mas quero
que se apresente um defensor que contra argumente os
valores. Vejamos:
Miolo Lote 43 no Brasil: R$ 96,00
fonte: http://loja.miolo.com.br/ch/prod/216613/miolo-lote-
43-(6-x-750ml)-safra-2008.aspx
Miolo Lote 43 nos EUA: US$ 28.69 x 1,8 = R$ 51,64
fonte: http://www.getwineonline.com/vsku1727239_MIOLO-
CABERNET-MERLOT-RESERVA-LOTE-43-750ml-2012
Miolo Lote 43 na Alemanha: 24.50 euros x R$ 2,42 = R$ 59,29
fonte: http://www.vinexus.de/Miolo-Lote-43-Cabernet-
Sauvignon-Merlot-2008.html
Para um vinho chegar à loja de outro país, ele movimentou
toda a cadeia: a exportação da origem, o recebimento do
outro lado, o envio do importador para os distribuidores
"estaduais" (ou similares) e sua chegada à "gôndola". Por
tudo isso, um Miolo Lote 43 está à venda lá em outros países
pelos preços apresentados e passíveis de confirmação pelo
Wini-searcher.
Que vivaldinos! O crime
organizado mundial escolheu os vinhos brasileiros para
ajudá-los a lavar dinheiro! Estão vendendo nosso vinho com
subsídio pelo mundo afora, para depois declarar o dinheiro
como "legal", ganho com a venda legítima de produtos,
quaisquer que sejam. Basta pesquisar pelo Wine-searcher,
vários países do mundo estão usando do mesmo expediente.
Isso precisa ser denunciado para a Interpol urgentemente!
E, como diz o senhor Schiffini, aqui mesmo nesta página, "Me aguardem"!.
[]s,
Carlos André |
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