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Portugal

Viagem inesquecível
Certa vez, quando alguém se referiu a uma região portuguesa que ficava situada no lado oeste do país, um gaiato retrucou: -"E desde quando Portugal tem oeste?" Bem, brincadeiras a parte, o fato é que nossa pátria-mãe é pequenininha mas oferece uma diversidade de paisagens, vegetações, arquitetura e história de causar inveja. E, principalmente, no quesito vinhos, a Terrinha é fenomenal, oferecendo a maior quantidade do mundo de castas autóctones para a produção de vinhos.

Rabigato, Esgana-cão, Bastardo, Rabo de Ovelha, Olho de Sapo, Padeiro, Melhorio, Casculho, Pau Ferro, Pé Comprido, Esganinho, Folgazão: isso pode até parecer - parafraseando o Alexandre Lalas - a escalação do time de futebol de um presídio de segurança máxima, mas são apenas algumas das mais de 300 castas existentes unicamente em Portugal.

Com isso, nossos 13 dias em terras lusitanas, bebendo do bom e do melhor, visitando lugares e vinícolas excepcionais, junto a divertidos companheiros de excursão, foram momentos para guardar para sempre em nossa memória.

Vinícolas e degustações

Das inúmeras vinícolas que visitamos, sem sombra de dúvidas, o momento mais alto foi a Bacalhôa Vinhos que, graças ao prestígio do professor Célio Alzer, que comandava nosso grupo, nos recebeu com deferências reservadas apenas a altas autoridades: um visita às instalações, uma degustação de mais de 15 vinhos (eu parei de contar por aí...), um coquetel com espumantes na varanda, ao por do sol, e um exclusivo e requintado jantar no Palácio da Bacalhôa, construído em 1480 e decorado com esmero, valorizando os móveis e quadros antigos lá em exposição.

Também graças ao Célio, outra degustação que merece destaque foi na vinícola de Luis Pato, onde fomos recebidos pelo próprio para um encontro regado a vinhos e muitas histórias que o espírito rebelde do respeitado enólogo nos contava.

E, finalmente, vale destacar também a degustação de vinhos e azeites, realizada na Herdade do Esporão, com grandes rótulos. Infelizmente, naquela tarde, a bateria de minha câmera arriou e eu não pude documentar fotograficamente.

Como os vinhos não estavam incluídos nas refeições do programa - à exceção da grande Bacalhôa - aproveitamos para escolher maravilhosos rótulos que, para quem está acostumado com os preços cobrados no Brasil, eram verdadeiras barganhas. Vocês podem conferir nossas escolhas nas reportagens.

Outra coisa que nos chamou a atenção - e nos fez babar ainda mais de inveja - é que os preços dos vinhos nos restaurantes eram marginalmente superiores aos preços das lojas. Nada desses 100%, 200% acima, que a gente está acostumado aqui no Brasil. Dá até vontade de emigrar para lá!

Gastronomia

Esse foi o ponto mais polêmico da viagem. Assim como houve restaurantes maravilhosos, requintados e de alta gastronomia, tivemos também momentos inaceitáveis. Como minha opinião era muito radical em relação ao elenco de restaurantes oferecido pela excursão, achei de melhor alvitre consultar a opinião do grupo e organizei uma pesquisa entre os companheiros de viagem, com notas de 0 a 10 para cada uma das 17 refeições incluídas no programa. Na verdade, isso não mudou muita coisa, pois a média do grupo foi tão ou mais radical do que a minha opinião.

Vocês podem conferir na tabela ao lado como foram avaliados os diversos restaurantes. E no corpo das matérias, o motivo para uma avaliação assim tão generosa para alguns e tão punitiva para outros.

Houve também alguns almoços e jantares não incluídos no programa e aproveitamos para conhecer maravilhosos lugares, dos quais posso destacar o Fialho e o Dom Joaquim, ambos em Évora, e o Inácio, em Braga, sempre com comidas de alta qualidade e preços acessíveis.

Hotéis

Só tenho elogios a fazer para o elenco de hotéis e pousadas escalado para nossa viagem. Alguns eram finíssimos, outros eram bastante charmosos, muitos eram localizados em prédios históricos, mas todos, sem exceção, eram excelentes e ofereciam o conforto necessário para recuperar as forças do ritmo frenético da excursão.

