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Comentários |
Rafael Mauaccad Enófilo São Paulo SP |
23/01/2014 |
Oscar,
Espero, com estes números que foram apurados quanto ao plantio no Brasil, os pequenos e médios produtores rurais, o empresariado do setor, e os governantes locais deflagrem a premente implantação de um programa abrangente de substituição das vinhas híbridas por viníferas, caso seja este o planejamento estratégico da participação brasileira no setor econômico da vitivinicultura para vinhos finos.
Não é demérito, mas permanecendo como estamos agora, seremos eternos produtores de vinho de garrafão e suco de uva!!
Abraços.
Rafael, a indústria de sucos de uva, não só no Rio Grande do Sul, como em diversas regiões do Brasil, está se tornando cada vez mais importante, com aumentos substanciais tanto de produção como de consumo. Não há razão para desprezá-la. Dados do IBRAVIN mostram que seu sucesso tem sido tão grande que ela está avançando sobre a produção dos vinhos de garrafão. Não há motivo para que os vinhos finos não possam conviver com os sucos.
Note que, nos Estados Unidos, a indústria de uvas-passas, geléias e sucos é poderosa, convivendo pacificamente com os vinhos, e a tabela das 30 uvas mais plantadas naquele país exibe a Concord, a Rubired, a Niagara e a Catawba. Abraços, Oscar |
Joaquim Amaro Enófilo Rio de Janeiro RJ |
26/01/2014 |
Nada contra a produção de suco de uva que também consumo.
O aspecto gritante é a relação entre a área plantada com viníferas vis-à-vis as demais. Ainda mais quando comparamos com nossos vizinhos. |
Juan Jose Verdesio ABS vice-presidente Brasilia Brasília DF |
27/01/2014 |
Concordo com o Oscar. Hoje a questão não é mais a da substituição de uvas não viniferas pelas viniferas.
Falta ainda um programa de incentivos e ajuda que fomente o plantio de uvas finas, torne mais barata sua produção. Aumentando a escala de produção e atacando o gargalo impositivo, o Brasil pode vir a ser um grande produtor de vinho fino.
Se vai poder concorrer com os vizinhos e com o Chile, quando exista um vinho fino básico vendido a 7 ou 8 reais o litro. Esse é o que vai pagar os custos de produzir mais vinhos finos de alta gama. Isso já se discute na Câmara da Uva do Vinho e derivados no MAPA há bastante tempo. |
Glauco Vaz Enófilo Rio de Janeiro RJ |
28/01/2014 |
Acho que o problema do Brasil com vinhos não é a quantidade produzida. Ainda não ouvi falar que está faltando vinho
brasileiro no mercado. Qualidade, sim, ainda em trajetória de melhora.
Já suco de uva, que bom que está sendo produzido em quantidade!
Glauco, um dado interessante e animador é saber do impacto que a vigorosa indústria de sucos está exercendo sobre os vinhos de mesa. Em 2004, as uvas de mesa destinadas aos sucos era de 25% do total. 7 anos depois, em 2011, esse percentual já havia subido para 50%. É de se esperar, que hoje, em 2014, esse percentual já seja bem maior. |
Rafael Mauaccad Enófilo São Paulo SP |
28/01/2014 |
Oscar, Joaquim e Juan Jose
Em meu comentário anterior, abrangi o que julgo de resolução
premente para, em médio prazo, dar resposta à saída da
posição desfavorável, frente aos demais competidores, que
nos encontramos.
Diante a dualidade estrutural do setor vitivinícola
brasileiro, representado pela coexistência entre os
segmentos de vinhos finos e vinhos comuns, duas alternativas
podem ser construídas para o país estar em posição favorável
na cadeia global vinífera.
A primeira, de longo prazo, as vinícolas buscarem alcançar,
pela implementação de novos vinhedos em regiões como a
Campanha Gaúcha e o Vale do Rio São Francisco, a redução dos
seus custos, pela ampliação da escala de produção de vinhos
de qualidade.
A segunda, de médio prazo, pela formação de um sistema de
pequenas e médias cantinas familiares independentes,
contando com inovações nos processos técnicos-produtivos,
principalmente na reconversão dos vinhedos para produção
vinífera, na adoção de novos sistemas de condução, com a
introdução de equipamentos e técnicas de vinificação, e com
maior domínio da integração vertical.
Para os estudiosos e pesquisadores do tema, indico a leitura
da palestra proferida no 48o Congresso da Sociedade
Brasileira de Economia Administração e Sociologia Rural em
julho de 2010:
-As Associações de Produtores no desenvolvimento do setor
vitivinícola da Serra Gaúcha: um projeto de qualificação e
uma necessidade de diversificação,por Paulo André Niederle
da UFFRJ. Acessem clicando aqui
Aguardemos pacientemente, pois os números não mentirão, jamais!! |
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