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Seis produtores de importantes châteaux de Bordeaux estiveram nesta semana no Rio de Janeiro para uma degustação dos vinhos que fazem, promovida pela importadora Mistral, no restaurante Vitória, no Jockey Clube Brasileiro (clique aqui para ler). Em que pese a qualidade inquestionável dos rótulos degustados, o assunto principal da tarde foi a safra 2010 da região, que tanta controvérsia causou, principalmente até as chuvas da semana passada. E, como que para ilustrar melhor a falta de consenso sobre a qualidade da safra, opiniões divergentes também sobraram no encontro carioca.

Véronique Dausse, do Château Phelan-Segur, em Saint Estèphe, admitiu que a falta de água estava causando stress nas vinhas. "Estávamos muito preocupados, e, quando começou a chover um pouco na semana passada, foi uma grande sensação de alívio, deu até vontade de sair dançando na chuva", contou.

Valentine Bourrié, do Château Cos D'Estournel, também de Saint Estèphe, não compartilha da mesma opinião. "Em nossa propriedade não tivemos nenhum problema com stress de plantas e nem com maturação incompleta. Tivemos um forte calor em julho e um agosto muito seco, é verdade, mas o inverno frio e úmido compensou, nos deu lastro para suportar estas condições. Para nós, na verdade, este tem tudo para ser um grande ano, assim como foi no ano passado".

Lilian Sartoris Barton, dos châteaux Léoville-Barton e Langoa Barton, ambos em Saint Julien, admitiu problemas, mas nada tão dramático quanto o quadro pintado por alguns. "Certamente não será a safra do século, mas, pelo menos até agora, não foi tão ruim assim. Agora, nem gosto de falar muita coisa, afinal, ainda faltam dez dias para começarmos a colheita. Se tudo continuar como está, será um bom ano" .

Yann Schÿler, do Château Kirwan, em Margaux, disse que o problema é o tamanho das uvas. "Este ano os bagos estão menores e com a casca bem mais fina do que o normal. Este talvez seja o principal problema neste ano. No mais, está ok. O nível de maturação está bom, assim como as condições sanitárias das uvas. Acredito que teremos uma boa safra" .

Jean-Charles Cazes, do Château Lynch Bages, de Pauillac, está satisfeito com a safra. "Foi um ano não tão quente assim, mas bem seco, principalmente em agosto. Para a cabernet-sauvignon está sendo um ano bom. É óbvio que as chuvas da semana passada meio que tranquilizaram quem estava mais preocupado, mas mesmo que não chovesse, acho que não teríamos maiores problemas" .

No começo de setembro, o consultor Jacques Boissenot criou polêmica ao afirmar que, caso não chovesse até o dia 10 de setembro, recomendaria aos produtores aos quais presta serviços, que iniciassem a colheita mesmo que a maturação fenólica das uvas não estivesse completa. Muitos produtores locais discordaram da posição de Boissenot, mas as chuvas que caíram no final da semana passada impediu que a profecia de Boissenot fosse posta a prova.

Ciro Lilla, presidente da Importadora Mistral, destacou a qualidade dos vinhos expostos e a dificuldade em trazer os produtores ao Brasil em plena época de colheita. "Convencer este pessoal todo a vir pra cá neste momento não foi nada fácil, mas valeu a pena. O evento foi um sucesso em São Paulo, assim como aqui no Rio", comemorou.
 
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