Posso destacar a Pousada Casa da Calçada, em Amarante, charmosa e elegante. Em Belmonte, a Pousada Convento de Belmonte era original, com suas paredes de pedra do antigo convento e seus quartos não numerados, identificados apenas com o nome do frade que dormia por lá. E o Tiara, no Porto, era um hotel moderno e extremamente confortável, com os melhores travesseiros de toda a viagem.

Oscar Daudt
Os participantes
Alberto Ana Ana Maria
Armindo Bruno Carlos Eugênio e Gerda
Célio e Martha Fernando e Mariângela Filipa, nossa guia e anjo da guarda
Maurício e Hélvia Oscar Pedro
Sérgio Tereza Vera
Vicente, nosso motorista Walther Yedda
Zenilda
A viagem, dia a dia
Dia 29/09 - Lisboa
Dia 30/09 - Sintra - Cascais - Colares
Dia 01/10 - Catralvos - Azeitão
Dia 02/10 - Évora - Portel - Reguengos de Monsaraz
Dia 03/10 - Arraiolos - Estremoz - Redondo - Évora
Dia 04/10 - Sortelha - Belmonte
Dia 05/10 - Pinhão - Quinta Nova
Dia 06/10- Ervamoira - Amarante
Dia 07/10 - Amarante - Braga - Porto
Dia 08/10 - Porto
Dia 09/10 - Anadia - Mealhada - Bussaco
Dia 10/10 - Óbidos - Queluz - Lisboa
Comentários
Fernando Sequeira de Matos
Aposentado dos vinhos e enófilo
Mealhada
Bairrada
Portugal
19/10/2009 Carissimo Oscar

Um problema bicudo a classificação dos restaurantes onde almoçou e/ou jantou. Todos de optimo recorte. Assim quando se fala em Matosinhos é Miguel (Marisqueira de Matosinhos e sapateira), Amarante Zé da Calçada / Evora Fialho / Lisboa o Conventual no topo. Dificil a ordenação. Admirado pelo Bussaco muito abaixo.

As Estalagens de Portugal , na minha opinião agora só para dormir.

Não tenham duvidas que foi uma óptima viagem, faltando só o Alto Minho.

Espero reve-los em breve
Fernando Matos
Aurea Recchia
Viticultora
Pontlevoy
França
19/10/2009 Que maravilha de viagem! É claro que 12 dias não dá para se fazer muito, mas vocês viram a nata da nata! Achei, no entanto, que faltou tempo maior para o Douro,... mas fazer o que? Nas notas dadas, não vi as notas do Fialho e do Dom Joaquim... Por quê?

Quem sabe o Célio não organiza uma viagem ao vale do Loire, Borgonha, Champanha, para o grupo? Nós nos encarregamos da infra do lado de cá ...

Abraços
Aurea

Querida Áurea,

O Fialho e o Dom Joaquim não faziam parte do roteiro da excursão e, com isso, nem todos os participantes da excursão foram jantar lá. A votação ficaria um pouco distorcida. Mas meu voto particular para esses dois seria 10 para o Fialho e 9 para o Dom Joaquim.

Oscar
Edgar Piccin
Engenheiro
Sorocaba
SP
19/10/2009 Estou apavorado! Sempre pensei em conhecer Lisboa, apenas do ponto de vista de turismo normal. Depois da sua espetacular matéria sobre Portugal, e dos impressionantes momentos e imagens registradas, terei de aumentar o itinerário (:D) e os assuntos a serem vistos.

Parabéns pela matéria e pela viagem! Tenha certeza de que ela já me ajudou, deixando meu dia melhor (apesar do rio que se formou na minha boca), e me ajudará quando estiver fazendo os planos de viagem!
Bruno Agostini
Jornalista
Rio de Janeiro
RJ
19/10/2009 Grande Oscar. Beleza ver as suas fotos, já com saudades do grupo. Quero ver o resto, e tudo o que perdi.

Abração, garoto!
Fernando Sequeira de Matos
Aposentado dos vinhos e enófilo
Mealhada
Bairrada
Portugal
21/10/2009 Caro Oscar

Para se classificar o Fialho temos de aumentar a escala. Só 10 è injusto!

Fernando
Azeredo
Enófilo
São Paulo
SP
21/10/2009 Uma viagem bonita, cheia de contrastes e emoções. É assim Portugal.

Merecida a nota da Casa da Calçada em Amarante, depois de um inicio meio tempestuoso, acertaram a cozinha dentro do que melhor se faz em Portugal.

