Quem paga mais caro? |
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 A recente comparação dos preços de vinhos em supermercados do Rio de Janeiro, realizada aqui no EnoEventos, despertou um grande interesse entre nossos leitores e vários paulistas sugeriram que o mesmo trabalho fosse realizado também por lá, temendo que seus preços fossem superiores aos preços cariocas.
Claro que, morando no Rio de Janeiro e não conhecendo quase nada dos supermercados de nosso estado vizinho, tal tarefa é quase que impraticável.
Mas para não deixar nossos leitores de São Paulo a ver navios, resolvi aproveitar uma possibilidade que o site do Pão de Açúcar oferece e comparar os preços praticados aqui no Rio e lá em Sampa por esse supermercado. E mais, como essa rede possui também filiais on-line em Brasília e Curitiba, a comparação foi feita incluindo também esses dois estados.
Os resultados foram surpreendentes! Normalmente, quando se faz uma análise sobre algum fenômeno, a gente termina entendendo melhor do assunto. Confesso a vocês que esse não foi o meu caso e, provavelmente, também não será o de vocês. Eu terminei mais confuso do que quando comecei!
Nos dias 2 e 3 de novembro, fizemos o levantamento dos preços de 27 vinhos que foram encontrados em todas as 4 filiais virtuais e classificamos os estados do menor ao maior preço
Na tabela seguinte, o valor total significa o quanto um consumidor de cada estado gastaria para comprar uma garrafa de cada um dos 27 vinhos incluídos na análise.
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Classificação |
Estado |
Valor total |
1 |
Distrito Federal |
862,31 |
2 |
São Paulo |
871,08 |
3 |
Paraná |
935,39 |
4 |
Rio de Janeiro |
963,36 |
Bem, conforme pode ser conferido, pelo menos no caso dos clientes do Pão de Açúcar, os pobres dos consumidores cariocas estão pagando, em média, 12% a mais do que aqueles da Capital Federal.
Mas eu diria, até aí, tudo bem. O grande confusão em minha cabeça começou quando fui analisar, individualmente, os preços praticados para cada um dos rótulos. É incompreensível e espero que apareça alguém para tentar nos explicar esse fenômeno.
Não existe lógica nenhuma! Alguns vinhos são muito mais caros em Curitiba, outros no Rio, outros em São Paulo e outros ainda em Brasília! Sobra para todo o mundo!
Como entender, por exemplo, que o consumidor de Curitiba pague 61% a mais do que o consumidor de Brasília pelo mesmíssimo Aliança Bairrada? (R$29,39 contra R$18,29)
Ou que o consumidor do Rio pague 67% a mais do que um curitibano pelo Batasiolo Chianti? (R$64,99 contra R$38,99)
Ou ainda que um paulista deva pagar 42% a mais do que um carioca para adquirir uma simples garrafa de Espumante Miolo Brut? (R$37,43 contra R$26,39)
Sei lá, eu sempre imaginei que as compras de uma grande rede como essa fossem centralizadas visando tirar o maior proveito que o poder de barganha dos grandes volumes oferece. Por que então essa gritante diferença entre os estados?
Os casos absurdos são incontáveis e inexplicáveis. Em São Paulo, por exemplo, o Periquita Tinto custa a mesma coisa do que o Periquita Branco. No Rio não, o tinto é 18% mais caro do que o branco. Mas já em Curitiba, o branco é que custa 9% a mais do que o tinto... É para dar um nó na cabeça de qualquer consumidor!
E aqui é bom lembrar que, como em todas as demais pesquisas, eu levei em consideração apenas os preços de lista, nunca considerando os preços promocionais que poderiam explicar algumas diferenças pontuais.
Quem quiser se apavorar com todas as incongruências dos preços, pode consultar a tabela completa clicando aqui.
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