Espero que tenham ido passar a mão nos pés do S. Gonçalo e fazer o pedido para o casamenteiro. Para quem já tem, é garantia de segurar, para quem não tem é garantido que arranja :D

Foi uma pena estarem no Pinhão e não terem ido ao restaurante DOC, que é a melhor mesa da região no momento. Recomendo inclui-lo na próxima visita ao Douro, assim como o Arcadas da Capela em Coimbra, ou ate uma noite no Qta das Lágrimas.

um []
Azeredo
Marco Paulo
Enófilo
São Paulo
SP
09/11/2009 Prezado

Com relação ao que escreveste: "Se você tem sangue de barata, compare os preços praticados no Solar com aqueles que pagamos no Brasil. Um exemplo: o Royal Oporto Extra Dry, que é vendido aqui no supermercado por R$53,80, no sofisticado Solar, paga-se apenas 7,60 euros (o equivalente a R$19,38) pela mesmíssima garrafa", o que queres exatamente comparar?

Arenciosamente
Marco

Caro Marco

A intenção foi mostrar como nós, aqui no Brasil, pagamos um preço abusivo, seja por qual motivo for, pelos mesmos vinhos que os países do primeiro mundo consomem.

Um abraço,
Oscar
Marco Paulo
Enófilo
São Paulo
SP
09/11/2009 Então chegamos a seguinte conclusão: as importadoras trazem os vinhos de Portugal com 150% de diferença em relação aos preços de lá com a venda aqui. Isto se considerarmos que impostos de importação, tarifas alfandegárias, frete e desembaraços, (que são pagos antecipadamente) perfazendo aproximadamente 70% do valor do produto, deixam 80% bruto de margem para o importador.

Veja bem, não sou importador e nem os defendo, mas o que quero dizer é que tem muita gente nos cobrando muito mais e não estamos reclamando. Cito como exemplo o preço de uma garrafa de agua mineral em um restaurante, que normalmente tem de 300 a 400% de acrescimo com relação ao valor dela em um supermercado, mas disto ninguem fala.

Marco

Eu reclamo do preço dos vinhos cobrados aqui no Brasil, por ser este um site de vinhos. Mas concordo com você: não é apenas em nossa bebida preferida que o consumidor brasileiro é espoliado.

Oscar
Gilmar Pirozzi
Delly Gil
Rio de Janeiro
RJ
09/11/2009 Parabéns ao EnoEventos, sempre nos proporcionando encontros belissímos e acrescentando mais e mais à nossa cultura de vinhos.
Paula Sousa
Marketing Manager da Quinta Nova de N. S. do Carmo
Grupo Amorim
Mozelos
Portugal
09/11/2009 Caro Oscar,

Desde já obrigada pela v. visita e nota no v. blog. Independentemente de criticas positivas ou negativas, a comunicação é essencial para o nosso projecto.

Lamentamos que a v. opinião tenha sido tão negativa. Efectivamente não temos tido esta opinião da parte dos nossos clientes e jornalistas que nos visitam, alguns seus colegas no Brasil.

De toda a forma, contactamos com a agência “Mr. Friend Tours” que nos confirmou que vocês haviam reclamado do jantar, mas que de toda a forma os menus tinham sido escolhidos e conhecidos previamente. Da parte deles, não houve qualquer falha.

Por outro lado, após conversa com a equipa da cozinha, a nossa gerente estava a acompanhar e viu que 2 ou 3 pratos vieram algo cheios para trás, mas de resto o cabrito foi comido por todos. Aceitamos que não tivessem gostado do cabrito em forma de caldeirada, mas é assim mesmo a sua confecção e é desta forma apreciado pelos clientes.

Como imagina, não tendo nós serviço à carta, e após definição de um menu para várias pessoas, não temos forma de refazer um prato para tantas pessoas de forma imediata. Foi certamente um momento mau porque o nosso produto não bateu certo com as v. expectativas.

Só temos que nos desculpar e renovar convite para nos vir conhecer com escolha de um outro menu. Vai ver que mudará de ideia, reforçando a opinião de tantos que nos visitam e tão bem se referem à nossa cozinha regional.

Obrigada pelo apoio.

Sempre ao dispor.
Cpts.,

Paula Sousa
Zenilda S. F. Santos
Enfermeira aposentada
Niterói
RJ
30/02/2011 Tenho grande vontade de voltar a PORTUGAL com as pessoas de 2009. Foi sensacional. Eu e meu marido, o Sérgio sempre lembramos de vc.

Abços, Zenilda

É mesmo, Zenilda, tomara que a gente consiga fazer outra viagem maravilhosa como essa!

Abraços, Oscar
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]